CLASSIFICAÇÃO: 18+ [LANÇAMENTO TODO SÁBADO]
Eliyah acaba de descobrir um lado de sua vida que sua mãe ocultou por muito tempo, algo que alegou esconder para seu próprio bem, algo inevitável.
Agora, com a iminência de perigo, Eliyah tem que manter a...
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Se isso estivesse acontecendo na noite anterior, eu diria que havíamos perdido completamente o juízo. Caminhar no centro da cidade em plena madrugada era sinônimo de pedir para ser assaltado, ou pior, sequestrado. Ainda mais com o celular na mão, onde usávamos o GPS para encontrar o caminho da lojinha de ocultismo.
Meu corpo estremecia com o frio que fazia naquela noite, nem parecia que era o Rio de Janeiro. Ainda bem que a Alice me emprestou um casaco preto. Era melhor do que o tecido fino do meu pijama de donut, o qual eu ainda usava sem vergonha nenhuma, diferente da minha amiga, que manteve o visual padrão: Uma calça preta larga e um cropped preto com blusa arrastão.
Por sorte, a casa de Alice não ficava muito longe. Guardei o celular na mochila que a Alice me emprestou, junto com algumas mudas de roupas. Atravessamos a faixa de pedestres e descemos a rua virando à esquerda.
Lá estava ela, a mesma lojinha de artigos religiosos, agora com a luz apagada. Mas tinha algo estranho. Se estava fechada, por que não estava trancada com as grades de proteção igual o restante das lojas daquela rua?
Os donos eram loucos.
— É aqui? — Perguntou Alice, quando me viu parar e encarar a vidraça.
— É, mas... Tem alguma coisa estranha.
Me aproximei, colando a cara no vidro para observar o lado de dentro. Tudo parecia normal, mas alguma coisa me dizia que entrar lá não era uma boa escolha.
— Consegui! — Disse Alice, cortando minha linha de raciocínio. Ela girou a maçaneta da porta, deixando-a entreaberta.
— O que? — Perguntei em espanto, com os olhos arregalados. — Como você fez isso?
Um sorriso surgiu em seus lábios, igual ao de uma criança quando sabe que fez merda e é pega no flagra.
— Eu tenho os meus truques.
Arqueei as sobrancelhas.
— Seus truques? — Repeti.
— Não é à toa que eu gosto de jogar de ladino — se referiu a uma das classes de personagem de RPG, como se cantasse vitória.
