Capítulo 1 - Bisos

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Penélope andava de um lado para o outro, passando instruções para as criadas. Tudo tinha que ser perfeito. Ela e Colin esperavam por esse dia há semanas. Ele ainda mais que ela, falava sobre isso quase o tempo todo.

Era aniversário do neto mais novo deles, Joseph, filho de George, e toda a família havia combinado de comemorar a data na casa de campo em que Penélope e Colin residiam agora, em Hertfordshire. Além disso, conheceriam a bebê Anne, neta de Ágatha e sua primeira bisneta. Estavam eufóricos.
Após muitas colunas e livros escritos, ambos estavam cansados. A idade havia chegado (há um bom tempo). Já eram idosos e uma casa no campo era o que precisavam para viver em tranquilidade. Paz e sossego era o que prezavam agora, bem longe de Mayfair.

Os criados andavam de um lado para o outro da propriedade e a cozinha, especialmente, estava lotada, repleta de vozes e muito trabalho.

_Mamãe, que loucura está esse lugar. - Ágatha adentrou a cozinha e, enquanto falava ia furtando um belo cacho de uvas. Tinha puxado a seu pai, com certeza, pois não podia ver nada que pudesse beliscar e nunca deixava passar a oportunidade.

_Ágatha, que maravilha minha filha, que bom que você chegou. Você foi a primeira a chegar, ganharei a aposta que fiz com sua tia Eloise, pois ela disse que seria a primeira a chegar com certeza absoluta, e, segundo as palavras dela mesma "todos os filhos de Colin Bridgerton chegam atrasados em todos os eventos". Precisamos de muita ajuda aqui e eu e seu pai estamos ficando endoidecidos com tantas coisas para pensar. Pode nos ajudar? - Penélope abraçou a filha calorosamente, mas ainda assim quase não parou de andar. - Mas por falar em seu pai, onde será que ele anda?

_Papai nos encontrou logo na entrada, ficou afoito ao conhecer Anne. - Ágatha enchia a boa de uvas enquanto falava e buscava algo para ajudar a mãe.

_Não me diga que...vocês vieram juntos? Juntos com Willian, a esposa dele e...e Anne? - a informação fez Penélope parar de andar e colocar uma das mãos no coração e a outra na barriga.

Ágatha sorria. Talvez a mãe tivesse esquecido a informação, mas haviam avisado que chegariam todos juntos. Ela e seu esposo Albert, seu filho Willian e a esposa, e agora sua neta Anne, a primeira bisneta de Colin e Penélope.

Penélope deixou os afazeres e Ágatha na cozinha e correu pelo longo corredor que levava à sala de estar. Ágatha apressou os passos e foi logo atrás, rindo do jeitinho ansioso da mãe.

_Aqui estão vocês, meus queridos.

_Vovó! Que saudades. - Willian foi ao encontro de Penélope e a abraçou, erguendo-a levemente do chão, como todo jovem gosta de fazer com sua vó.

_Oh meu Deus, você está cada dia mais parecido com seu tio Thomas. Ela deu-lhe uma leve apertada nas bochechas, como toda avó gosta de fazer com seu neto. E então ela se desvincilhou dele e foi ao encontro da sua esposa.

_Como você está, minha querida? Espero que a pequena Anne não esteja lhe dando tanto trabalho como Ágatha me deu, sim? - segurava as mãos da neta fortemente.

_Mamãe! Eu nunca lhe dei trabalho algum. - Ágatha fez graça, chamando a atenção da mãe enquanto todos na sala riam atentos.

_Ora, se não fosse o seu pai me ajudar eu não teria dormido por 2 anos. - Penélope parecia falar sério e repreender a filha mesmo após mais de 40 anos - Ela só chorava, e eu não sabia o que fazer. Então, Colin descobriu que ela gostava de ser ninada de barriguinha para baixo, e passava noites balançando e balançando ela, cantando canções de ninar inventadas por ele mesmo.

_Então eu dei trabalho ao papai, e não à senhora. - Ágatha era espirituosa como o pai, e continuou fazendo graça.

_Anne é um pouco chorona sim. Estava agora mesmo fazendo uma birrinha, então... - a esposa de Willian começou a falar. Penélope a ouvia atentamente, enquanto cumprimentava o genro Albert. E então, percebeu que não havia mais ninguém na sala de estar.

Nunca acabaráOnde histórias criam vida. Descubra agora