Hyunjin era de uma beleza estonteante, quase irreal. Uma beleza que, por vezes, chegava a ser exasperante de tão perfeita. E, ao mesmo tempo, profundamente perturbadora. Lee Minho, seu maior cúmplice e devoto incondicional, nutria por ele uma admiração silenciosa e quase reverente. Encontrava-se à mercê dos lábios cheios de Hyunjin e daquele olhar penetrante, capaz de fazer suas pernas fraquejarem. Compará-lo a um anjo seria natural, dado o encanto que emanava; contudo, havia algo a mais, uma centelha única que reluzia brevemente na escuridão dos olhos de Hwang sempre que seus olhares se cruzavam. E, diante disso, Lee Minho não podia fazer outra coisa senão suspirar, rendido a essa inefável conexão.
Mas esse sentimento era um segredo, um segredo profano que Minho mantinha trancafiado no fundo de seu coração. Ele odiava a perfeição de Hyunjin com uma intensidade quase desesperada. Odiava sua pele suave, os fios sedosos de seus cabelos, o olhar penetrante, e a doçura de sua voz. Não havia um único detalhe que escapasse a esse ódio. Mas, acima de tudo, Minho odiava a própria incapacidade de afastá-lo de seus pensamentos, como se estivesse condenado a ser assombrado por essa presença que o consumia.
E, como um bom devoto, ele aceitaria ser consumido por Hyunjin.
Tudo começou com o início do ano letivo, que trouxe consigo uma enxurrada de novos alunos. Talvez fosse um milagre ou um castigo divino, mas Lee Minho o notou, perdido entre as centenas de estudantes que buscavam seus dormitórios. Foi naquele momento que seus destinos se cruzaram. Hyunjin se aproximou, e Minho se viu paralisado. A voz macia de Hyunjin ecoou em seus ouvidos como uma carícia celestial, atingindo-o de maneira profunda e arrebatadora: "Com licença, você é veterano? Poderia me ajudar a encontrar o quarto duzentos e dezoito?" Por uma ironia cruel do destino, aquele era o quarto de Minho.
A partir daquele dia, a convivência diária com Hwang tornou-se inevitável, e Minho se viu em uma luta constante contra a atração avassaladora que sentia. Tentava, a todo custo, ignorar o efeito perturbador que Hyunjin exercia sobre ele, especialmente quando o via sair do banheiro com os fios de cabelo ainda úmidos, gotículas de água escorrendo por sua pele pálida, e os lábios sempre tentadoramente convidativos. Era um teste de resistência que Minho não sabia se poderia suportar.
Seu peito ardia. Queimava como brasa.
Minho tentava de todas as maneiras afastá-lo, mas Hyunjin parecia determinado a invadir cada espaço que ele cuidadosamente tentava preservar. Ele era sarcástico, sempre com uma piada afiada na ponta da língua, capaz de deixar Minho desconcertado e constrangido. E Lee, sempre tão reservado, respondia apenas com um olhar cortante, mesmo que por dentro seu coração batesse freneticamente, ameaçando revelar a agitação que ele lutava para esconder. Às vezes ele temia que Hyunjin pudesse ouvir os batimentos desenfreados de seu coração, que pareciam prestes a romper suas costelas apenas para se aproximar ainda mais dele. Era uma batalha silenciosa entre o desejo e a resistência, onde Minho tentava, em vão, manter o controle sobre seus próprios sentimentos.
— O que está fazendo? — A voz melodiosa de Hyunjin ecoou pelo quarto, interrompendo o silêncio e capturando imediatamente a atenção de Minho, que, até então, rabiscava distraidamente na escrivaninha. Seu olhar inevitavelmente desceu pela silhueta de Hyunjin, ainda ofegante e coberto de suor após mais um exaustivo treino de basquete. Cada gota que escorria pela pele do mais novo parecia zombar da sua tentativa de manter a compostura. Maldito.
— Você é sempre tão curioso assim? — Minho rebateu, sua voz carregada de sarcasmo enquanto fechava rapidamente o caderno, como se quisesse esconder o que quer que fosse que desenhava. Levantou-se em um movimento brusco, tentando manter a distância quando percebeu que Hyunjin ameaçava se aproximar. — Claro que é.
— E você é sempre tão cordial assim? — Hyunjin replicou com uma expressão divertida, revirando os olhos em resposta ao tom ácido de Minho. Com um gesto despretensioso, jogou a bola de basquete na direção do mais velho, que a agarrou com a mesma naturalidade de quem já conhecia a sequência de eventos que se desenrolaria a seguir.
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𝖽𝖾𝗏𝗈𝗎𝗍𝗂𝗈𝗇. | hyunho
FanfikceLee Minho o detestava. Detestava seus olhos, sua boca, seu corpo. Detestava absolutamente tudo em Hyunjin, e detestava ainda mais o desejar tanto. hyunho +18 | oneshot.