CAPÍTULO QUATRO
1976, hogwarts
A verdade inegável era que Maelys Malfoy nunca se deixara seduzir pelo encanto efêmero das festas, ainda que por breves instantes fosse irresistível sentir o brilho dos olhares voltados para si, como constelações enredadas em seu magnetismo natural. Havia algo deliciosamente perverso na forma como ela dominava o espaço, onde cada sorriso calculado ou desvio sutil de olhar poderia evocar um espectro inteiro de reações. Entre o ódio ardente e a admiração silenciosa, o desprezo e o fascínio, Maelys jogava com as emoções alheias como quem movimenta peças de um intrincado tabuleiro. Mas, em uma festa como aquela, em meio à multidão ruidosa de estudantes, ela se sentia deslocada, como uma rainha obrigada a vagar em um reino que não era o seu.
A sala pulsava com uma energia desenfreada, uma confusão de cores e sons que pareciam se sobrepor em uma harmonia caótica. Alunos de todas as casas se amontoavam em grupos, as conversas flutuando como murmúrios de marés. Risos explodiam aqui e ali, e Maelys, com sua percepção afiada, rapidamente captou os olhares furtivos dos estudantes mais jovens — do quarto ano, sem dúvida, intrusos no caos das festividades. Suas risadinhas nervosas e olhares admirados denunciavam sua imaturidade diante do frenesi que os cercava.
Por um instante, Maelys hesitou. Algo dentro dela questionava a decisão de cruzar as portas da comunal da Sonserina naquela noite. Talvez tivesse sido melhor permanecer em seu refúgio habitual, longe do turbilhão. Mas Freya Astley, com sua determinação envolta em charme inegável, sempre sabia como dobrar a vontade de Maelys. Havia algo quase magnético no brilho de seus olhos, e Freya, com uma leveza que parecia tirar Maelys do chão, convenceu-a a sair de sua concha. E assim, como um pássaro apanhado pelo vento, Maelys fora arrastada para a festa, ainda que seu espírito relutasse em se entregar ao momento.
As duas andavam de mãos dadas, dedos entrelaçados como uma corda de salvação que as mantinha unidas em meio ao oceano de corpos ao redor. A multidão era uma presença constante e sufocante, empurrando-as de todos os lados, como se quisesse separá-las. No entanto, os passos de Maelys e Freya eram sincronizados, movidos pela mesma impaciência. Estavam à procura de Pandora, cuja presença etérea parecia se esconder em algum canto esquecido da festa. A mesa de bebidas e comidas, onde haviam combinado de se encontrar, permanecia uma miragem inalcançável.
A sala estava imersa em risadas e vozes elevadas, o ar saturado pelo aroma doce das tortas e dos ponches, e no entanto, a busca continuava infrutífera. A luz mágica, flutuando acima de suas cabeças, projetava sombras dançantes sobre os cabelos de Maelys, realçando os traços decididos de seu rosto. Ao seu lado, Freya mantinha os olhos atentos, embora a tensão crescente fosse perceptível. Ambas esperavam que Pandora surgisse a qualquer momento, com seu sorriso radiante iluminando o caminho em meio à multidão.
Entretanto, q situação não era facilitada pela ausência de Régulos. O jovem Black havia se recusado a sair do que as amigas chamavam de seu "ninho", um refúgio mental que ele construíra para se proteger das tensões que o afligiam. Régulos estava visivelmente abatido, a angústia refletida em suas olheiras e no peso que parecia carregar sobre os ombros. Mesmo sob a máscara de indiferença que ele ostentava, Maelys sabia que ele sofria profundamente, especialmente em relação ao irmão. Mas, como era de seu feitio, Régulos levaria tempo para admitir esses sentimentos, se é que um dia o faria. A Malfoy respeitava seu silêncio, embora a preocupação por ele fosse uma sombra constante em sua mente.
Maelys suspirou profundamente, um som que parecia carregar todo o peso de sua irritação, escapando como o vento antes de uma tempestade iminente. Seus dedos apertaram firmemente o braço de Freya, puxando-a para trás com uma determinação silenciosa. O movimento, embora sutil, interrompeu o passo da amiga, e o ar ao redor delas ficou tenso, como se o mundo estivesse aguardando o próximo movimento da Malfoy. Finalmente, seus olhos azuis encontraram o que procuravam — ou melhor, quem. Pandora Rosier estava ali, mas para o desgosto da Malfoy, não estava sozinha. Ao seu lado, a figura excêntrica de Xenofílio Lovegood brilhava.
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𝐋𝐎𝐍𝐆 𝐋𝐈𝐕𝐄 ━━ 𝖘𝖎𝖗𝖎𝖚𝖘 𝖇𝖑𝖆𝖈𝖐
Fanfictionʿ💞ꜝꜞ ᳝ ࣪ 𔘓 𝐋𝐎𝐍𝐆 𝐋𝐈𝐕𝐄 ⎘ ་ ᳝ ◝ ⠀⠀❙❚❙❘❙❙❚❙❘ ♡ ... → 〔𝚂𝙸𝚁𝙸𝚄𝚂 𝙱𝙻𝙰𝙲𝙺 𝙵𝙰𝙽𝙵𝙸𝙲𝚃𝙸𝙾𝙽 ! 〕 ⠀━━ ˖ ★ ꒷ NOS CORREDORES de Hogwarts, onde as sombras dançavam ao compasso das velas acesas, Maelys Malfoy deixava sua marca. Platinada e d...