A rosa negra

O anúncio

O lençol foi puxado abruptamente de meu corpo, fazendo com que eu me despertasse de meu sonho mais reconfortante.

– Pelos sete infernos, quem ousou me despertar ? – coloquei o travesseiro em meu rosto bloqueando a claridade.

– Daellya kateryna Van Back! Levante neste instante – arregalei os olhos notando que a voz que me chamava era de minha dama de companhia Alyssa

Levantei-me rápido ajeitando o grande cabelo bagunçado pelo fato de não ter o ajeitando na noite anterior.

– Eu posso saber o que a senhorita estava fazendo tarde da noite voltando da floresta com um dos guardas reais ?.

– Não me recordo de ter saído está noite – menti, menti sem sentir vergonha, talvez isso seja um tanto quanto problemático.

– Então quer dizer que você e Sr. Daehrys não estavam juntos ontem a noite ?.

Sua pergunta veio juntamente de um sorriso, aonde as covinhas que Alyssa tinha em suas bochechas redondilhas puderam ser visíveis. Aquele sorriso sempre indicará que ela já sabia a verdade.

– Não minta, Daellya. Eu vi Daehrys e você juntos voltando da floresta e assim que vim lhe acordar, ele estava parado ao lado de sua cama como uma grande pilastra da fortaleza do norte.

Ele tinha passado a noite em minha cabana me vigiando mesmo ?

Achei que ele estava em seu posto como de costume

– Os fatos não são exatamente assim. Noite passada eu fiquei entendida sem ter com o que distrair minha fértil e ativa mente, então, decidi ir até a floresta tomar um ar e Daehrys apenas me trouxe de volta. – disse o que acontecera enquanto prendia o cabelo com alguns grampos e enfeites.

Uma risadinha foi captada pelos meus ouvidos, me fazendo sorrir.

– Você deve ter adorado que Daehrys foi buscá-la na floresta

eu odiei, mas talvez a minha versão de 15 anos teria mesmo.

– Na verdade eu detestei que ele tenha aparecido, eu estava muito entretida brincando com um filhote de coelho – me levantei indo para o lado externo da minha cabana.

– E será que você ainda não o ama ? – Alyssa entrelaçou nossos braços enquanto caminhávamos pelas cabanas.

– Com toda certeza eu não o amo, e nunca amei, e jamais amaria. Aonde já se viu a princesa herdeira amar um guarda juramentado ? Isso é tolice, Daehrys e eu somos apenas amigos de longa data.

Encerrei o assunto ali mesmo, e eu estava certa, uma princesa que logo ascenderia ao trono como rainha não poderia casar-se com um guarda, meu destino era nobre, eu deveria casar-me com um nobre que descenda de uma casa honrada.

Sentei-me ao lado de meus pais, em uma cadeira que estava reservada para mim, aguardando minha presença. O cheiro de pinho misturado com canela atingiu meu olfato, me fazendo sentir um arrepio percorrer todo meu corpo desde as pontas dos pes, ate a extensao do ultimo fio de cabelo que havia em minha cabeça, eu tinha total noção de quem estava atras de mim, eu sabia  quem era o dono daquele cheiro inconfundivel que era capaz de ser diferenciado a leguas de distancia.

Era ele, era Daehys Everhart Drakemoor.

– Como foi a noite, vossa alteza ? - sua voz soava baixa e com uma certa rigidez, a qual sempre se fazia presente em sua voz enquanto estavamos público.

– Agradável como todas as outras, Sr. - tentei ser o mais formal possível.

Um velho senhor começara a cantar enquanto uma bela mulher tocava uma lira, por mais que estivessem tocando e cantando a minha frente, eu estava completamente entediada e minha mente so conseguia pensar em fugir daquele local em busca de grandes aventuras.

Estão todos distraidos, esta e a minha chance de desaparecer de uma forma que ninguém note.

sorrateiramente me esgueire ate a ponta da mesa e calmamente me levante, sai andando de forma que ninguém notasse que eu já não estava mais ali. quando tomei distancia o suficiente corri em disparada em direção a liberdade temporária, adentrei em minha cabana, peguei minha fiel adaga que meu tio havia me dado em meu aniversário anos atrás, a ajustei em meu cinto discretamente e andei até a floresta.

Assim que entrei na parte mais profunda da floresta pude finalmente ser livre, soltei meus cabelos deixando-os livres para que o vento soprasse entre as curvas de meus cachos, tirei meus sapatos para sentir a terra mais de perto.

Ah isso sim e a vida ideial, liberdade e o ideial para mim.

Direcionei-me até um pequeno riacho que havia avistado, tirei meu espartilho o deixando encima de uma pedra ao lado de minha adaga em uma pedra na beira do riacho permanecendo apenas com meu vestido branco. Aos poucos entrei dentro da água sentindo a água gélida me rodeando por completo até a altura dos ombros.

Fazia tanto tempo que eu não tinha a experiência de estar dentro de um riacho que comecei a sorrir involuntariamente sem notar uma presença estranha me observando sentada em uma pedra.

– A água está do seu agrado, princesa ? – a voz suave de uma mulher me fez olhar para trás em sua direção, me fazendo encarar seus olhos azuis invernais, sua face angelical que combinava perfeitamente com seus cabelos loiros e seu vestido preto como a escuridão.

– Antes que eu possa responder-lhe, poderia dizer o seu nome, senhorita ? – com cordialidade disse enquanto permanecia a observando

– Meu nome é Visenya Valeryon Pyrestorm, e o seu todos sabem, Princesa Daellya Van Back, a herdeira do trono do norte

– É um imenso prazer conhecê-la, Visenya, o que fazes nesta parte da floresta ?

– O mesmo que vossa alteza, vim apenas dar um mergulho e voltar para minhas atividades.

– Ah, então junte-se a mim e aproveite a água que está muito agradável hoje.

O trotar de um cavalo foi ouvido ao longe, Visenya levantou-se com a rapidez de um esquilo.

– Eu adoraria, mas preciso ir, meu irmão Aerion está a minha procura, espero vê-la novamente, vossa alteza – sem antes eu me despedir perdi a garota de vista.

Retirei-me da água ajeitando o meu cabelo, respirei fundo pensando a exaustão que série ficar naquela mesa outra vez, fui tirada de meus pensamentos quando meu pulso foi agarrado por uma mão tão gelada quanto o vento de inverno.

– O que está fazendo aqui, Daellya ? Seu pai está a sua procura – Alyssa dizia enquanto me puxava

– O que ? Meu Pai ? Por que ele está me procurando ? – eu dava passos largos tentando acompanhá-la pela floresta.

– Não faço ideia, mas a criadagem ouvir que ele fará um grande anúncio em seu nome.

Aquele anúncio só poderia significar uma coisa, e eu sabia o que era.