No dia seguinte, cheguei à escola ainda pensando nos encontros inesperados com Joe. Eu estava pronta para mais um dia comum, mas, quando entrei na sala, fui surpreendida por uma visão que fez meu coração disparar: Joe estava lá, sentado no fundo da sala, conversando com a professora.
Fiquei paralisada por um momento, sem saber se o que eu estava vendo era real. "Ele mudou para a minha sala?", pensei, completamente surpresa.
Lara, que estava ao meu lado, deu um leve empurrão no meu ombro e cochichou:
— Parece que o destino resolveu dar uma ajudinha de novo.
Joe lançou um rápido olhar em minha direção e sorriu, mas logo voltou a falar com a professora. Poucos minutos depois, ele se afastou e se dirigiu ao fundo da sala, onde estava seu novo lugar. Meu coração estava a mil.
No entanto, logo percebi que ele estava sentado longe de mim, no fundo da sala, enquanto eu estava bem na frente. "Ele está muito longe para a gente conversar," pensei, um pouco decepcionada. Mas, claro, Joe não iria desistir tão fácil.
Assim que a aula começou, vi Joe levantar a mão, interrompendo a professora.
— Professora, eu acho que não consigo enxergar muito bem daqui de trás — ele disse, com uma expressão que eu sabia que era mais astuta do que ele deixava transparecer.
A professora franziu a testa, parecendo considerar as palavras dele.
— Se estiver com dificuldades, podemos arranjar uma cadeira mais próxima do quadro — ela sugeriu.
Antes que Joe pudesse responder, Lara, que estava sentada ao meu lado, levantou a mão, com um sorriso travesso no rosto.
— Professora, eu posso mudar de lugar com o aluno novo. Eu consigo enxergar bem lá de trás — Lara disse, trocando olhares rápidos entre mim e a professora.
Meu coração saltou no peito quando percebi o que Lara estava fazendo. A professora hesitou por um momento, mas então assentiu.
— Muito bem, Lara. Podem trocar de lugar.
Joe não hesitou nem por um segundo. Ele pegou suas coisas e foi direto para o lugar ao lado do meu, enquanto Lara ia para o fundo da sala, satisfeita com seu ato de cupido improvisado. Quando Joe se sentou ao meu lado, ele me lançou um olhar cúmplice, e eu senti minhas bochechas esquentarem.
Durante a aula, tentei me concentrar no que a professora dizia, mas a proximidade de Joe tornava isso quase impossível. Ele estava bem ali, a poucos centímetros de mim, e tudo que eu conseguia pensar era na oportunidade que estava diante de mim.
Foi então que tive uma ideia. Peguei um pedaço de papel, escrevi rapidamente uma mensagem e dobrei-o cuidadosamente. Meu coração batia forte enquanto deslizava o bilhete para o lado de Joe.
Ele percebeu o movimento e pegou o bilhete discretamente. A ansiedade tomou conta de mim enquanto ele o abria. Por um segundo, não conseguia nem respirar. Quando ele leu, um sorriso se formou em seu rosto, e ele escreveu algo de volta antes de devolver o bilhete para mim.
Meu coração pulou de novo enquanto abria o bilhete. As palavras simples, mas carregadas de significado, estavam escritas com a caligrafia dele:
"Claro! É (xx) xxxx-xxxx."
Sorri para Joe, tentando não parecer tão empolgada quanto realmente estava. Finalmente tinha o contato dele. Olhei para a frente da sala, me obrigando a prestar atenção na aula, mas por dentro, mal podia esperar para falar com ele depois da escola. Algo me dizia que essa era apenas a primeira de muitas conversas que teríamos.
O resto da aula passou em um borrão. Embora tentasse focar no que a professora dizia, minha mente estava longe, imaginando as possibilidades que aquele número de telefone representava. Eu mal podia esperar para sair da escola e enviar uma mensagem para Joe.
Assim que o sinal tocou anunciando o fim das aulas, Lara apareceu ao meu lado, com um sorriso malicioso estampado no rosto.
— E aí, conseguiu o contato? — ela perguntou, ansiosa.
— Consegui — respondi, tentando não demonstrar toda a minha euforia.
— Então, o que está esperando? Manda uma mensagem para ele logo! — Lara insistiu, me cutucando com o cotovelo.
Eu ri, um pouco nervosa, mas sabia que ela tinha razão. Era o que eu queria fazer desde o momento em que ele me devolveu o bilhete.
Depois de nos despedirmos, fui para casa com o coração acelerado. A ansiedade se misturava com a empolgação, e tudo que eu conseguia pensar era no que escrever para Joe. Quando finalmente cheguei ao meu quarto, peguei o celular e digitei uma mensagem simples, mas que carregava toda a minha expectativa:
Cleo: Oi, Joe! Aqui é a Cleo :)
Respirei fundo antes de apertar o botão de enviar. E então, o jogo de espera começou. Fiquei encarando a tela do celular por alguns minutos, mas nenhuma notificação apareceu. Decidi que o melhor era me distrair com outra coisa, e fui fazer minhas tarefas de casa.
Ainda assim, não pude evitar que minha mente voltasse a Joe. Agora que tínhamos finalmente trocado contatos, parecia que a história entre nós estava apenas começando.
Pouco tempo depois, meu celular vibrou. Meu coração saltou e abri rapidamente a mensagem. Era uma resposta de Joe:
Joe: Oi, Cleo!
Logo depois de receber a mensagem, fiquei olhando para a tela, imaginando como continuar a conversa. A ideia de que Joe poderia estar pensando o mesmo que eu me deixava um pouco ansiosa, mas ao mesmo tempo, eu estava curiosa para ver onde isso iria dar.
Antes que eu pudesse pensar em outra coisa para dizer, uma nova mensagem apareceu na tela.
Joe: Desculpa, Cleo, tô um pouco ocupado agora. Preciso ajudar minha irmã mais nova com o dever de casa. Mas a gente se fala mais tarde, ok?
Eu não pude evitar sorrir com a mensagem. A ideia de Joe sendo um irmão atencioso fez meu coração se aquecer ainda mais. Respondi rapidamente:
Cleo: Sem problemas! A gente se fala depois. Boa sorte com o dever de casa :)
Enviei a mensagem e guardei o celular, sentindo uma estranha mistura de contentamento e expectativa. Mesmo que a conversa tivesse sido interrompida, eu sabia que aquilo não era o fim, mas sim o começo de algo que poderia se desenvolver.
Com um suspiro, voltei minha atenção para as tarefas que tinha que fazer. Mas, no fundo, eu já estava contando os minutos até poder continuar a conversa com Joe. Parecia que, mesmo quando ele não estava por perto, ele ocupava meus pensamentos. E eu não me importava nem um pouco com isso.
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Por Culpa do Destino
RomanceCleo é uma garota de 17 anos que adora ter tudo sob controle, com listas organizando cada detalhe de sua vida. Mas sua rotina é virada de cabeça para baixo quando conhece Joe, um novo vizinho que, por coincidência ou destino, começa a aparecer em to...