20/9
"Parei para observar a tapestaria genealógica da nossa família no Hall principal do castelo, é bela, e bem longa, por mais que partes dela estarem bem rasgadas.
Felizmente, os barulhos constantes do calabouço foram aquietados. Os guardas devem ter matado finalmente o demônio, ou pelo menos ameaçado ele, mas não acho que aquilo entende língua de pessoas. A moça também está quieta, o que é bom, talvez finalmente aprendera seu lugar, mas algumas vezes continua com seu tom gélido e sarcástico. Se não fosse tão bela, já teria mandado-a para as grades por ter uma boca tão suja com o futuro rei.
Hoje, a vi novamente tentar entrar na prisão de pestes, aquele demônio tem algo haver com ela, tenho certeza disso, talvez ela foi enfeitiçada, ou talvez ela em si é outro demônio, como pode ser tão bonita? É quase uma maldição de como ela faz meu coração palpitar...
Essa noite, planejo confrontar-lá, ver a razão dela aparecer aqui."
De noite, o barulho de uma pena passando pelo papel ruidamente e apressadamente espalha-se pelo quarto
"Aquele demônio... Aquele demônio escapou! Ouvi os barulhos da suas garras arrastando pelo chão de pedra das masmorras, os gritos dos guardas ecoando pelo castelo! Eu corri para a torre mais alta, talvez a besta esqueça de mim, já não sei se meus pais estão vivos, se não, eu serei rei mais cedo-"
Os pedaços de papel se encontram em uma poça de sangue seco, com o tom de tal sendo amarelado, com uma passagem de tempo clara
