Pisque os olhos uma... Duas vezes... Três.

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Pisque os olhos uma... Duas vezes... Vire para o lado e volte a dormir.

Bom, Lingling realmente tentou voltar a dormir, ela estava cansada e sonolenta depois de ter passado a madrugada ajudando a imprimir jornais para o jornal em que trabalhava.

Trabalhe a madrugada inteira e quem sabe você ganhe algo ou dão permissão para que ela pudesse publicar alguma coisa.

Era dessa forma que Lingling sobrevivia e mais precisamente era assim que ela vivia.

Trabalhava para escrever e escrevia para viver.

Ela morava em um albergue, tenha um quarto com uma cama e você terá tudo que precisa.

Mas aparentemente ela precisava fazer a limpeza semanal daquele quarto... Ela não podia recordar que estava tão empoeiradom, a garganta dela estava coçando tanto que ela não parava de tossir, isso sem contar o nariz coçando.

Levante da cama e mova os braços lentamente e de maneira preguiçosa.

Finalmente abra os olhos... Pisque os olhos uma... Duas.... Três... O quarto estava um pouco escuro então ela não tinha reparado que estava naquele lugar estranho...

Bom, era idêntico ao quarto em que ela dormia todas as noites, mas parecia que ninguém vivia ali há muito tempo.

Moveis cobertos com lençóis, janelas quebradas, riscos estranhos na parede e havia tanta sujeira que ela podia ver tudo ao redor dela em um tom homogêneo de cinza.

Ela sentiu o coração dela disparar, primeiro onde ela poderia estar?! Segundo onde diabos ela poderia estar?! Levante e corra!

Lingling teve alguma dificuldade para sair da cama, tinha tanta poeira ao redor dela que ela não sabia onde tocar e muito menos no que tocar.

Ela tem quase certeza que ouviu o chão de madeira ranger e um vulto correr para o trás do armário. Deveria ser um rato. Céus.

Aquele lugar estava quase que literalmente caindo aos pedaços, ela tinha medo de simplesmente sentir o chão desabar enquanto ela tentava andar sobre ele, então o misto de sensações não ajudava a pensar claramente.

Ela normalmente dormiria com os pijamas dela, mas felizmente ela havia caído no sono depois de chegar do trabalho e ainda estava com as roupas de sair, então apenas coloque os sapatos e dê o fora.

Mas surpreendentemente o lugar era muito familiar e a cada passo ela reconhecia ainda mais aquele lugar como o que vivia, mas aquilo apenas poderia ser uma grande brincadeira de mau gosto... Certo?! Apenas podia ser alguma brincadeira de mau gosto de Gap...

"Sinceramente... Por que parece que estou à procura de fantasmas?!" Sussurrou para si mesma, se ela estava fazendo isso para se tranquilizar ou para se assombrar ainda mais, não há como saber.

Na realidade aquilo mais parecia brincadeira de criança que iria para uma casa abandonada e tentaria assustar umas às outras, mas o problema é que ela já tinha 29 anos e estava realmente em um lugar abandonado e assustada!

Ela esbarrava em algumas caixas largadas no chão e curiosamente em uma delas havia um jornal largado.

Claro que jogariam um jornal que ela trabalhou duro para fazer daquela forma... Mas curiosa como apenas ela é, veja qual a edição ou se havia algum texto rabiscado e sublinhado!

Bom... Como explicar que o rei havia abdicado ao trono?!

Use uma das várias janelas quebradas para ajudar a enxergar alguma coisa em meio a todo aquele breu.

"Rei Prajadhipok Abdica do Trono: Fim da Monarquia Absoluta em Sião e Novo Capítulo na História Política do País... Estou disposto a entregar os poderes que anteriormente exercia ao povo como um todo, mas eu não estou disposto a entregá-los a qualquer pessoa ou qualquer grupo que usa de maneira autocrática sem atender a voz do povo ... Março de 1935..."

Ela riu um pouco incrédula, eles estavam em 1934, certo?! Claro... Isso deveria ser uma brincadeira de mau gosto.

Uma brincadeira que deve ter demorado horas e o dinheiro suficiente para pagar um almoço, suspirou irritada.

Jogue o jornal de qualquer jeito sobre o chão, isso não importa mais.

Realmente, talvez fosse melhor ter visto nada.

Coçou o topo de sua cabeça, ela naquela altura do campeonato nem mais se importava com toda a sujeira que tinha em suas mãos ou em seu vestido.

Lingling apenas caminhou de maneira automática para onde achava que era a porta e o mais surpreendente, ou talvez não tão surpreendente assim era que ela estava certa.

Antes de girar a maçaneta respire fundo, você ainda deve estar dormindo... "Por favor, acorde..."

O que antes era um lindo jardim, agora era um amontoado de lixo e destroços.

O céu estrelado era a única coisa que oferecia algum conforto e alguma luz, simplesmente estava tão escuro que não havia o que ser feito, ela mal conseguia ver claramente o que estava acontecendo dentro da casa e fora não parecia estar muito melhor.

Caminhe alguns passos e vire apenas para observar a fachada da casa e ver o quão destruída ela estava.

A casa azul em frente a grande praça! Era assim que todos conheciam o velho albergue, repleto de flores e árvores, todos iriam parar para simplesmente admirar.

Não havia mais nada lá.

A casa nem mesmo era azul.

Ok, era a mesma casa, mas agora tinha um tom estranho esverdeado, sem contar os riscos pretos que se misturavam ao que um dia foi a estrutura daquela casa.

Lingling se sentiu um pouco ofegante e nervosa, a gravata que ela tinha ao redor do pescoço de maneira tão orgulhosa agora a sufocava de maneira brutal.

Solte um pouco seu pescoço daquele aperto antes que você desmaie por falta de ar.

Escute um som vir das proximidades, ela não sabia o que era, mas ela precisava pedir ajuda.

Caminhe sem rumo, sem saber onde está e principalmente se tudo aquilo é real.

Ela nunca pensou chegar um dia que iria questionar a sua própria sanidade, mas parece que esse dia chega para todos.

Lingling seguia o som constante e crescente e que estranhamente era acompanhados de luzes e caixas metálicas gigantesca correndo de um lado para o outro.

Aquele excesso de sons e luzes a fazia ter vertigem, muito naturalmente ela caminhava e sentia como se sua mente estivesse derretendo. Muito provavelmente estava.

Escute um alto som e a luz crescente contra ela... Parece que... Parece como se aquela coisa gigante e vermelha estivesse vindo em direção a ela... Diretamente contra ela... 

[LingOrm] Paralelos.Onde histórias criam vida. Descubra agora