☆ Epílogo

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"Por que o pai e a mãe ainda não pararam de me provocar, hein?"

O pai levantou uma sobrancelha, parecendo confuso, quando o filho reclamou com uma voz manhosa.

"O quê? O que o pai fez? Nem percebi."

Ai suspirou e pegou uma almofada pequena ao lado, colocando-a no colo e apoiando as mãos nela com força, mostrando que estava irritado. Depois que ele e Yu resolveram as coisas, o outro o levou para baixo. Foi surpreendente ver seus pais sentados no sofá, esperando, criando uma atmosfera estranha como nunca antes.

E Ai ficou completamente chocado quando, do nada, Yu pediu permissão aos seus pais para namorar com ele. Como ele pôde dizer algo assim sem avisar, sem dar nenhum sinal, sem tempo para se preparar? Totalmente impulsivo, esse P'Yu, para morrer! E o mais estranho é que seus pais não pareceram surpresos nem um pouco, como se já soubessem.

Quando a conversa terminou, Yu foi embora, deixando Ai com aqueles olhares de seus pais que sugeriam que estavam prontos para provocar a qualquer momento.

"Mas o pai e a mãe continuam me provocando." O homem de meia-idade riu.

"O quê? Agora que você tem namorado, está reclamando com o pai? Cuidado, senão te dou uma surra."

"Que namorado o quê!"

"Olha só como está todo envergonhado." O pai balançou a cabeça, levantou-se e bagunçou o cabelo do filho antes de se virar para a esposa. "Estou saindo agora. Quer que eu traga alguma coisa?"

Ele tinha um encontro com amigos à tarde e já estava quase atrasado porque estava ocupado com seu filho travesso.

"Traga ovos. Só temos alguns."

"Ok. Volto no final da tarde."

Ai se despediu do pai com um gesto de respeito e o observou sair de casa antes de voltar a atenção para a mãe.

"Mãe..."

A mulher, que estava relaxada lendo um livro no sofá, olhou para ele e riu quando o filho se aproximou, deitando a cabeça em seu colo.

"O que você quer, hein?"

"O que a mãe acha de eu estar namorando o P'Yu?"

"Agora que é com o Yu, estou um pouco mais tranquila, acho."

"Porque é alguém que a mãe conhece?"

Ela levantou as sobrancelhas e sorriu, colocando o marcador no livro e fechando-o, deixando-o na mesa. "Não é por isso." Ela acariciou suavemente a cabeça do filho, continuando quando viu a expressão curiosa dele. "Estou tranquila porque vi o que o Yu faz por você, Ai."

"Ele vive me provocando..."

"Você só vê a provocação. Ele tem carinho por você."

"..."

"Não adianta fazer essa cara feia." Ela deu um leve toque no nariz dele, por fazer cara emburrada. "Talvez você não perceba, mas eu sou mãe. Vejo tudo."

"O que a mãe vê?"

"Eu vejo o carinho que o Yu tem por você, vejo a preocupação e o cuidado. Mesmo que ele goste de te provocar, ele sempre te trata bem."

"..."

"Acho que a pessoa que mais mima você é o Yu."

"Eu nunca me senti assim."

"Porque é algo que acontece tão naturalmente que você não nota. Mas se um dia isso sumir, você vai perceber."

"A mãe acha que eu estou negligenciando isso?"

"Eu não disse isso." Ela riu. "Receber algo desde o começo e nunca faltar faz com que a gente se acostume tanto que não percebe mais. Mas se não perceber logo, pode perder isso sem nem saber."

Eu te-vi em meus sonhosOnde histórias criam vida. Descubra agora