Extra 6

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Kim Taehyung fingiu não estar se sentindo muito bem e pediu para ir até o ambulatório, depois de ver a mensagem de Min Yoongi. Juntou seu material e se despediu rapidamente de Jimin, para não atrapalhar a explicação da palestra que ainda rolava.

Mas o Park não engoliu a desculpa esfarrapada do e seguiu o amigo como, se escondendo em cada vazo de planta que encontrava no caminho, até braços ágeis lhe puxarem de repente, tapando sua boca para não gritar.

O rapaz encapuzado prensou seu corpo contra a parede, então Jimin não pensou duas vezes em encaixar uma ajoelhada bem no meio das pernas do suposto assediador, arrancando um grunhido dolorido do estranho, que se contorceu no chão.

ㅡ Ooooh! Nossos futuros filhinhos...

ㅡ Jungkook? ㅡ perguntou o loiro, puxando o capuz para ver o rosto branco do namorado, ainda agachado, progendo o que mais tinha de precioso. ㅡ Que ideia mais estúpida foi essa, coelhinho?!

ㅡ Jimin-sshi... ㅡ tentou dizer, mas a voz falhou.

ㅡ Desculpa, amooor... Mas por que você fez isso? Me assustou! ㅡ amuou, arrependido por ter usado tanta força. ㅡ Está doendo muito?

ㅡ O que... conversamos sobre i-intervenções? ㅡ perguntou com dificuldade, levantado do chão.

ㅡ Está falando do Taehyung? ㅡ o mais novo acentiu com a cabeça. ㅡ Essa foi a maneira brilhante de impedir que eu seguisse ele?

ㅡ Eu impedi por uma boa causa... Aí... ㅡ grunhiu, sentindo outra pontada nas suas bolas.

ㅡ Boa causa? Que seria...?

ㅡ Pelo amor, claro. Porque uma vez Trapaceiros...

Sempre trapaceiros. ㅡ completou o lema, estreitando os olhos, desconfiado. ㅡ O que está acontecendo, coelhinho? Você não me contou tudo, não foi?

Jungkook colocou de volta o capuz do moletom, sorrindo de um jeito travesso.

ㅡ Vem comigo. ㅡ sibilou, mancando ao andar.

ㅡ Amor, espera... ㅡ
Jimin ficou pensativo por um instante, depois olhou no fundo dos olhos de jabuticaba, dizendo devagar. ㅡ Você sabe que eu não tenho útero, né?

[...]

As pernas do futuro engenheiro pareciam pesar toneladas, ao subir os últimos lances da escada que levava ao topo do prédio.

Seja lá o que fosse, sabia que não seria uma conversa fácil, mas ouviria o mais velho.

Taehyung tentava se conformar, precipitadamente, caso Yoongi estivesse disposto a dar um fim ao relacionamento. Não queria prendé-lo a um amor fadado ao fracasso. Talvez as lembranças de antes foram super substimadas e agora a paixão juvenil não conseguia acompanhar a evolução dos dois na vida adulta.

Era isso.

O amor deles não desabrochou.

Com esse pensamento, o Kim empurrou a porta pesada de ferro, sentindo o vento bagunçar seus fios. Logo viu a figura do músico de costas, perto do parapeito.

ㅡ Eu estou aqui. ㅡ disse Taehyung seguro, estranhando a própria voz.

Ao notar sua presença, Yoongi virou e no mesmo instante, Taehyung se entristeceu pelo estado deplorável do outro: as bolsas escuras abaixo dos olhos escuras, denunciavam que ele não tinha dormido, além do supercílio machucado, de onde saía uma fileira de sangue já ressecado. Taehyung não entendeu a intenção do outro vestir uma roupa de gala, mas notou que o tecido escuro estava sujo na parte dos joelhos e cotovelos, como se Yoongi tivesse arrastado a roupa em uma superfície áspera.

Trapaceiros do Amor [EXTRA]Onde histórias criam vida. Descubra agora