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O apocalipse tinha feito Gally perder muitas coisas, mas sua família não era uma delas, e ele agradecia por isso todos os dias. Ele ainda tinha seu pai e seu tio. Nunca conhecera sua mãe, mas tentava imaginar se ela estava viva ou morta em meio à violência que assolava o mundo nos últimos meses.
Seu pai e seu tio haviam se juntado a um grupo de pessoas de bom caráter, entre elas um ex-policial chamado Shane. Saber que havia alguém treinado para defender o grupo dos zumbis fazia Gally se sentir um pouco mais seguro.
Gally era o tipo de criança-problema. Nunca fora muito bom na escola e preferia desenhar a interagir com as outras crianças. No acampamento, havia alguns jovens, mas ele evitava se apegar a qualquer um deles, pois sabia que qualquer pessoa ali podia morrer a qualquer momento. No entanto, um garoto havia chamado sua atenção.
Ele queria se aproximar de Carl Grimes, mas não era muito bom nisso. Carl parecia não suportá-lo, e Gally, ao tentar segui-lo pelos cantos, quase nunca conseguia o que queria.
Os últimos dias haviam sido relativamente tranquilos, sem ataques de zumbis. Algumas pessoas tinham saído para buscar suprimentos e ainda não haviam voltado. Naquele dia, Shane e Lori haviam escutado uma voz no rádio. Havia uma chance de outras pessoas estarem vivas, mas era difícil saber, com metade da população morta.
— Garoto, o que você está fazendo parado aí? — Daryl se aproximou do lago e parou ao lado do filho.
— Só estava pensando.
— Você pensa demais, garoto. Já está parado aí há uns 15 minutos — Daryl bagunçou o cabelo loiro do filho. — Carl está brincando com os outros perto da floresta. Vai lá com eles. Eu vou sair para caçar e provavelmente só volto amanhã.
— Então até amanhã. Volta inteiro. — Gally abraçou o pai com força.
Daryl deu um tapinha nas costas do filho, afastou-se e seguiu seu caminho para a caçada, em busca de mais comida para o grupo.
Gally, então, decidiu ir até onde as outras crianças estavam. Carl estava deitado na grama, com Lori por perto para cuidar das crianças. Não era seguro deixar ninguém sozinho naquele novo mundo. Gally se aproximou do garoto e o observou.
— O que você está fazendo deitado aí?
— Sem motivo. Só quis deitar aqui.
Às vezes, Gally achava Carl difícil de entender, mas gostava disso. Era divertido fazer perguntas que irritavam o garoto.
— Posso deitar do seu lado?
— Pode — respondeu Carl, olhando para Gally. — Mas só porque você não me escutaria se eu dissesse não.
Gally rapidamente se deitou ao lado de Carl e passou as mãos pela grama fresca, úmida pelo lago próximo.
— Você tem razão. Eu me deitaria aqui mesmo se você dissesse não várias vezes.
— Você é insuportável — Carl revirou os olhos.
— E você é muito chato.
— Você fica me provocando e me seguindo.
Gally ouviu Carl bufar e soltou uma risada. Sempre achava engraçado quando Carl bufava ou revirava os olhos irritado. Talvez, no fundo, Carl gostasse um pouco dele.
— Quero ser seu amigo, então te sigo pra ver o que você faz.
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Foi muito curto, eu sei, mas foi inspirado no primeiro capítulo e o grupo nem aparece direito então tive que inventar, mas a partir do segundo capítulo vai ficar maior já vai ter mais conteúdo.
