capítulo 46

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Os sábados para mim é dia de limpeza na casa, mais com música fica muito melhor, demora mais, mas é bem melhor. E nessa arrumação acabei encontrando o terno do Nicholas que ele havia deixado comigo no dia do casamento, eu levei o terno no dia seguinte mais,o perfume dele é tão bom que não desprendeu do tecido completamente.

Meu celular começou a tocar em cima da mesa me causando um leve susto. Deixo o terno do Nicholas em cima da cadeira e pego o celular onde na tela aparece o nome do meu pai, franzo o cenho com sua ligação repentina.

Camila - Oi pai, tudo bem?

Pai - Oi Camila, sim e você?

Camila - An... Sim - seguro o celular com o ombro enquanto coloco o caderno de volta na mesa

Pai - Porque você não vêm almoçar aqui em casa hoje?

Camila - Almoçar aí? Porquê? - paro o que está fazendo

Pai - Tem muito tempo que você não vêm aqui, e tem uma surpresa pra você aqui em casa

Camila - Surpresa? Huu tá bom, eu vou. Vou só terminar de arrumar umas coisas aqui em casa e já chego aí

Pai - Beleza, tchau

Camila - tchau

Desligo o celular e achei tudo isso meio estranho e que surpresa será essa?

- Bom, só á um jeito de descobrir - falo comigo mesma e deixo o celular em cima da cama voltando aonde tinha parado

[...]

Abro o portão da minha antiga casa e já escuto risadas e... espera! Risadas? Chego na cozinha encontro Balbina batendo algo na batedeira e depois virando em outra vasilha, provavelmente é bolo.

Caminho até ela sem fazer barulho e cobro os olhos dela que deu um pulo de susto.

- Adivinha quem é? - ela coloca a vasilha suja na pia

- Huu minha dançarina preferida?

- Acertou - descubro seus olhos e ela se vira pra mim com um sorriso e logo me envolve em um abraço apertado sem encostar as mãos em mim, por estarem sujas

- Como você está ? Continua linda, e tem se alimentado direito? Tem dormido pelo menos 8 horas por dia? - ela diz em um tom de preocupação

- É eu tô indo - ela semicerra os olhos desconfiada fazendo gesto de estar de olho em mim e eu sorrio - então o que de gostoso você está preparando? - me viro para o fogão onde tem panelas no fogo

- Nem pense em espiar - ela diz me olhando por cima do ombro e eu desisto de tirar a tampa da penela

- Eu? Que isso, vou espiar não - me afasto do fogão e me apoio na mesa - então? Que surpresa é essa? - cruzo os braços e percebo que as risadas que eu escutei uns minutos antes parou

- É uma pessoa. Muito especial - Balbina diz colocando o bolo no forno

- Mais que pessoa é essa?

- EU bobinha - dou um pulo me virando pra trás e não acreditando quem está na minha frente

- TIA! - Vou até ela que abre os braços me envolvendo em um abraço apertado - Aí que saudade! - ela me aperta mais um pouco me balançando

Tia Angel é a irmã mais nova da minha mãe e diferente da dona Cecília ela não esconde suas origens.

- Como...como você está? - ela me solta e segura meu rosto com as duas mãos e seus olhos estão um pouco marejando

- Eu tô bem, mais me fala de você, de como foi a viagem? - já tem uns dois anos que não a vejo

- Foi incrível! Um filhotinho de leão dormiu comigo - ela sorrir - olha o Léo tirou até foto - ela me mostra a foto onde tem ela dormindo no sofá com o filhotinho no colo

- Aww que gracinha - eu fico toda boba quando vejo filhotes de animais selvagens

- Lindo, queria um - Angel faz bico, quem olha nem fala que ela já está na casa dos trinta - olha tem mais - ela passa a foto pra uma com ela com uma arara no ombro, na outra foto é ela e o marido em frente ao Cristo Redentor depois outra foto no gelo

- Todas lindas - entrego o celular pra ela que o guarda no bolso do macacão verde

- Obrigada, mais antes de voltar pra casa não podia deixar de ver você - ela me puxa pra outro abraço - acho que vou te colocar dentro da mala e levar você pro México

- Acho que não vou recusar não hein - nós separamos com sorrisos no rosto

- Bom vamos deixar a Balbina fazer a mágica dela. Que o Léo e o Matteo estão ansiosos pra ver você

Ela me leva para os fundos e logo vejo matteo sentado na grama brincando com filhote de cachorro de cor caramelo

- Você sabe que minha mãe detesta animais né? - coloco minha mão por cima dos olhos por causa da claridade

- Sim, mais gosto de estressar sua mãe - ela diz com um sorrisinho de lado e eu nego com a cabeça

- MATTEO - Angel chama o filho que se vira sorrindo e logo ele se levanta quando nota minha presença

- Pima Camila - ele corre e o cãozinho o segue, me abaixo para o pegar no colo que pula em mim agarrando meu pescoço

- Uau como você cresceu - paço a mão pelo cabelo ondulado dele e ele tem uma mistura perfeita dos pais, os cabelos iguais ao da mãe e os olhos iguais ao do pai - desse jeito não vou poder mais te pegar no colo - digo o rodando que solta uma gargalhada

- Então eu vou palar de crescer - ele sorrir

- Ah meu amor - Angel alisa o cabelo do filho e deposita um beijo ali

- E esse cachorrinho lindo aqui - ponho Matteo no chão e o cachorrinho fica todo animado abanando o rabinho - Qual o nome dele?

- É calamero, mamãe e papai que me deu - ele sorrir com uns dentinhos faltando

- É uma gracinha - faço carinho na cabecinha do cachorrinho que lambe minha mão

- Bom Matteo vamos procurar o papai? - ele assente e segura a mão da mãe

Caramelo pega a bolinha e sai correndo. a medida que nos aproximamos escuto vozes. Logo vejo meu pai e o tio Léo conversando que quando notam nossa presença param de conversar, dou um abraço no meu tio Léo e meu pai só dá um asseno de cabeça.

Meu tio pergunta como eu estou, como está a faculdade, ele até mostrou uns paçinhos de dança que ele aprendeu e ele faz altas caras enquanto executa seus paços, acabo não aguentando segurar a risada assim como minha tia e o Matteo. Momentos depois Balbina avisa que o almoço está pronto.

Olho pra janela do andar de cima e vejo minha mãe nos olhando da janela, cruzes, Deus que me perdoe, mais parece alma penada.

Almoçamos no jardim mesmo e nem preciso dizer como estava uma delícia, converça vai, converça vem, até meu pai riu com o tio Léo, bom é até difícil não rir quando se está com o Léo já que ele é muito espontâneo a única que não riu ou falou quase nada foi a dona Cecília, minha tia puxava converça mais, ela só respondia com "sim" ou "É".

Depois do almoço meu pai e o tio Léo foram conversar sobre Times de futebol, minha mãe ficou mais pro canto lendo um livro e por mais que eu não goste de admitir isso, agente nisso é parecida. Eu e Angel ficamos sentadas nas expreguisadeiras e Matteo se deliciava com o bolo que Balbina havia feito.

- Nossa, como eu estava com saudades do bolo que a Balbina faz - Angel exclama chupando o dedo que estava sujo de bolo - Acho que vou roubar a bal da sua mãe - minha tia susurra para que minha mãe não escute e eu riu

- Olha mama é a pima miliy - Matteo aponta pra perto da porta que saí na sala e eu sinto os pelos dos meus braços se arrepiarem, e não é por causa do frio.







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