𝘋𝘢𝘺 𝘵𝘩𝘪𝘳𝘵𝘦𝘦𝘯

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Any analisava o quarto enquanto esperava sentada na cama da mais velha. O que será que elas fariam naquele dia? 

A morena observou cada canto do quarto e sorriu ao ver algumas fotos de Gabi com sua irmã mais nova. Logo a mais velha já estava no quarto carregando algumas folhas e canetas.

- Alguma pergunta? - Ela sorriu, era óbvio que ela tinha muitas. 

- Confesso que pensei que iríamos ver um filme ou sei lá o que, mas agora estou confusa, o que são essas folhas? 

- Any com A de abelhuda e ansiosa. - Gabi riu baixo, ela estava tentando fazer uma piada? 

- Era para ser uma piada ou algo do tipo? 

- Era sim, mas esquece, filmes você vê todos os dias e eu gosto de te mostrar coisas novas. - Any a encarou confusa e ela sorriu. - Dia treze, escrever uma carta.

Any sorriu enquanto o encarava, escrever uma carta? Ela fez uma ou duas vezes para Naomi e achava aquilo uma bobagem de adolescentes, mas agora estava empolgada. 

Gabriela disse que a mais nova poderia usar sua escrivaninha, que ela ficaria com a mesa do computador e então ela fez isso. Gabi deu à ela uma folha em branco e um envelope vermelho, Any escolheu uma caneta também vermelha e começou a pensar no que escreveria.

- Para quem você vai escrever? - A morena girou-se na cadeira. 

- Para a Ana. - Any revirou os olhos. - Quando éramos crianças, costumávamos escrever essas cartas e enterrar no quintal para encontrarmos daqui muitos anos. 

Gabi sorriu animada enquanto lembrava daqueles momentos. Elas sempre foram melhores amigos e Gabi não queria que aquela amizade acabasse nunca, mesmo depois do que ela fez com Any. 

- Vai escrever pra quem? - Guimarães perguntou e viu a morena dar um sorriso animado. 

- Segredo. 

Gabi sorriu e então a mais nova voltou para a carta enquanto começava a escrever as primeiras linhas, Gabriela deixou aquilo de lado e voltou a escrever sua carta para a sua melhor amiga. 

Any segurava firme a caneta enquanto fazia a sua melhor letra para aquele início de carta. Aqui estamos, dia treze e em questão de três dias meu coração vai parar de bater.

A morena parou de escrever por alguns segundos e então sentiu sua respiração ficar cada vez mais pesada. Três dias. Any nunca teve medo de morrer, mas parecia que a cada dia que passava, ela ficava mais ansiosa e nervosa.

Any se esforçou para não chorar, ela odiava o fato de ter nascido com aquela doença que a mataria ou a deixaria paraplégica, aquilo era um castigo. 

- Any, o que houve? - Gabi perguntou ao escutar os soluços e Any limpou as pequenas lágrimas que se formaram no canto de seus olhos. 

- Se existir algum Deus, por que ele é tão cruel comigo?  Digo, me dando essa doença. - Gabi sorriu e se aproximou da mais nova enquanto empurrava a cadeira de rodinhas.

- Deus deve estar muito ansioso para ter uma garota maravilhosa como você ao lado dele e por isso está adiantando as coisas. 

Any sorriu enquanto Gabi acariciava seu rosto, ela era tão incrível. Gabriela era extremamente fofa e carinhosa, e sabia sempre o que dizer, não importava a situação. 

A morena não queria que as coisas estivessem tomando aquele rumo, mas ela se sentia cada vez mais atraída pela mulher que estava passando os últimos dezesseis dias ao lado dela. 

E talvez fosse tarde demais para conseguir controlar seus sentimentos por ela.










𝘚𝘪𝘹𝘵𝘦𝘦𝘯 𝘥𝘢𝘺𝘴 - Gabi GuimarãesOnde histórias criam vida. Descubra agora