Capítulo 2

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Dois dias depois

Helena

Terminei de lavar os pratos, e finalmente tinha terminado tudo. Fui até meu pai que estava na sala cheirando pó

- Pai, posso ir á feira ? A mamãe está doente e seria melhor eu ir no lugar dela - Perguntei

- Ela vai

- Mas pai... eu posso ir, ela está mal

- Tu não sai dessa casa - Ele perguntou

Ouvimos algumas batidas na porta e ele segurou a faca

- Calma pai, eu vou ver quem é - Falei e fui até a porta

Abri e vi três homens de paletó e mais dois todo de preto atrás, meu coração estremeceu

- Posso ajudar ? - Perguntei

- George se encontra ? - Um deles perguntou

- Pode falar - Meu pai disse aparecendo atrás de mim

- Sou advogado do Richard Beckran, lembra dele ? - Meu pai engoliu seco

- Sobe lá pro quarto - Ele disse

- A garota fica - O advogado disse - É sobre ela que queremos falar

Engoli seco

- Estamos em paz - Outro homem falou e todos colocaram as armas no chão- Queremos um acordo

- Entrem

Todos aqueles homens e duas mulheres de branco entraram na sala. Fiquei em pé porque não tinha lugar pra todos sentarem

- A três meses o senhor pegou cinco mil reais de cocaína, pagou duas parcelas e depois sumiu - Ele disse

- Meu filho tá internado e eu tive que gastar com ele - Ele disse e eu fitei o chão sabendo que é mentira, ele nunca ajudou o Lucas no hospital, inclusive ele que o mandou pra lá- Eu tava tentando repassar o pó e fazer uma grana mas o traficante da area tomou tudo de mim e me proibiu de vender - Ele disse

- Uma pena. Sabe que no meio de tanta gente te dizendo não, o representante da Beckran com a autorização do Senhor Richard aprovou sua compra, não sabe ?

- Sei

- Então, ele só autorizou por conta da sua filha -Ele me olhou e eu fiquei sem entender nada - Trabalhamos com casa noturna e ela já têm dezenove anos, não é ? Você assinou um contrato que ela ficou como garantia - Ele entendeu o papel pra meu pai

- Pelo amor de Deus, ele quer prostituir minha filha? - Meu pai perguntou

- Ou a gente pode ingerir uma injeção letal para você morrer sem dor...

Meu pai fitou o chão e eu me desesperei, comecei a respirar fundo me controlando ali em pé

- o que vocês querem mesmo? - meu pai perguntou

- Sua filha, e uma boa quantia em dinheiro de volta. Caso abra a boca, todos morrem, e não vai ser de forma indolor - ele disse

- Quanto ? - Quando meu pai perguntou isso, meus olhos não conseguiram segurar as lágrimas. Eu sabia que nossa vida era miserável, que ele não sentiu remorso pelo o que fez com meu irmão, mas agora eu senti na pele que era a vez dele fazer algo grave comigo e acabar comigo.

- Cinquenta mil, tá bom pra você? - Ele perguntou

- Essa menina nunca se deitou com homem nenhum, ela nem sai de casa, acha mesmo que cinquenta mil paga por ela ? - Meu pai perguntou

- Dobramos a oferta - O homem disse e as mulheres me olhavam sérias sem compaixão

- Fechado.

Corri rapidamente ficando de joelhos na frente do meu pai

Meu amor livreOnde histórias criam vida. Descubra agora