𝐂𝐚𝐩í𝐭𝐮𝐥𝐨 𝟎𝟏𝟗

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*Aviso +18*

Narrador
King's Landing, 110 DC

Rhaenyra se encontrava novamente no grande salão dos deuses Valirianos. O local estava deserto, apenas sussurros distantes ecoavam pelo ar.

— Por que me trazem aqui de novo? — a Targaryen gritou com toda sua força.

Após o grito, o salão mergulhou em um silêncio profundo.

De repente, a figura de Syrax, a deusa valiriana, emergiu da escuridão. Ela era uma visão hipnotizante de beleza e poder. Seus longos cabelos prateados brilhavam como a luz da lua, entrelaçados com ramos de videira e cachos de uvas maduras. Seus olhos translúcidos, profundos e enigmáticos, pareciam enxergar através do tempo, carregando a sabedoria dos séculos.

Vestida com um manto leve que flutuava ao redor dela, Syrax exalava uma presença ao mesmo tempo serena e imponente. Atrás dela, dois pares de asas de dragão se destacavam, emergindo de suas costas.

Rhaenyra ficou petrificada diante da aparição. O coração acelerou, e um misto de fascinação e temor tomou conta dela. Pela primeira vez, ela estava cara a cara com um dos deuses, que jamais imaginou ver. Syrax parecia irradiar uma energia que a puxava, uma força irresistível que a fazia se sentir pequena e poderosa ao mesmo tempo.

— Rhaenyra Targaryen. — a voz de Syrax ecoou pelo salão, carregada de uma autoridade ancestral e um mistério profundo. — Nem tudo será conquistado facilmente. Sacrifícios serão exigidos, e sangue inocente será derramado. O fogo consumirá tudo ao seu redor.

As palavras da deusa fizeram o salão estremecer, e a visão de Rhaenyra começou a embaçar. De repente, uma série de flashes começou a surgir diante de seus olhos. Ela sentiu como se estivesse sendo puxada através do tempo e do espaço, forçada a testemunhar o que estava por vir.

Primeiro, ela viu uma mão sendo decepada, o som do corte e o grito ecoando em seus ouvidos. Uma joia dourada caiu no chão de madeira, girando lentamente até parar, coberta de sangue. Traição e punição.

Em seguida, a visão mudou para uma figura caída, a coroa rolando pelos degraus, enquanto os sinos da Fortaleza Vermelha soavam alto, cavalos brancos se espalhavam pela cidade.

Então, duas coroas apareceram, lado a lado. A primeira era a de Aegon, o Conquistador, feita de aço e rubis; a segunda, a de Jaehaerys, uma coroa dourada e ornamentada.

Sangue escorria pelas pedras, formando rios vermelhos e ardentes. Dragões se erguiam, imponentes, voando sobre um campo de batalha devastado. Eles lutavam com fúria, cuspindo fogo um contra o outro, enquanto o céu era rasgado por seus rugidos. A terra tremia sob o peso da batalha, e o cheiro de carne queimada dominava o ar.

Finalmente, uma voz ecoou na mente de Rhaenyra, a mesma voz de Syrax, mas agora mais suave e profunda: — Do seu sangue virá o Príncipe que Foi Prometido e sua vontade será a Canção de Gelo e Fogo.

Nesse momento, uma Rhaenyra mais velha com uma barriga protuberante, uma mão pousando sobre o ventre enquanto uma chama dourada parecia brilhar ao redor dela.

Enquanto a visão se desenrolava, Rhaenyra viu a mulher caminhar lentamente em direção à fogueira, suas vestes esvoaçando ao vento, iluminadas pelas chamas crescentes. No céu escuro acima, um cometa vermelho cruzava o firmamento, deixando um rastro ardente que parecia cortar a noite como uma lâmina flamejante. O cometa brilhou intensamente, seu reflexo dançando nas chamas da fogueira, como um presságio de algo grandioso e inevitável.

A mulher parecia determinada e destemida, e o ar ao seu redor tremulava com o calor intenso. Ela entrou no meio das chamas sem hesitação. O fogo envolveu seu corpo como se fosse uma segunda pele, lambendo suas vestes e cabelos.O calor e o brilho eram insuportáveis, mas a mulher permanecia de pé no centro do inferno ardente, sua figura se destacava entre as labaredas. O som do crepitar das chamas misturava-se a um estranho silêncio profundo, e Rhaenyra sentiu sua respiração se prender em antecipação.

𝑶 𝑴𝒂𝒖 𝑹𝒆𝒔𝒔𝒖𝒓𝒈𝒊𝒅𝒐Onde histórias criam vida. Descubra agora