𝘋𝘢𝘺 𝘧𝘰𝘶𝘳𝘵𝘦𝘦𝘯

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Gabi parou o carro em um estacionamento que não era muito grande e nem movimentado. Any observou o lugar que parecia ser uma sorveteria dos anos cinquenta e então logo adivinhou o que fariam naquele dia.

 - Por que achou que eu não iria gostar? Eu adoro coisas pin-up. - Any sorriu animada e abriu a porta do carro, mas Gabriela segurou seu braço. 

- Any eu acredito que você consegue ser bem madura quando quer e por isso eu só te peço para não sair correndo assim que entrarmos lá. - Any sorriu

- Você está me tratando como se eu fosse uma criança que vai querer pegar todos os sabores de sorvetes.

- O motivo de estarmos aqui vai muito além do sorvete. 

Any ficou preocupada, mas não questionou, ela até esperou que ela dissesse a típica frase "Dia quatorze, tomar sorvete", mas ela não fez aquilo e então a menor apenas desceu do carro e a acompanhou. 

A sorveteria era muito bem decorada e estar lá era realmente como voltar no tempo, mas Any congelou na porta assim que parou seus olhos em alguém. A morena dos olhos azuis estava lá, com suas sardas e o seu delineado gatinho e logo ao lado estava a garota que elas mais odiava, Ana Letícia. 

Any xingou mentalmente pela coincidência de os dois estarem lá, mas arregalou os olhos assim que foi puxada e Gabriela sentou-se na mesa onde elas estavam. 

- Gabriela, você enlouqueceu? - Gabi respirou fundo e a encarou. 

- Dia quatorze, perdoar alguém. 

Any arregalou os olhos ao escutar aquilo e continuou o encarando até que eles falassem que era apenas uma brincadeira, mas ela não fez isso, então Any apenas gargalhou de nervosismo. 

- Não mesmo! Achei que iríamos nos divertir, porra eu só tenho mais dois dias. 

- Any, sente- se por favor. - Naomi pediu e a morena revirou os olho. 

- Cala a porra da boca. - A garota arregalou os olhos. - Eu vou embora e foda-se vocês duas. 

Any revirou os olhos outra vez e colocou as mãos no bolso da jaqueta, a garota saiu como um furacão de dentro da lanchonete e começou a caminhar sem rumo, mas logo percebeu que estava sendo seguida e então parou. 

- E u quero que você saiba que não estou brava com você e se quiser podemos sair e fazer qualquer outra coisa agora. - Ela girou seu corpo e encarou Gabriela.

- Nós vamos voltar lá pra dentro e cumprir o dia de hoje, Any.

A morena respirou profundamente, ela estava odiando aquele dia. Any não queria olhar na cara das duas nunca mais e Gabriela estava a matando lentamente enquanto a obrigava a fazer aquilo. 

- Sabe o quanto é doloroso pra mim ter que ficar presa com aquelas duas idiotas? 

- Eu entendo a sua dor, Any. 

- Você definitivamente não entende, você não foi traída e não está prestes a morrer. 

Any havia  se arrependido de falar daquela forma com a mulher que dava o seu melhor para a fazer feliz todos os dias, mas já era tarde, não poderia retirar o que já havia dito. 

- Vai fugir de algo tão simples? Achei que você era corajosa. - Gabriela deu de ombros e a menor a encarou. 

- Como é?

- Cadê aquela garota que tinha medo de altura, mas se arriscou pulando de uma pedreira? Você só precisa entrar lá e perdoar as duas e depois as esquecer pra sempre, é tão difícil assim?

Any revirou os olhos e começou a caminhar enquanto Gabriela sorria animada atrás dela. A morena empurrou a porta da sorveteria e observou o casal se encarando enquanto seguravam suas mãos. 

- Saibam que eu só estou fazendo isso porque a Gabriela é incrível. - Ana Letícia sorriu. - Podem começar com as explicações. 

𝘚𝘪𝘹𝘵𝘦𝘦𝘯 𝘥𝘢𝘺𝘴 - Gabi GuimarãesOnde histórias criam vida. Descubra agora