you don't need to save me, but would you run away with me?

45 7 3
                                    

Mesmo enquanto conversava e ria com seus amigos, uma parte da mente de Taylor estava voltada para o que estava por vir. Ela sabia que, em algum momento, teria que encarar Emma de novo. E, apesar de ter ensaiado e se preparado, uma parte dela ainda estava incerta sobre como as coisas se desenrolariam.

O sinal tocou, chamando os alunos para a primeira aula, e Taylor sentiu um frio na barriga. Filosofia era sua matéria favorita, e isso ajudava a acalmá-la, mas o nervosismo ainda estava lá, escondido sob a superfície. Ela despediu-se dos amigos e se dirigiu para a sala de aula.

Ao entrar na sala, Taylor notou que Emma já estava lá, sentada em uma das cadeiras do fundo. Seus olhares se cruzaram por um breve segundo antes que Taylor desviasse os olhos, dirigindo-se para seu lugar habitual. Mesmo sem trocar palavras, a tensão entre elas era palpável.

A aula de filosofia começou, e Taylor tentou se concentrar, mas era difícil ignorar a presença de Emma, especialmente sabendo que, depois daquela aula, elas teriam que encarar a apresentação do projeto juntas. A aula passou mais devagar do que o normal, como se o tempo estivesse tentando testar sua paciência.

Quando o professor finalmente encerrou a aula, Taylor juntou suas coisas rapidamente e saiu antes que Emma pudesse alcançá-la. Precisava de um momento sozinha antes de enfrentar o que vinha a seguir. Caminhou até um dos corredores mais tranquilos da escola e encostou-se na parede, tentando acalmar o turbilhão de emoções dentro de si.

Ela fechou os olhos por um momento, lembrando-se do ensaio no sábado. A forma como suas vozes haviam se harmonizado, a maneira como Emma parecia genuinamente interessada na música... tudo isso ainda a deixava confusa. Taylor estava acostumada a ser ignorada ou subestimada por Emma e sua turma, mas havia algo diferente no jeito como Emma havia agido durante o ensaio. Algo que Taylor não sabia como processar.

Mas, enquanto tentava se concentrar na apresentação, uma onda de ansiedade começou a tomar conta dela. O peso de todas as expectativas, a tensão de estar ao lado de Emma, e a pressão de provar a si mesma começaram a se acumular em sua mente. De repente, o corredor que antes parecia um refúgio seguro começou a se fechar ao seu redor.

Sua respiração ficou ofegante, e ela sentiu o peito apertar. Era como se o ar tivesse sumido, e a mente de Taylor começou a girar. Ela tentou se concentrar, tentar se acalmar como sempre fazia, mas as técnicas que normalmente a ajudavam não estavam funcionando. O barulho ao seu redor parecia ensurdecedor, mesmo que o corredor estivesse vazio. As paredes pareciam se aproximar, e tudo o que Taylor conseguia fazer era tentar não desmoronar ali mesmo.

Ela escorregou para o chão, sentindo as lágrimas começarem a se formar. Sabia que o sucesso daquele projeto era crucial, mas naquele momento, tudo o que conseguia sentir era o peso esmagador do pânico.

Foi nesse estado que Emma a encontrou. Ao virar o corredor, em busca de Taylor, Emma parou abruptamente ao vê-la no chão, ofegante e claramente em meio a uma crise de pânico. O olhar de Emma suavizou, a arrogância usual desaparecendo por completo.

— Taylor? — chamou Emma, a voz suave, quase hesitante.

Taylor tentou responder, mas as palavras não saíram. As lágrimas desceram por seu rosto, e ela apenas sacudiu a cabeça, sentindo-se completamente vulnerável.

Sem pensar muito, Emma se aproximou rapidamente e ajoelhou-se ao lado dela. Por um momento, ficou sem saber o que fazer, não acostumada a ver Taylor — ou qualquer outra pessoa — tão vulnerável. Mas então, como se algo instintivo a guiasse, Emma colocou uma mão no ombro de Taylor, tentando transmitir alguma calma.

— Ei, está tudo bem... respire comigo, ok? — disse Emma, tentando manter a voz o mais calma possível. Ela começou a respirar profundamente, exagerando os movimentos para que Taylor pudesse acompanhá-la.

Taylor olhou para Emma, os olhos arregalados e cheios de pânico, mas tentou seguir seu ritmo. Foi difícil, mas aos poucos, a respiração começou a se estabilizar, e a sensação de sufocamento foi diminuindo.

Emma continuou ali, ao lado de Taylor, sem sair do lugar, mantendo a mão firme no ombro dela. Quando percebeu que Taylor estava começando a recuperar o controle, Emma deu um leve sorriso de encorajamento.

— É isso, Tay. Respire fundo. Está tudo bem. Estou aqui com você.

Taylor fechou os olhos, tentando se concentrar nas palavras de Emma, e, eventualmente, o pânico começou a recuar, deixando-a exausta, mas aliviada. Ela se permitiu relaxar um pouco, confiando que, pelo menos naquele momento, não estava sozinha.

Depois de alguns minutos, Taylor finalmente conseguiu se endireitar, enxugando rapidamente as lágrimas antes de olhar para Emma.

— Obrigada — sussurrou Taylor, ainda um pouco ofegante, mas começando a se recompor.

Emma assentiu, sem retirar a mão do ombro dela.

— Não precisa agradecer. Só quero que você fique bem. — Ela deu um sorriso pequeno, mas genuíno. — E olha, se precisar de mais tempo antes de irmos para o auditório, podemos esperar. Não precisa se apressar.

Taylor olhou para Emma, sentindo-se um pouco mais segura com a presença inesperadamente reconfortante dela. Mesmo com toda a história complicada entre elas, naquele momento, Emma havia mostrado um lado que Taylor nunca tinha visto antes.

Ela respirou fundo mais uma vez, tentando encontrar as palavras certas.

— Acho que... estou pronta. Vamos fazer isso.

Emma sorriu de leve, mantendo o tom calmo.

— Vamos juntas, então.

As duas se levantaram, e, lado a lado, começaram a caminhar em direção ao auditório. O peso da apresentação ainda estava ali, mas agora, havia uma nova sensação, uma espécie de entendimento silencioso entre elas. E, por mais confuso que isso fosse, Taylor sentia que, de alguma forma, tudo ficaria bem.

DISREGARD | Taylor SwiftOnde histórias criam vida. Descubra agora