capítulo 10: medos

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Asa não conseguiu dormir direito naquela noite. Seus pensamentos giravam em torno de Rora e dos sentimentos confusos que surgiram durante a reunião com o NewJeans. A ansiedade e a culpa a mantinham acordada, e ela sabia que precisava conversar com alguém sobre o que estava acontecendo.

Na manhã seguinte, enquanto as outras meninas ainda dormiam, Asa decidiu que precisava desabafar com alguém de confiança. Rami, sempre compreensiva e com quem ela tinha uma relação próxima, parecia a pessoa certa para isso.

Asa foi até o quarto de Rami, batendo suavemente na porta antes de entrar. Rami, que já estava acordada e sentada em sua cama, lendo um livro, olhou para cima e sorriu ao ver Asa.

"Oi, Asa. Você está bem?" Rami perguntou, fechando o livro e colocando-o de lado. Ela percebeu imediatamente que algo estava errado pela expressão séria no rosto de Asa.

Asa respirou fundo e se sentou ao lado de Rami na cama, sentindo o peso do que estava prestes a dizer. Ela hesitou por um momento, tentando encontrar as palavras certas.

"Rami, eu preciso falar com você sobre algo... algo que tem me incomodado muito ultimamente," Asa começou, sua voz soando mais baixa e insegura do que o normal.

Rami, percebendo a seriedade do momento, assentiu e colocou uma mão reconfortante sobre o ombro de Asa. "Claro, Asa. O que está acontecendo? Você pode me contar qualquer coisa."

Asa mordeu o lábio, desviando o olhar por um instante antes de voltar a encarar Rami. "Eu... eu acho que estou começando a sentir algo por alguém," ela admitiu, sua voz tremendo levemente. "E esse alguém é... Rora."

Rami ficou em silêncio por um momento, processando a confissão de Asa. Ela podia ver o conflito e a dor nos olhos de Asa, e sabia que não era fácil para ela admitir isso.

"Você gosta da Rora?" Rami perguntou gentilmente, tentando ajudar Asa a se abrir mais.

Asa assentiu lentamente, sentindo o peso de suas próprias palavras. "Sim, eu acho que sim. Mas... isso é errado, Rami. Somos duas garotas, e isso... isso não pode acontecer. Não posso colocar o grupo em risco por causa dos meus sentimentos."

Rami sentiu um aperto no coração ao ouvir Asa falar assim. Ela sabia que os sentimentos de Asa não eram errados, mas também entendia o medo que ela estava sentindo. O mundo do entretenimento pode ser cruel, e qualquer coisa que fugisse da norma poderia causar problemas para elas.

"Asa," Rami começou, escolhendo suas palavras com cuidado, "não é errado sentir algo por alguém, independente do gênero. O amor e o carinho que você sente são válidos, não importa por quem sejam. Mas eu entendo seu medo. Eu entendo que você está preocupada com o que isso pode significar para o grupo, mas você não está sozinha nessa."

Asa olhou para Rami, sentindo-se aliviada por finalmente poder desabafar, mas ainda preocupada. "Eu só não quero causar problemas para ninguém. O que acontece se isso... se isso ficar fora de controle? E se eu acabar machucando a Rora ou colocando todas em uma situação difícil?"

Rami apertou a mão de Asa, oferecendo conforto e apoio. "Eu sei que é difícil, Asa. Mas você não precisa passar por isso sozinha. Você pode confiar em mim e nas outras meninas. Nós estamos aqui para apoiar você, independentemente do que aconteça. E quanto a Rora, ela se preocupa muito com você. Tenho certeza de que, se vocês conversarem, vão encontrar uma maneira de lidar com isso."

Asa sentiu as lágrimas começarem a se formar em seus olhos. A ideia de confessar seus sentimentos para Rora era assustadora, mas o apoio de Rami lhe dava um pouco de força. "Eu só... eu só quero fazer a coisa certa, mas estou com tanto medo, Rami."

Rami puxou Asa para um abraço, segurando-a firme. "Você vai encontrar uma maneira de lidar com isso, Asa. E não importa o que aconteça, você tem o meu apoio e o apoio de todas nós. Não tenha medo de ser honesta com seus sentimentos."

Asa relaxou um pouco no abraço de Rami, sentindo-se um pouco mais aliviada, mas ainda ciente de que a estrada à frente seria difícil. Ela sabia que precisaria de tempo para processar tudo isso, mas pelo menos agora sabia que não estava sozinha.

Enquanto as duas se separavam do abraço, Rami deu um sorriso reconfortante. "Vamos dar um passo de cada vez, Asa. E quando você estiver pronta, estarei aqui para ajudar no que for preciso."

Asa assentiu, sentindo-se grata por ter alguém como Rami ao seu lado. "Obrigada, Rami. Eu realmente precisava ouvir isso."

Asa saiu do quarto de Rami com uma sensação de alívio, mas ainda com um nó no estômago. A conversa havia sido necessária, mas ela sabia que a verdadeira dificuldade ainda estava por vir. Como ela lidaria com seus sentimentos por Rora? E como isso afetaria o grupo?

Essas perguntas continuariam a assombrá-la, mas pelo menos agora Asa tinha um pouco mais de clareza e um amigo ao seu lado para ajudá-la a enfrentar o que estava por vir.

Realmente amigas? │RUPHA.CHIYEON.RORASAOnde histórias criam vida. Descubra agora