Capítulo 10

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Colin foi o primeiro a acordar e ficou bastante surpreso ao ver que Penélope ainda se encontrava em seus braços depois de ontem. O medo de ela ir embora sem olhar para trás tinha se afundado em seu peito, então ele demorou pra dormir aproveitando a visão que era ela em seu peito, como faziam a vários anos.

Isso ascendeu uma faísca de esperança em seu peito, foi inevitável, ainda amava aquela mulher e queria melhorar por ela. Na verdade, era isso que vem fazendo desde o divórcio, procurando a melhor parte de si para oferecer a ela, seus filhos, sua família.

Queria tudo de volta, tudo que antes ele tomava por garantido, independente do que fizesse, até que perdeu tudo e não foi do dia para a noite, se iniciou com uma pequena irritação, até seu pior ato. Mas não queria pensar nisso, não quando Penélope poderia acordar a qualquer momento em seus braços.

Os cabelos dela eram ruivos na última vez que eles dormiram juntos, lindos cachos ruivos e brilhantes, agora estavam loiros ondulados, mas não deixavam de ser belos.

A maneira que caiam em suas costas nuas cheias de sardas que formavam belas constelações que ele traçou os dedos tantas vezes que conhecia cada uma delas com a palma de sua mão, alguns fios caiam selvagemente em seu belo rosto e com carinho ele os arrumou aproveitando para toca-la novamente.

Sua respiração estava pesada, talvez em seu sono mais profundo e ele não gostaria que ela acordasse ainda, queria que aquele momento durasse para sempre, mas eles precisavam conversar, depois do primeiro beijo de ontem, ambos se deixaram levar pelo desejo reprimido por anos.

Um suspiro baixo escapou dos lábios dela e Colin percebeu que ela começou a acordar, preguiçosamente ela se virou na direção dele e o flagrou lhe encarando.

- Bom dia, Pen.

- Bom dia, Col. - ela sorriu timidamente, foi como voltar no tempo e ela ainda fosse aquela menina de 17 anos. - Acordou há muito tempo?

- Não sei. - confessou sem um pingo de vergonha. - Gosto de ver você dormindo.

- Sabe que isso é algo estranho de se falar, né?

Ela riu.

- Pra mim não é. - disse puxando-a para mais perto, não parecia suficiente e ele resolveu esconder seu rosto no pescoço pálido dela. - Gosto de sentir seu corpo no meu.

Penélope não resistiu e Colin levou isso como uma vitória.

- Eu ficaria aqui para sempre. - admitiu inspirando sentindo o perfume dela misturado com o seu entrar em suas narinas, mas contra sua vontade, e de seu corpo, ele se afastou. - Mas eu acho que precisamos conversar.

Em momento algum ela o questionou ou lhe lançou um olhar duvidoso. Penélope sabia que eles precisavam disso e não negaria isso a ele, afinal ambos eram velhos o suficiente para resolverem suas questões.

- Ontem à noite...

- Foi o melhor da minha vida. - ela riu e Colin sentiu os dedos dela traçarem os detalhes de seu rosto, seus olhos se fecharam aproveitando a sensação. - Eu não me arrependo disso, Colin, se for esse seu medo. Mas...

Ele abriu os olhos procurando os dela e viu ali. Medo.

- Acha que esse tempo separados foi suficiente para amadurecermos? Para encontramos uma versão melhor de nós mesmos? Tem momentos que eu sinto que nada mudou, e no segundo seguinte sou puxada pra uma realidade cruel em que tudo é diferente.

- Também sinto o mesmo, Pen. - admitiu. - Todas as noites eu sonho com você, com nossas vidas antes, com as crianças. Eu vejo que perdi muita coisa, que tomei tudo por garantido, eu entendo o quão egoísta isso pode soar e não ficaria chocado que você se irrite com meu pensamento. Naquela época eu não era maduro o suficiente para lidar com tudo, com nosso casamento, com nossos filhos, com nossas vidas, era tão mais fácil pensar que estava tudo bem e que nada mudaria.

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