Essencial - Hyunho

Mudanças?

Quando chegaram à casa dos pais de Minho e Jeongin, o casal já os esperava na entrada. Soojin correu para recebê-los e abraçar Hyunjin.
- Oi, meu amor. Você está bem?
- Estou sim, tia. - Sorri para Soojin.

Hyunjin tinha um carinho enorme pela mãe de Minho; era como se ela fosse sua segunda mãe. O carinho, a admiração e o respeito vieram naturalmente em pouquíssimo tempo de convívio com a ômega mais velha.
- Venham! Vamos entrar. - Byunghun chamou.

Todos entraram animados depois de toda a tensão da madrugada. Chan permaneceu parado na entrada da casa, sem saber se deveria ou não entrar. Não tinha ideia se era bem-vindo ou não. Observou a fachada da grande casa; ela não era nada parecida com o que imaginou. A cor amarela chamava a atenção, parecia um girassol gigante, quente e brilhante, destoando das outras casas de cores neutras e apagadas do condomínio luxuoso.

- Ei, você! Vai ficar parado aí até quando, mané? - disse Jeongin, chamando sua atenção.
- Eu?
- É você mesmo. Tem outro mané parado na entrada? Entra logo, cara. - falou, dando as costas e entrando em casa.

Chan respirou fundo antes de entrar na grande casa. Esperava um ambiente impessoal ou até mesmo uma sensação de frieza, mas foi surpreendido pelo aconchego. A sala tinha vida, cores, e realmente parecia que as pessoas moravam ali. Havia luxo, com obras de arte caríssimas, mas elas dividiam espaço com desenhos infantis em porta-retratos, almofadas de crochê e um par de chinelos esquecidos embaixo da mesa de centro.

- Fiquei tão preocupado com você, pequeno. - Byunghun disse antes de depositar um beijo na testa de Hyunjin.

- Desculpa, tio.
- Não peça desculpa, nada foi culpa sua.
- Mas...
- Não vamos mais falar disso. Eu já cuidei de tudo, esse assunto morreu aqui, tudo bem?
- Tudo bem. - Concordou de bom grado, sorrindo agradecido.

- Alfas, vamos subir. Precisamos conversar.

- Jinnie, primeiro você vai tomar um banho gostoso e depois pode se juntar a nós. Você quer nos ajudar, Jinnie? - Soojin perguntou, sorridente, para Hyunjin.
- Sim, quero me distrair.

Na verdade, não havia muito o que fazer; a ômega mais velha já tinha feito quase tudo com a ajuda dos empregados, devido à ansiedade mais cedo.

Os cinco alfas passaram aproximadamente duas horas no escritório, entre ligações e videochamadas com as mais variadas pessoas. Chan saiu de lá um tanto pálido e nervoso.
- Preciso de um pouco de ar fresco e de um momento sozinho.

Olhando a cara pálida de Bang, Jeongin o guiou para a varanda do terceiro andar da casa.
- Aqui você terá mais privacidade. Tem um banheiro ali e uma cozinha de apoio do outro lado, se você precisar. - Bang parecia suado e Jeongin ficou um pouco mais preocupado. - Acho que você deveria jogar uma água gelada no rosto e beber um pouco de água.
- Obrigado, só preciso de um ar.
- Ok, se precisar de alguma coisa, é só chamar. Estaremos no jardim dos fundos.
- Ok, obrigado.
- De nada. - Jeongin deu uma última olhada no alfa antes de sair. Parecia que a conversa no escritório não tinha sido boa para ele.

Na cozinha, a bagunça reinava. De última hora, Hyunjin teve a ideia de fazer uma receita que tinha visto recentemente na internet: brigadeiro. Ele só não sabia que isso iria ser um caos total. Jisung comia mais do que enrolava os doces, Seungmin deixava cair mais granulados do que conseguia grudar nos doces, e Felix apanhava para tirar as forminhas de papel que estavam encaixadas umas nas outras. Soojin ria com vontade dos quatro ômegas bagunceiros; amava ter a casa cheia de vida. A presença deles deixava a casa mais alegre.

Chan observou a paisagem da varanda. O vento fraco não conseguia bagunçar seus cabelos, apenas balançava alguns fios. Seus ouvidos captaram o som de risadas, e seus olhos foram atraídos para o jardim. A risada de Changbin era inconfundível, e por um momento ele se sentiu traído ao ouvi-lo rir. Mas sabia que esse sentimento era errado; Changbin estava sempre lá para ele, para ouvir seus problemas, para ajudar quando precisasse, para dividir as alegrias e para dizer coisas que ele não queria ouvir também. Viu quando o amigo correu para abraçar Jisung, sabia que Changbin estava feliz.