16. O Vale dos Ventos.

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As safiras são
o caminho para o
Inferno.

Chegaram no castelo pouco depois, JungKook tampouco respondeu a declaração cheia de amor pois sabia que fazer isso, era como perder a guerra. Seu pai é uma emanação imperfeita do eterno, uma cheia de todos os sentimentos que os humanos aprenderam a cultivar, exceto um; Deus não sabia sobre amor, amar nunca fez parte dos planos para a criação, por este motivo que o criador odiou os humanos no momento em que percebeu que a fé deles girava em torno de seus corações.

"ㅡ Temos que entrar, está frio.

ㅡ Eu me declarei e é isso que responde?! ㅡ o monarca indignado, bateu os pés no chão enlameado.ㅡ Diga alguma coisa!

ㅡ Eu vou embora, Hoseok. Então não desista do seu legado por mim."

O clima estava tenso no castelo, principalmente em um quarto específico. Naquela noite, todos os empregados haviam sido dispensados do pavilhão real, e aguardavam ansiosos a aparição do Rei.


Junto deles, os anciãos e o restante da Côrte que havia sido avisada de uma possível mudança de regras, e também, de um anúncio que seria feito e mudaria as vias que levavam um nobre até o trono.

Más línguas diziam que o Rei estava sendo destronado.

Mas Dawon, a princesa regente ria de toda a situação; sabia que a partir daquele dia em diante, seu irmão estaria livre, se assim escolhesse. Bastasse apenas uma conversa, e era a que o jovem monarca estava tendo.

ㅡ Você não vai abdicar a coroa.

ㅡ Você não manda em mim! ㅡ gritou irritado, andando de um lado para o outro. Fazia menos de meia hora desde que entraram naquele assunto novamente, e a conversa parecia não evoluir. ㅡ Não entendo você, está claro que sente o mesmo por mim. Por que é tão difícil?

ㅡ Estou protegendo você.

ㅡ De quê?! ㅡ a conversa soava mais como um disco em repetição, sempre que chegavam naquele ponto, regrediam. ㅡ De Deus? Se não me quer, seja ao menos, um pouco mais claro!

ㅡ Eu quero você, Hoseok! ㅡ pela primeira vez, Lúcifer se exaltou. ㅡ Eu te quero a cada batida do nosso coração. Mas eu não posso, entende?

ㅡ Não, não entendo. Eu sei me proteger, e eu vou abdicar de tudo! Deixarei de ser um alvo. Podemos ser felizes, não precisamos de um castelo, eu não preciso...ㅡ suspirou exausto.ㅡ Jeon, eu passei toda a minha vida preso a idéia de que nasci para a felicidade ou a tristeza do meu povo, e pela primeira vez em minha vida, escolhi algo por mim! Escolhi você.  ㅡ O Rei deu-se por vencido e se aproximou do general, volvendo seu rosto com as mãos quentes. ㅡ E não quero que vá embora.

ㅡ Eu preciso ir. ㅡ disse por fim, afinal, não existiam palavras ou ações que pudessem amenizar aquele peso. Era a decisão final.

A reação que partiu do Jung lhe surpreendeu, na mesma medida em que doeu seu coração. Suas atitudes transbordavam a necessidade do outro de não sentir, e JungKook passou a odiar a sua própria existência.

O Rei em pura fúria tacou a sua coroa na outra extremidade do quarto, o barulho que sucedeu seu ato reverberou pelo pavilhão; as paredes não eram tão grossas, no geral, o objeto de alto valor não sofreu dano algum, mas para aquele Rei, significava muito.

Sob os olhos do Rei. Onde histórias criam vida. Descubra agora