Trilogia "No Limite": RUN OR DIE

Capítulo 1

Capítulo 1

"Eu vou te amar, até que você me odeie
E eu vou te mostrar o que é realmente louco
Você deveria ter pensado melhor antes de mexer mais comigo" 
 
Iggy Azalea - Black Widow

Rory Reis 

Avisto Kenji e seu avô conversando com o padre, na verdade a única pessoa que fala é o Sr. Ryu, já seu neto, está apenas observando o velho barrigudo de cabelos brancos. 

Permito-me correr os olhos por cada canto do lugar,  cravando a atenção a placa que fica em cima do palco. Bem no alto, talhado na madeira, está gravado Temet Nosce. 

"Conhece-te a ti próprio." 

- Sócrates.  

Uma nova dica para fugir das patricinhas da escola, esconda-se na igreja.

O garoto de feições asiáticas um ano mais velho que eu começa a andar pelo ambiente, há um corte superficial em seu maxilar bem marcado. Kenji é gostoso, assim como William Blake — o cara mais insuportável desse planeta — e ambos estão na minha lista. Eu definitivamente faria uma órgia com os dois.

Parabéns, Rory. Você acabou de condenar sua alma. 

— É órfã, o pai morreu quando ela tinha doze anos. —  acrescenta o padre. 

Eles estão falando sobre uma garota, Alice O'Connor, a filha de um dos astros da Run Or Die que está desaparecida desde da madrugada do acidente do pai. 

— O que dizem os rumores? — questiona Sr. Ryu, intrigado.

— Que ela está viva —  isso me faz sorrir, adoro uma boa fofoca — Más línguas contam que ela foi levada para Ravena.

Estúpidos.

Ravena é um mito das ruas de San Bruno, especialmente do DarkSide, assustamos as crianças ameaçando levá-las para lá.

— O'Connor deixou um império de caos para sua herdeira. —  cantarola o avô de Kenji.

— Uma herdeira do caos, Jesus! —  o padre faz o sinal da cruz em si.

— E o que acha? — indaga Kenji, intrometendo-se na conversa, voltando para o lado do avô.

— Que alguém adotou a garotinha, que Deus tenha sido bom com ela. Perder o pai tão cedo — lamenta o servidor de Deus. 

— Você acredita que Ravena ainda existe? — as feições joviais do padre se torcem para a pergunta de Sr. Ryu. 

— Somente alguém com uma alma muito perversa seria capaz de criar algo tão maldoso...

— De qualquer modo. — o avô de Kenji acena em desdém com a mão, dispensando o resto da opinião do padre — Precisamos ir. — ele dá duas batidinhas no ombro do neto, fazendo o corpo inteiro de Kenji enrijecer. 

— Bom...— o padre passa a chave na porta, trancando sua sala — Eu já estou de saída também. 

Porra. 

Se esse cara sair daqui, estou frita. 

— Que bom. — Sr. Ryu abre o braço esquerdo, dando passagem ao homem de deus. 

— Ouvi dizer que está indo bem nas aulas de judô, Kenji. —  o asiático abre um sorriso fraco para o padre —  Espero que tenha um bom código de ética, isso é importante, garoto. 

Os três atravessam o tapete vermelho que fica entre as duas fileiras de bancos, bem no meio da igreja, seguindo até as portas principais. 

Puta merda.