Nina Fernandes, uma jovem brasileira talentosa e perfeccionista, é escolhida para coordenar as ações profissionais de Kim Seokjin, o carismático membro do BTS, em um dos momentos mais críticos de sua carreira. Com o alistamento militar de Seokjin se...
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Aquele momento ainda não saiu da minha cabeça.
Sabe, já trabalhei com vários clientes difíceis. Jin nem é o pior. Nem de longe. Mas, por algum motivo, ele consegue me tirar do eixo de uma forma que eu não consigo explicar. Talvez seja porque ele é famoso, ou talvez porque ele seja... ele. Mas algo nele me desequilibra, e isso me assusta.
Eu sempre fui profissional. Sempre. E então chego aqui, para esse projeto gigantesco, e o que faço? Quase arruino tudo. Na verdade, por pouco não perdi meu emprego. A Hybe é enorme, cheia de contatos. Se eu fosse demitida, seria o fim da minha carreira. Ou, pelo menos, teria sido um grande tombo.
O mais frustrante é que sei que passei dos limites. As discussões. Os embates sobre organização. As brigas sobre as malditas planilhas. Não sou esse tipo de pessoa. Nunca fui. Como isso aconteceu? O Jin tem sido difícil, claro, mas a verdade é que, se eu tivesse controlado a situação desde o início, nada disso teria escalado tanto. No fundo, talvez seja culpa minha. Não consigo tirar da cabeça o momento em que quase me descontrolei de vez.
Ele estava vindo na minha direção, depois de toda aquela discussão absurda sobre organização e improviso. Ele ainda estava irritado. Mas parecia haver algo mais nos olhos dele. Algo que eu não tinha visto antes. Ele estava olhando para mim... não, ele estava olhando para os meus lábios. Como se estivesse prestes a... Não, não, estou ficando maluca. Ele não iria me beijar. Isso é impossível. Ou talvez seja minha cabeça tentando encontrar explicações para aquele momento. Ele provavelmente estava apenas frustrado com a discussão e... meu Deus, Si-hyuk chegou na hora certa. Suspiro, tentando empurrar esses pensamentos para longe.
O dia seguinte não foi mais fácil. Quando cheguei na Hybe e vi a mensagem de Jin dizendo que não iria trabalhar naquele dia, meu estômago deu um nó. A culpa me atingiu como um soco no peito. Eu sabia que ele estava cansado de toda aquela tensão, e honestamente? Eu também estava. Mas nunca tive um cliente que faltasse ao trabalho por um dia, por minha causa. E o fato de isso ter acontecido agora, com Jin... me senti péssima.
Eu nunca discuto com meus clientes. Nunca. Eu sou organizada, sim, mas sempre fui capaz de manter um certo equilíbrio entre ser eficiente e ser flexível. Então por que com Jin, de repente, parece que perdi todo esse equilíbrio? Não sei se é o tamanho do projeto ou o peso da responsabilidade, mas está claro que o medo de fazer uma grande cagada tem me levado a tomar decisões ruins. Eu me pergunto se estou me sabotando sem perceber.
Sim, Jin tem sido irritante. Provocativo, resistente, avesso a qualquer tipo de estrutura. Mas... ele não precisa mudar. Quem precisa se adaptar sou eu. Ele está reagindo ao meu comportamento inadequado. Provavelmente, se eu fosse mais equilibrada e menos controladora, ele estaria colaborando mais.
Passei o dia inteiro com aquele turbilhão de pensamentos me atormentando. A cada segundo, a discussão com Jin voltava à minha cabeça. Como se minha mente estivesse presa em um loop infinito de culpa e arrependimento. Não era algo que eu pudesse simplesmente ignorar. Mas, com o passar das horas, algo começou a mudar. Percebi que, apesar de ter sido completamente resistente no início, a ideia de um jantar não parecia tão ruim. Na verdade, talvez fosse exatamente o que a gente precisava: conversar. De verdade. E não só sobre trabalho.
