Capítulo 1

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Amaury e Diego se conheciam desde o ensino médio. Ingressaram em uma escola nova, depois de ter passado a vida inteira estudando em outra cidade. Amaury vinha de Congonhas, uma cidade de BH. Já Diego vinha de Campinas, uma cidade do interior de SP.

A mudança se deu por motivos profissionais. O pai de Amaury conseguiu um emprego novo que pagava  o dobro do que ele estava ganhando e a mãe de Diego havia sido convocada em um concurso público. A família de ambos não exitou ao ir para a grande capital.

O Preto era muito inteligente, mas não gostava muito de estudar. Acabou reprovando 3 anos durante o percurso escolar, ao contrário de Diego, que entrou no ensino médio aos 13 anos porque havia pulado algumas series.

Como eram os novatos na escola, não tinham amigos na sala, tampouco na cidade. Acabaram se aproximando e se tornaram melhores amigos inseparáveis. Por causa d o incentivo de Diego, Amaury acabou se dedicando aos estudos, o que Dona Fátima amou. Via Diego como aquele amigo que era um bom exemplo a ser seguido.

Conheciam a família um do outro, e ambas faziam gosto por aquela amizade.

Ainda no primeiro ano do ensino médio, Diego se assumiu para a sua família. Teve medo de seu melhor amigo se afastar, mas não ocorreu. Pelo contrário, o outro deu a maior força e ainda se meteu em várias brigas para defender o ruivo.

Amaury era alto, forte e chamava a atenção de todas as garotas do colégio. Era um canalha, destruía todos os corações e não se importava de magoar as meninas. A única pessoa com a qual ele se preocupava em não magoar e não ferir o coração, era Diego.

Compartilharam segredos, aventuras e muitas primeiras vezes de tudo que possam imaginar.

Diego ficou com vários garotos depois que a escola inteira ficou sabendo que ele era assumido. Até namorou com um por 8 meses, mas nada dava muito certo porque ele era um tanto tímido demais e o mais   importante,  ele tinha uma paixão platônica por Amaury e nunca se permitiu deixar a ficha cair com medo de estragar a amizade.

Flashback on

Durante a festa final do terceiro ano, eles beberam até cair. Estavam felizes pelo fim daquele ciclo e pela aprovação no vestibular. Riam do vento e andavam cambaleando segurando um no outro na tentativa de evitar mais quedas.

Andaram sem destino e acabaram pulando o muro de um Park privado. Como conseguiram esse feito, bêbados como estavam? Difícil de responder. Tinham consciência que estavam fazendo algo errado, então para não correr o risco de serem pegos caso tivesse algum segurança ali dentro, eles ficaram onde havia mais árvores.

Estavam próximos demais e ao perceber a proximidade, os olhos de Amaury desceram para os lábios de Diego, que estavam bem mais vermelhos devido ao vinho que tinha tomado. O coração do ruivo acelerou, ele não acreditava que aquilo estava acontecendo. Os olhos negros passeavam de sua boca a seus olhos lentamente.

Apenas se olhavam, sentindo as chamas do desejo percorrerem seus corpos. Diego não pensou muito, fechou os olhos e encostou seus lábios nos de Amaury. Ficaram alguns segundos com os lábios colados, até que o preto agarrou forte os cabelos da nuca do ruivo, fazendo com que eles se afastassem. Diego arfou, o outro o afastou apenas para poder olhar para aqueles olhos cor de mel, que para ele era o par de olhos mais lindos. As pupilas de Diego estavam dilatadas, Amaury o puxou de volta, enfiando a língua na boca do outro sem nenhuma delicadeza.

As mãos foram passeando e o clima esquentando até Diego se afastar.

— Maury, se a gente continuar assim... você sabe onde vai dar, né? E você mais do que ninguém sabe que eu não sou tão experiente.

Não se case, please | Dimaury Onde histórias criam vida. Descubra agora