Capítulo 2

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Point of View: Rebeca.

Passa um pouco das dez da noite quando Jordan finalmente decide que está pronta. Se tem algo que ela sabe fazer bem, é demorar para se arrumar, mas hoje ela se superou. Quando finalmente ouço sua voz avisando que está descendo, aproveito para conferir minha aparência no espelho pela última vez.

De uma coisa ninguém pode me acusar: de ser feia. Dou uma risada interna com esse pensamento. Estou usando uma calça jeans que se ajusta perfeitamente às minhas pernas, uma regata branca e, claro, a jaqueta do time. Tenho um certo apego por ela, e não sou a única. Aqui, todo mundo reconhece uma jogadora de futebol pela jaqueta; é quase um uniforme extraoficial.

Quando Jordan surge na sala, não consigo conter o riso. Estamos praticamente com a mesma roupa! A única diferença é que ela escolheu um cropped no lugar da regata. Por sorte, nossos tênis são bem diferentes. Jordan, obcecada pelos tênis da Nike Jordan (por causa do nome, claro), tem uma coleção de fazer inveja. Eu? Estou com um tênis branco qualquer, simples e confortável.

— Vamos pegar a Flavia no dormitório? Como vai ser? — pergunto, jogando as chaves do carro no bolso.

Meu carro não é grande coisa, apenas um Jetta de segunda mão, fruto de economias bem suadas. Mas ele nunca me deixou na mão, e é isso que importa.

— Não, ela está na casa da Sunisa. Elas vão juntas. — Isso me deixa animada.

— Então a Simone vai junto? — Jordan revira os olhos e me puxa porta afora.

O caminho até a fraternidade dos jogadores de lacrosse leva uns vinte minutos. As noites de Austin nessa época do ano são agradáveis, nem quentes, nem frias — perfeitas para festas. Já dá para ouvir a música alta de longe, e quando chegamos, a casa de dois andares está cercada por gente e carros estacionados por todos os lados. Encontro um bom lugar para deixar o meu e seguimos em frente.

Jordan, mesmo sendo uma imigrante como eu, parece conhecer todo mundo. Ela é um verdadeiro ímã social. Metade da universidade já caiu no seu charme, e isso inclui as garotas. Eu, por outro lado, sou mais discreta e seletiva. Desde que cheguei, só fiquei com três garotas. Quase namorei com uma delas, a Dinah, do clube do coral, mas ela me trocou pela ex-quarterback, Normani. Pelo menos o título de quarterback eu conquistei.

— Oi, meninas! — A voz de Quinn, uma das cheerleaders, chama minha atenção. Então elas já estão todas aqui.

— Oi, linda. — Jordan toma a frente, passando o braço ao redor da cintura da loira e a levando para dentro.

Eu sigo sozinha, observando a festa que já está em pleno vapor. A casa é uma zona completa: como sempre. Tem uns doidos se pendurando na escada, gente dançando em cima da mesa, algumas rodas, garrafas e mais garrafas de bebidas circulando. Vou até a mesa de ponche e me sirvo, torcendo para que ainda não esteja batizado, afinal, eu estou dirigindo.

Eu circulo pela festa durante uns dez minutos até finalmente encontrar o que estou procurando. Lá está ela, Simone Biles. Perfeita, mesmo usando um moletom azul gigante que cobre até metade das coxas. Nem sei se ela está de short por baixo. E o tênis? Branco, assim como o meu. Como pode ficar tão linda sem fazer o menor esforço? Ela nem precisa usar decotes enormes para se destacar, como noventa por cento das meninas nessa festa. Talvez ela nem queira mesmo se destacar. Mas para mim é impossível.

Meus olhos só enxergam Simone Biles. E aquelas mechas adoráveis do cabelo que escapou do coque e cai perfeitamente nas laterais de seu rosto.

Ela está acompanhada de umas quatro outras Cheers, exceto por Sunisa que deve estar por aí agarrada com a nossa mascotinha. Preciso dar um jeito de me aproximar, mas elas estão sentadas em uma roda fechada, bebendo e rindo, enquanto passam um baseado de mão em mão.

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⏰ Última atualização: Sep 10 ⏰

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Cheerleader (Rebiles ShortFic)Onde histórias criam vida. Descubra agora