Capítulo 1

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Notas: hello, lindas. Isso aqui era para ser uma OneShot com capítulo único, mas decidi dividir em alguns capítulos. Então já aviso que será uma história bem curta, espero que gostem. 

"Oh, I think that I found myself a cheerleader! She is always right there when I need her, she walks like a model, she grants my wishes like a genie in a bottle, yeah, yeah, 'Cause I'm the wizard of love and I got the magic wand, all these other girls are tempting but I'm empty when you're gone."


Point of View: Rebeca.

Hoje faz exatamente um ano que me mudei para os Estados Unidos. Foi muito difícil deixar tudo para trás, minha família, meus amigos, a minha cultura e tudo o que amo no Brasil para viver essa experiência e aproveitar a oportunidade que muitos gostariam de ter. Afinal de contas, uma jogadora de futebol americano não tem muito futuro no meu país.

Aqui recebemos um suporte notório e também tenho a oportunidade de cursar a faculdade dos meus sonhos com a bolsa atlética: psicologia. Quase ninguém entende o que isso tem a ver com o esporte que escolhi praticar, mas no fundo, está tudo relacionado. Se eu desejo realmente alcançar o sucesso como jogadora algum dia, a primeira coisa que devo preparar é o meu emocional. E conhecer profundamente sobre isso me fascina.

Adoro estudar. Adoro treinar, adoro estar ocupada o tempo inteiro e não desperdiçar nenhum minuto do meu tempo com coisas que não valem à pena.

Bom, é aí que chegamos em um ponto muito engraçado... Logo eu, que valorizo tanto o meu tempo, tenho passado bastante dele sentada em uma arquibancada apenas para assistir a quase todos os treinos das Cheers.

Por quê? Não estou interessada em me tornar uma delas nem nada do tipo. Estou interessada em ter uma delas para mim. Em específico, a líder. Simone Biles. A patricinha mimada que mexeu com a minha cabeça desde o primeiro dia que a vi em ação. Simone tem habilidades inquestionáveis e na primeira apresentação da equipe ficou óbvio o motivo dela ter sido escalada como líder.

Ninguém faz o que ela faz.

Essa coisa de ser a melhor me instiga. Ela sabe que é a melhor, ela se comporta como a melhor. E isso inclui toda a marra que aquela baixinha tem quando desfila pelos corredores com suas fiéis seguidoras, Sunisa e Lorrane. O uniforme das Cheers nunca está fora de seu corpo, o que eu particulamente acho ótimo, aquelas mini saias ou shortinhos deixam suas coxas grossas à vista o tempo todo.

Deus, aquelas coxas...

E os braços?

O sorriso.

Eu poderia fazer uma lista enorme de razões pelas quais estou interessada em Simone. Mas primeiro, preciso fazer uma lista de ideias para me aproximar e conquistar o coração dessa garota. 

Apesar de ter sido escalada como a quarterback do meu time, a posição mais importante, isso não me torna um alvo para ela. Sou brasileira, uma imigrante, estrangeira que não fala o inglês cem por cento corretamente e ainda tem costumes que fazem os americanos rir o tempo todo. Por que ela iria olhar pra mim, afinal? Ela tem todos aos seus pés.

Mas não importa.

Como eu disse, sou dedicada a tudo o que realmente me interessa. E estou dedicada a ficar com ela.

— Para de babar, cara. Você já é feia naturalmente, com essa cara aí fica pior. — Dou um soco no ombro de Jordan quando ela se senta ao meu lado no topo da arquibancada enquanto faz esse comentário idiota.

Jordan foi a primeira amiga que fiz quando cheguei aqui. Ela também veio da América Latina para jogar futebol e nós passamos a dividir um apartamento próximo ao campus, já que os dormitórios que eles disponibilizam com a bolsa de estudos é pouco confortável. 

— Você diz isso como se não tivesse vindo pra babar na treinadora também. — Ela me retribui o soquinho no braço e nós rimos.

Jordan é apaixonada pela treinadora das Cheers, a senhorita Barbosa. É muito divertido assistir a forma que minha amiga se humilha pela mulher que claramente não quer nada com ela. Existem boatos pelo campus de que a senhorita Barbosa tem um caso com o fisioterapeuta do time de futebol, e Jordan ODEIA ele por isso. 

— Tem festinha hoje na fraternidade de Lacrosse, vamos? — Jordan me pergunta, mas não consigo tirar meus olhos do campo.

Simone está treinando, dando as várias piruetas e mortais que apenas ela consegue. Fico impressionada, acho que jamais conseguiria fazer algo parecido com isso. Ainda bem que sou boa no futebol.

Em determinado momento, nossos olhares se cruzam. Ela sabe que venho aqui só por causa dela, não é boba. Em todas as oportunidades que tive de estar perto dela, deixei claro o meu interesse. Ela abre um sorriso sem jeito e se vira para o outro lado, como se quisesse fugir do meu olhar. 

O que também é bom, desse ângulo consigo ver sua bundinha perfeita e arrebitada. Ela é toda perfeita. Solto um suspiro ridiculamente apaixonado e Jordan me atinge com um tapa no braço.

— Que foi? — Eu pergunto sem paciência. — Eu não quero saber de festas, tem treino amanhã às seis. O treinador vai acabar com a nossa raça se não estivermos dispostas.

— Fiquei sabendo que a equipe de Cheers toda vai estar lá. — Eu me viro rapidamente para ela pela primeira vez desde que Jordan chegou.

— Como você sabe?

— A Sunisa contou pra Flavia. — Eu rio quando penso que cada pessoa do meu grupo de amigas está envolvida de alguma forma com a equipe de torcida. Flavia, a nossa "mascotinha" do time está namorando com uma das Cheers mais populares, Sunisa Lee, melhor amiga de Simone. É ótimo porque ela sempre me traz informações importantes como essa.

— Jord, vamos nessa. — Eu digo me levantando e arrumando o cabelo para colocar meu boné.

— Nós vamos embora antes de acabar o treino? — Ela está se referindo ao treino das Cheers, óbvio, não ao nosso.

— Nós temos que nos arrumar para essa festa. — Ela solta sua risada mais alta e escandalosa quando digo isso, atraindo a atenção das garotas. Dou um leve empurrão em seu ombro e jogo minha mochila nas costas para dar o fora dali antes que Jordan me faça passar mais vergonha.

Cheerleader (Rebiles ShortFic)Onde histórias criam vida. Descubra agora