Comoção

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Enzo odiava muitas coisas particularmente. Mas o que ele mais odiava não era uma coisa, e sim uma pessoa.

Rodrigo Martins.

Enzo o odiava por que ele era perfeito. Odiava tudo nele. Odiava aqueles cachos pretos e bem cuidados, aqueles olhos tão escuro que não dava de ser ver a pupila e que pareciam brilhar sempre que olhava, odiava ele ser estupidamente alto e se destacar numa multidão, odiava aquele sorriso raro de ser ver, mas quando era exibido tirava o fôlego de qualquer um, odiava como o aparelho em seus dente o deixava somente mais bonito, odiava aqueles ombros largos e tudo mais.

E o que mais odiava nele era aquela voz.

Rodrigo tinha a uma voz grossa, com um grave incomparável, era algo gostoso de se ouvir.

E também o odiava porque Martins também não gostava muito dele.

Isso era perceptível a qualquer pessoa que olhassem para eles dois junto, sempre brigavam até pelos motivos mais insignificantes.

Rodrigo's POV:

"Eu mereço mesmo". Pensou enquanto ouvia uma garota se declarar para si, já era irritante ter que parar para ouvir e fingir ser compreensível, mas parar logo na hora da saída era sacanagem consigo.

Mas seus apelos silenciosos sumiram quando viu algo de seu interesse, viu Enzo chegando. Até pensou em irrita-lo com alguma piada ou indireta, mas ficou surpreso.

Vieira tinha uma aparência abatida, andava cabisbaixo e pensativo, porém aparentava não gostar de seus próprios pensamentos. Mas ficou mais surpreso ainda quando reparou nos olhos do mais baixo, estavam levemente vermelhos e querendo marejar.

Diferente do menino alegre e comovente de todo dia.

"Ele quer chorar?". Pensou ainda o olhando, o mais baixo passou por ele o ignorando totalmente, sem gracinhas, sem piadas, sem discussões.

Rodrigo sentiu-se deslocado, parecia que as implicações viraram algo cotidiano, sentiu falta.

Não assumiria nem se o obrigassem, mas o de óculos apenas provocava Vieira para ter aqueles olhos castanhos em si, achava atraente a coloração vermelha que ficava em seu rosto quando se estressava, o jeito que revirava os olhos.

Gostava quando o outro rebatia sua provocações, gostava da atenção do menor em si.

Vê-lo daquele jeito o deixou comovido de certa forma, mesmo sabendo o por quê. Quando chegou a escola, a virou de cabeça para baixo atrás de Enzo para vê-lo, quando o viu e percebeu que estava aparentemente bem se retirou sem ninguém perceber para evitar perguntas.

Quando soube o que Marcus fez sentiu vontade de soca-lo até a morte, mas não saberia explicar o por quê de ter feito.

- Rodrigo?. - Perguntou a menina a sua frente.

- Tenho que ir. - Não se importou com a forma rude que pareceu, ele aturou até demais, estava sem paciência para isso, tinha mais o que fazer.

Havia outras pessoas mais interessantes.

Minha dose de anti-amorOnde histórias criam vida. Descubra agora