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Lyana

Despertei lentamente, o cansaço ainda pesado nos meus membros e o calor da noite passada ainda reverberando em meu corpo.

A luz suave da manhã filtrava-se através das aberturas da tenda, projetando um brilho difuso sobre a cama desfeita onde eu havia passado a noite. O cheiro de suor e desejo ainda pairava no ar, misturado com a sensação persistente de um prazer profundo e intenso.

Tentando processar o que aconteceu, movi-me devagar, as lembranças da noite anterior surgindo como flashes vívidos na minha mente. O toque de Eris, as provocações de Anthon, tudo parecia tão real e, ao mesmo tempo, um pouco surreal. Minha cabeça ainda girava com a intensidade da experiência, e eu procurei por alguma familiaridade para ancorar meus pensamentos.

Levantei-me da cama com cuidado, a pele nua marcada por sinais visíveis do que havia acontecido. As sensações do prazer ainda estavam presentes em cada centímetro de meu corpo, mas a realidade do momento me chamou de volta. Meus pés tocaram o chão frio da tenda, e eu caminhei com um certo receio, sentindo a brisa fresca acariciar minha pele exposta.

Eu me aproximei de uma área iluminada da tenda e então vi Eris, de costas para mim, inclinado sobre uma bacia de água. Ele estava apenas com uma calça de couro negra, o resto do seu corpo exposto e revelando uma visão impressionante. Seus músculos estavam perfeitamente definidos, cada linha e curva destacando-se à medida que ele se movia. O sangue do Armilústrio havia sido limpo, mas um ferimento profundo em seu braço esquerdo ainda era visível, um lembrete das batalhas recentes. A cicatriz era um traço sombrio em sua pele clara, uma evidência do perigo e da dor que ele havia enfrentado.

A coroa de Beron estava sobre uma mesa próxima, um lembrete do poder e da autoridade que ele carregava, agora apenas um adorno sobre uma superfície de madeira. O brilho da coroa parecia suave, mas era um símbolo claro da sua posição e domínio.

Enquanto Eris lavava o rosto, seus movimentos eram precisos e graciosos, um contraste com a tensão palpável do ferimento em seu braço. Ele havia deixado o sangue da batalha para trás, mas sua presença ainda emanava uma aura de força e controle. A água escorria de seus dedos e caía na bacia, criando pequenos respingos que pareciam capturar a luz da manhã.

De repente, ele se virou, o olhar penetrante encontrando o meu. Seus olhos, profundos e carregados de uma intensidade que eu conhecia bem, percorreram-me de forma lenta e deliberada. Havia uma certa frieza, uma mistura de curiosidade e domínio que me fazia sentir como se estivesse à mercê dele mais uma vez:

— Bom dia, Lyana — sua voz era baixa e rouca, com um tom que deixava claro que ele sabia exatamente o que eu estava sentindo. Ele manteve seu olhar fixo no meu, a expressão dele uma mistura de satisfação e um toque de arrogância. — Parece que a noite foi intensa.

Senti a cor da vergonha e da antecipação aquecer minha pele nua, e tentei encontrar as palavras certas para responder, mas a visão de Eris, seus músculos e o ferimento visível, tornava tudo ainda mais confuso.

Meu olhar se fixou no ferimento em seu braço, uma lembrança visual da gravidade da situação que ainda se desenrolava ao nosso redor. Meus pensamentos estavam em desordem, e eu sentia que precisava entender mais sobre o que tudo isso significava:

— Eris... — Minha voz saiu baixa e hesitante, como se eu estivesse tentando encontrar uma âncora no meio da confusão de sentimentos. — Eu... precisamos conversar.

Ele assentiu, o olhar ainda fixo em mim, uma expressão de contemplação no rosto:

— Sim, parece que temos muito o que discutir.

Corte de Luz e Sombras - Livro 1 - Fanfic ACOTAROnde histórias criam vida. Descubra agora