Ainda no quarto
A luz suave da lamparina lançava sombras dançantes nas paredes, criando um ambiente íntimo que contrastava com a fúria da tempestade do lado de fora. Kokushibo, com seu olhar profundo, observava Muzan. Havia algo nos olhos de Muzan que sempre o fascinara, uma mistura de poder e vulnerabilidade que o fazia querer se aproximar cada vez mais.
"Você sempre foi uma figura enigmática", começou Kokushibo, sua voz suave como o sussurro do vento. "Mesmo entre os nossos, você se destaca. O que você pensa sobre o que somos?"
Muzan sorriu, um sorriso que misturava desdém e admiração. "Somos predadores, Kokushibo. Criados para dominar, para sobreviver. Mas, às vezes, me pergunto se há mais do que isso. O que você busca, além da luta e do sangue?"
Kokushibo ponderou, o toque de sua mão ainda delicadamente repousando no rosto de Muzan. "Talvez eu busque o que todos buscamos, mesmo que não admitam: conexão. Uma razão para continuar, algo que valha a pena. E você, Muzan? O que te mantém motivado?"
A tempestade lá fora parecia intensificar-se, como se o universo ao redor deles estivesse absorvendo a profundidade da conversa. Muzan olhou pela janela, as gotas de chuva escorrendo como lágrimas em um rosto invisível. "Eu busco a perfeição", respondeu. "Um legado que transcenda o tempo. Mas, por trás de tudo isso, há um vazio... um desejo de ser compreendido."
Kokushibo inclinou-se um pouco mais perto, a tensão entre eles palpável. "Compreendido? Ou aceito?" A pergunta pairou no ar, densa como a umidade que preenchia o quarto.
Muzan virou-se para Kokushibo, e por um breve momento, os dois se encontraram em um espaço onde os títulos de "demônio" e "caçador" não existiam. "Talvez ambas as coisas", disse Muzan, sua voz quase um sussurro. "É difícil aceitar quem somos, e ainda mais difícil permitir que alguém entre em nosso mundo."
Kokushibo sorriu, um sorriso que carregava o peso de séculos. "Você não precisa se preocupar comigo. Eu vejo você, Muzan, por trás das máscaras que você usa. E eu não tenho medo."
O olhar de Muzan se intensificou, um misto de surpresa e curiosidade. "Você tem coragem, Kokushibo. A maioria teme o que não compreende."
"Talvez seja por isso que estou aqui", disse Kokushibo, seu tom suave, mas firme. "Para entender. Para compartilhar este momento, enquanto a tempestade nos envolve."
Os dois permaneceram em silêncio, o som da chuva criando uma sinfonia que parecia dançar ao ritmo de seus corações. A conexão que existia entre eles era palpável, como dois ímãs irresistíveis se atraindo. Kokushibo, com sua mão ainda em contato com o rosto de Muzan, sentiu uma onda de emoções que não poderia descrever.
"Vamos fazer um pacto", sugeriu Kokushibo, quebrando o silêncio. "Não apenas como demônios, mas como homens que buscam entender um ao outro. Que tal se, por um momento, deixássemos de lado nossas ambições e apenas...existíssemos?"
Muzan olhou nos olhos de Kokushibo, o brilho de suas intenções refletido em sua expressão. "Um pacto... interessante. E se isso se tornar um fardo? E se formos forçados a voltar a ser o que somos?"
"Então, pelo menos teremos esse momento", respondeu Kokushibo, seu olhar firme. "Um momento que é apenas nosso, longe de guerras e conspirações."
Muzan hesitou, mas a verdade nas palavras de Kokushibo era irresistível. Ele acenou lentamente, um acordo silencioso. "Está bem. Vamos viver este momento."
E assim, enquanto a tempestade rugia lá fora, os dois demônios encontraram um refúgio não apenas da chuva, mas da solidão que os acompanhava por tanto tempo. No calor daquele quarto, cercados pela tempestade e pela vulnerabilidade, eles descobriram que talvez a conexão que buscavam não estivesse tão longe assim. E naquele instante, sob a luz da lamparina e o som da chuva, o mundo exterior desapareceu, deixando apenas a promessa de um novo começo.
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Foi bem curtinho mesmo, perdão❀
Eu estou voltando a escrever, então vamos com calma🧡
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Pecados Do Coração(muzan X Kokushibo)
Roman d'amour𝑲𝒐𝒌𝒖𝒔𝒉𝒊𝒃𝒐 𝒆 𝒎𝒖𝒛𝒂𝒏 𝒆𝒏𝒇𝒓𝒆𝒏𝒕𝒂𝒓𝒂𝒎 𝒗𝒂́𝒓𝒊𝒂𝒔 𝒍𝒖𝒕𝒂𝒔 𝒆 𝒅𝒆𝒔𝒂𝒗𝒆𝒏𝒄̧𝒂𝒔 𝒑𝒐𝒓 𝒄𝒂𝒖𝒔𝒂 𝒅𝒐 𝒂𝒎𝒐𝒓, 𝒔𝒆𝒓𝒂́ 𝒒𝒖𝒆 𝒆𝒔𝒔𝒂 𝒑𝒂𝒊𝒙𝒂̃𝒐 𝒔𝒖𝒑𝒆𝒓𝒂𝒓𝒂́ 𝒕𝒐𝒅𝒂𝒔 𝒂𝒔 𝒃𝒂𝒓𝒓𝒆𝒊𝒓𝒂𝒔? 𝑽𝒂𝒎𝒐𝒔 𝒅𝒆�...