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Uma libélula azul.

Não fazia parte dos meus artrópodes insecta favoritos mas também era interessante.

Eu olhava cada parte do pequeno insecto azul tendo a certeza de que não faltava nada que eu não havia reparado nele, o pequeno bicho azul tinha duas asas transparentes a cada lado do corpo e todas do mesmo tamanho.

Sua bunda era fina e comprida, suas quatro patas eram pequenas e seus olhos grandes, sua coloração azul e pigmentada era o que mais me chamava atenção.

Com cuidado, passo a pequena agulha na pequena libélula azul já morta perfurando seu corpo, assim deixando-lhe prendida ao quadro de esferovite junto a uma alucitoidea.

Era a primeira.

Meu insetário estava realmente ficando sem espaço, precisava de outro, mas poderia resolver esse problema um outro dia.

Após reparar uma última vez no quadro de insetos, fecho o mesmo com o vidro e pouso-lhe no chão o apoiando na parede em um canto do quarto.

Vejo quando a porta do meu quarto é aberta sem permissão por minha mãe que carregava uma expressão cansada em seu rosto.

A mesma sorri para mim quase fechando os olhos com bolsas escuras visíveis mesmo com maquiagem, seu cabelo estava amarrado em um coque frouxo, alguns fios rebeldes saíam pelos lados e seus lábios estavam um pouco ressacados.

Mas nem isso lhe deixava menos bonita.

Antonella Rossi era uma mulher bonita na casa dos 30 anos, alta, magra e de uma personalidade doce e gentil.

Parecia sempre estar cansada, mas o Rossi mais novo não podia julga-lá.

Ser enfermeira não era fácil, os horários de entrada e saída do trabalho às vezes chegavam a ser irregulares, auxiliar não era algo fácil quando você devia saber quase tudo e se dividir por sei lá quantas vezes.

Era muito mais fácil ser um médico.

Bem. Pelo menos é o que eu acho.

— Já está pronto filho? — A mesma acaba por adentrar em meu quarto me ajudando com a gravata do uniforme escolar, seus dedos longos e habilidosos faziam um nó perfeito e bonito sem complicação alguma.

— A senhora está atrasada? — Mamãe não passava muito tempo comigo, então fazia os possíveis de me levar à escola sempre que pudesse, mas tinha vezes que eu não colaborava por dormir demais.

Não fazia de propósito, eu também gostava de ficar na companhia de minha progenitora, mas o meu corpo nunca se acostumou em acordar cedo.

É terrível, eu realmente odeio acordar cedo.

Vejo a mesma negar com a cabeça calmamente dessa vez tentando ajeitar os fios brancos em minha cabeça.

Mas eu sabia que ela estava atrasada e isso fazia-me sentir-se um péssimo filho.

— Me encontre lá embaixo e não esqueça de pegar um casaco  — Ela vai embora e fecha a porta com delicadeza me deixando sozinho no cômodo silencioso.

Solto um suspiro e meus olhos automaticamente se direcionam na pequena presilha azul e brilhante que estava por cima de minha penteadeira.

Como uma doença incurável meu coração começa a bater de forma rápida e irregular por apenas encarar a pequeno acessório de cabelo.

Um presilha de libélula.

— Talvez eu devesse usa-lá, só por hoje — falo comigo mesmo já de frente a penteadeira.

Libélula Azul Onde histórias criam vida. Descubra agora