O BONECO DE PANO

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E, como combinado, Ashley esperou por Dominic na fonte do centro da vila. Estava ansiosa para vê-lo e, enfim, conhecê-lo um pouco mais, agora revelando o nome um do outro. Todavia, o rapaz nunca apareceu. Pobre menina... Fez suas tarefas tão rápido, passou tão pouco tempo com Margo, sua amiga. Estava tão animada para que ele a visse, preocupando-se com a aparência, vestindo até mesmo aquele colar difusor, achando que assim ele a acharia mais bela. Mas... Nada dele.

De qualquer forma, não ficou brava; afinal, o menino era um príncipe, devia ter suas razões. Deu um longo suspiro, segurando o pingente de seu colar, olhando-o e acariciando-o com o polegar. Envergonhou-se por achar que aquela joia o faria admirá-la mais. Ele nem pertence a mim, pensou. Pois pertencia, sim! Não só ele, como o que tinha dentro dele, algo muito valioso que nenhuma outra pessoa poderia oferecer a ela.

Ao mesmo tempo, dois homens caminhavam pelo vilarejo, próximo de onde Ashley se sentava. Eram os mesmos daquele outro dia, os contadores de histórias. Ainda não tinham sido vistos pelas crianças, que, caso os vissem, correriam até eles sem pensar duas vezes.

Oh, claro. Como se esquecer daquele lindo rosto de Ashley? Reconheceram-na de imediato, aproximando-se dela e chamando sua atenção:

— Há quanto tempo, jovem donzela. — O mais novo sorriu, sentando-se ao lado dela.

— O que faz aqui tão cedo? — Talvez esse fosse o motivo pelo qual conseguiam andar livremente pelo lugar sem os pequenos os cercarem. O mais velho permanecia de pé, em frente à menina.

Sentia-se incomodada por ter dois homens tão próximos daquele jeito, já que não era algo apropriado de acontecer. No entanto, as energias deles eram boas... Como se não houvesse malícia alguma.

Hesitou; só que não se sentia bem em ignorá-los. Até porque, cedo ou tarde, gostaria de ouvir mais uma de suas histórias.

— Vocês... Conheceram a Agatha? — Ashley não olhava para eles, desviando o olhar para qualquer outro lugar.

— Agatha? Oh, a donzela da história. — O caçula olhou para o irmão.

— Por que pergunta?

— Fiquei curiosa... Disseram para mim naquele dia: "Se alguém te vir com esse livro, terá o mesmo fim que a pobre Agatha." Se ela era a vilã, por que tiveram pena ao citá-la?

— Ora! Que boa memória! — O primogênito cruzou os braços com um sorriso. Ele nem se lembrava do comentário que fizeram, eram tão atarefados. — Meu irmão William mal se lembra do que comemos ontem à noite. — riu.

— É verdade. — Também riu. De fato, ele era o que tinha a pior memória entre os dois, principalmente por ser muito avoado. Sua cabeça nunca parava quieta, sempre nas nuvens, imaginando o possível e o impossível. — Hakon é o pai das histórias aqui. Sou apenas um aprendiz.

Ashley continuou em silêncio, sem rir da piada dos mais velhos. Em situações como essas, os dois homens se sentiriam constrangidos, só que... Ashley tinha um rosto de tamanha beleza jamais vista... Não, antes dela havia uma... Laços sanguíneos compartilhavam em seu DNA tamanha graça, que pareciam ser de outro mundo.

Ficaram quietos, admirando-a. Seus rostos queimavam, todavia, não era como se estivessem apaixonados; eram diferentes dos outros. Respeitavam os pequenos brotos que estavam prestes a florescer. Desrespeitar as flores era algo inadmissível; além de que, já tinham alguém esperando por eles.

— Oh... Acho que... Tenho de ir... — levantou-se, sentia-se incomodada com aquele assédio. Como dito, não havia malícia no coração dos dois irmãos, mas como não contemplar alguém como Ashley?

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⏰ Última atualização: Oct 11 ⏰

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