Capítulo 2

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Nos dias que precederam o casamento, uma das coisas que Diego fez foi acompanhar Amaury na prova final do terno. Era um terno na cor verde, bem ajustado. Amaury parecia um príncipe e o ruivo estava um pouco emocionado com medo de perder o amor da sua vida por nunca ter tido a coragem de se declarar. Poderia ser o casamento dos dois, mas não era, e doía demais.

Diego não queria que seu amigo o visse chorar, correu para o provador para provar sua roupa. Amou o caimento, a cor e amou principalmente saber que foi Amaury que escolheu pensando em como ele ficaria dentro daquele terno. Era incrível o quanto se conheciam bem.

O alfaiate achou seu trabalho maravilhoso e pediu para tirar uma foto dos dois juntos. Amaury deu o braço para que Diego pudesse segurá-lo e ficaram lado a lado. Havia uma distância entre eles, o ruivo saiu sério olhando para frente, ao contrário de Amaury que que o olhava com um grande sorriso.

Na segunda foto eles já estavam próximos demais, Diego agarrou o braço de Amaury com as duas mãos e encostou a cabeça no ombro do amigo, que reclinou um pouco o corpo e encostou a sua cabeça na do outro. Nessa, ambos tinham um semblante de paz, de abrigo.

As fotos ficaram no celular de Diego, que não quis enviá-las a Amaury. Disse que aquelas seriam apenas dele.

Amaury aproveitou aquele momento dos dois juntos e entregou as alianças para Diego. Pediu que ele fosse o guardião delas e que as entregasse apenas no dia do casamento.

Foram a um café depois, mas Diego não conseguiu ficar muito tempo ouvindo Amaury falar sobre o casamento. Ele estava se sentindo um péssimo amigo, mas mesmo assim ele não demorou muito e disse que voltaria ao hotel, pois precisava revisar um texto para fazer um teste quando voltasse para São Paulo.

— Diego, você sabe que essa vaga já é sua, não é? Não tem ninguém que tire esse papel de você se você o deseja. Você sempre consegue o que quer.

— Aparentemente não estou conseguindo o que eu quero agora.

— E o que você quer? Desculpa ficar só falando do casamento e não ser tão atencioso como você merece. Você sabe que eu tô feliz demais de ter você aqui comigo.

— Tudo bem, Maury. Não precisa se desculpar por isso, eu entendo. Bom eu quero mesmo voltar para o hotel. A Thalita me mandou dez mensagens pedindo para ir com ela ver as flores amanhã, então vou ter que acordar cedo. É melhor eu ir.

Ele se levantou contornando a mesa, abraçou Amaury que continuou sentado, afagou a barba dele e deixou um beijo no rosto.

Antes que Diego pegasse seu celular em cima da mesa para ir embora, Amaury percebeu uma notificação que chegou com a simples mensagem de Bruno: "e ai baby? me liga, saudades". Ele reparou que ao lado do nome do contato tinha um coração.

— Tchau, Preto. — E ele se foi.

Já no quarto do hotel ligou para Bruno outra vez. Precisava desabafar.

📞 Ai amigo, a gente provou as roupas e parecia que era o nosso casamento. A gente combina tanto, ele é tão meu, eu sou tão dele.

📞 Ai você acordou, né?

📞 Que idiota, Bruno! Mas assim, eu tô com o coração apertado. Ele até me entregou as alianças para que eu as guardasse. Ele parece feliz, será que não é ele que está sonhando? Vou te mandar as fotos que a gente tirou com a roupa. Me diga que não somos um casal perfeito.

📞 Bom, realmente vocês formam um belo casal. E pelo jeito que ele te olha ele quer muito bem a você. Ele passa um olhar de amor. Você provou a aliança não foi?

📞 Sim, ela coube certinho no meu dedo. É pra mim Bruno. EU VOU ME MATAAAAAAR. E amanhã eu ainda tenho que me fazer de bom moço pra fubanga que me chamou pra ver as flores. Não pude negar senão o Amaury ia me odiar.

Não se case, please | Dimaury Onde histórias criam vida. Descubra agora