Capítulo 6

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(Zoe) - LUNA, ABRE A PORTA!! APARECE LOGO.

Assustada com aquela barulheira, Luna acorda de seu sono profundo e, ainda confusa, vai até a porta.

(Luna) - Zoe? Por que você está aqui tão cedo e ainda gritando desse jeito?

(Zoe) - Não se faça de idiota, sei que está acontecendo alguma coisa. Você não está indo para a faculdade e nem me responde há 3 dias, 3 DIAS. Você tem noção do quanto eu fiquei preocupada? - diz, enquanto entra na casa de Luna e caminha até o sofá.

(Luna) - Sobre isso... Bom, não está acontecendo nada - Luna decide mentir, pois não quer que sua amiga saiba dessa situação apavorante - Eu só estou cansada, sabe como é, tantos projetos e avaliações.

(Zoe) - Sei não, você não está me passando segurança. Tudo bem se você não quiser falar, mas saiba que estou aqui. Pode contar comigo. - diz, indo em direção a Luna e lhe dando um abraço confortante.

(Luna) - Obrigada - diz com a voz baixa, enquanto retribui o abraço.

Durante esse tempo, Harry não pôde enviar mensagens a Luna, ele estava ocupado com assuntos de seu trabalho. O homem faz parte da família mais importante da máfia italiana, sendo o filho do chefe.

O que ele não imaginava era que, a partir dos 16 anos, teria que colocar todo o seu treinamento em prática. Quando Harry completou essa idade, foi designado por seu pai para uma missão. Ele tinha que assassinar brutalmente sua antiga babá por ser considerada responsável por divulgar dados sobre a família.

Harry jamais imaginaria que um dia seria obrigado a cometer tal crueldade. Ainda era uma criança e não queria fazer aquilo. Pensou em falar com seu pai, mas logo lembrou que, de qualquer forma, alguém mataria sua antiga babá, Katarina, aquela que ele guardava tantas memórias. Ela foi como uma mãe na sua infância, já que sua mãe biológica estava mais ocupada em fingir amar seu pai do que em dar atenção a ele. Karina teve um papel especial na criação dele, foi com ela que ele aprendeu a como ser um Homem.

*Há 9 anos atrás*

Depois de ter sido obrigado a tal missão, Harry, sem muita escolha vai até a casa de Katarina, lembrando de toda a sua infância que passara com ela.

(Katarina) - Harry? Que surpresa boa. Vejo que você cresceu muito bem, já tá um jovem tão forte e bonito, mas você não parece muito bem, aconteceu algo? - As palavras soam como atos de carinho, vindas do sorriso doce da senhora.

(Harry) - Ah, sempre tão cuidadosa... Vou direto ao assunto. Eu vim até aqui com a missão de matar você. Mas eu não quero fazer isso, então me diga, com sinceridade, você é culpada das informações que foram vazadas?

Ao escutar aquelas palavras a doce senhora o encara, agora, estava com um olhar confuso e desnorteado.

(Katarina) - Como assim? Não, eu jamais faria isso. Eu sempre soube das consequências que abrir a boca sobre qualquer coisa dessa família podia me causar. Eu não sou a culpada.

Dava para sentir o temor que havia naquelas palavras, mas todas saiam com um extremo tom de honestidade.

(Harry) - Porra, vão te matar de qualquer forma.

O jovem pensou muito em buscar de um jeito para convencer seu pai de aquilo ser tudo um mal entendido. Mas se não era verdade seu pai já sabia, ele queria matar ela por outro motivo.

(Harry) - Me conte. Se quer se mater viva me fale o que aconteceu, por que ele quer te matar, o que ele te fez?

A família de Harry sempre esteve entre a polícia, como uma forma de esconder todos os crimes que aconteciam.

(Katarina) - Nada, ele não me fez nada, mas...

Dava para sentir que as palavras doíam muito para Katarina, o nó que estava em sua garganta era extremamente grande, apertando o seu peito, forçando-a a respirar mais profundamente.

(Katarina) - Eu tenho um filha, ela não foi fruto de algo bom para mim, mas mesmo assim, não vou deixar que eles a matem.

Por mais que esteja confuso e irritado, Harry, não demostrava nenhuma opinião diante aquelas palavras. Ele queria entender melhor.

(Harry) - Explique.

(Katarina) - Benjamim - Harry conhecia esse nome, na verdade, quem não o conhecia? Era o futuro presidente da Itália - A minha filha é fruto de um abuso, ele não quer nem a mim e nem a ela viva, tem medo que eu ganhe coragem e conte de tudo que ele me fez. Mas eu não vou aceitar isso, eles podem me matar, mas jamais vão encontrar a minha filha.

Benjamim era um grande investidor da família, tudo o que ele quisesse a família Rossi faria.

(Harry) - Que merda! Eu posso te ajudar, mas você precisa me contar como e onde eu consigo encontrar a sua filha. 

As palavras eram hostis, com repulsa por imaginar que facilmente a garota já podia estar morta.

(Katarina) - Eu mandei ela ir para o México - A frase foi interrompida, após sua boca ser tampada pelas mão de Harry.

Com um sinal pedindo silêncio a ela, ele começa a olhar ao redor, podia jurar que escutou algo. Não foi capaz de ver nada, ao olhar para frente percebe que algo surgiu em Katarina. Um ponto vermelho surgiu na lateral de sua cabeça, o laser se movia com precisão. O barulho do disparo cortou o ar. No mesmo instante ela caiu no chão.
"Katarina!" O silêncio foi imediatamente cortado. Agachando ao seu lado, Harry vê que o estrago estava feito. Sem pensar muito, ainda com o calor percorrendo o seu corpo, pegou sua arma e saiu do local procurando pelo atirador.

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