era possível ouvir os altos passos ecoando pela casa, abri levemente a persiana e percebi a movimentação no andar de baixo. Mas uma vez, malny vendendo os restos dos móveis que nós sobraram, para pagar drogas e bebidas.
peguei um moletom e estendi o capuz sobre a minha face, sai do quarto e me movimentei cautelosamente sobre as escadas velhas e antigas.
Havia homens enormes com os músculos marcados em seus suéter, carregando a TV e a geladeira.
- O que pensa que está fazendo? Já falei que não vai leiloar esses... entulhos?! -
malny estava contando o dinheiro com um cigarro de maconha nos dedos, parou e veio em minha direção.
- Não se envolve nos meus planos, os móveis são meus e eu faço o que eu quiser. Volta para o seu mundinho e se fode. -
Malny passou por mim assoprando a fumaça em minha cara, se despiu e começou a transar com um de seus clientes, na frente de todo mundo.
Eu tinha vergonha, muita vergonha de dizer que eu havia nascido dessa puta...
- Vamo caralho, some daqui, ou quer que eu te ponha pra me chupar? -
Ela realmente tinha falado aquilo, mas não é de assustar, o que esperar de uma drogada que dá o cu por cinco reais.
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Estava jogada na cama vasculhando as redes sociais, quando recebi uma mensagem de Camile.
"Preciso que me encontre no complexo da maré, as 18hrs"
"Preciso de sua ajuda""Tá louca Camile? A polícia estar de olho na maré, faz tempo! Não quero me meter em problemas."
"Por favor, não vai ser nada sério. Eu preciso MUITO da sua ajuda agora Mary!!"
"Ok"
Era por volta das 16hrs, então resolvi começar a me arrumar, o morro da maré é longe e eu estou sem dinheiro para Uber.
Comi algumas besteiras, peguei uns trocados, meu celular e meu casaco, hoje o Rio estava bem frio. Saí de casa umas cinco horas. Por sorte não dei de cara com a cachorra da malny.
O caminho foi bem tranquilo, eu morava no asfalto porém conhecia bem os morros do RJ, morei em quase todos.
Eu era quase uma cigana, vivia trocando de casa e em carros de mudança, malny nunca pagava os aluguéis.Caminhei uns trinta minutos até avistar o morro, subi numa boa, já conhecia os envolvidos. Fui direto pra casa de Camile, ela morava sozinha, os pais morreram e deixaram a casa do morro pra ela.
- diz vida, tá pontual hoje né! - Cami tava sentada na frente da casa, fumando um Beck, tinha um muleke numa moto encostado, provavelmente macho dela.
- você disse que não usava mais isso - peguei a cerveja de sua mão e me sentei em uma cadeira, tava me esperando.
- Sabe qual é né vida, eu sou sempre bem imprevisível...- cami fez um sinal com a cabeça e mlk na moto vazou. - eae, como vai a situação com sua mãe?
- Cada vez piora mais! Não consigo ficar tranquilo em casa, ela tá passando dos limites, tenho receio dela me vender e fazerem alguma coisa comigo!
- Mary, eu já disse que é pra você vim morar aqui comigo, aqui a gente não tem responsabilidade e medo de nada. Tu trabalha e eu também, dá pra gente viver de boa caralho! - ela me entregou um cigarro
- não sei Cami, não sei!
A gente ficou lá, tava muito gostosinho o clima, friozinho, pagode tocando baixinho, bebida e a gente conversando.
A gente ficou lá até umas oito horas, resolvi pedir pizza e eu fiquei por lá mesmo.- Mary, faz um favor pra mim! Tô indo fazer brigadeiro para depois da janta. - a cara de cachorro pidao me falou tudo.
- ah não Camile, tem cigarro aí.
- por favor Mary, você sabe que eu só cozinho se for com uma maconha do lado! além disso, eu tô esperando a pizza chegar e não posso sair - neguei com a cabeça - só 10g Mary!
- Tá louca? Polícia tá rodando tudo por aqui! Se brincar até a BOPE tá fazendo busca pelo morro.
- Mary, eles não podem te prender! E se tentarem te revistar também não vão conseguir. - suspirei fundo
- cadê o dinheiro? - a morena abriu um sorriso e apontou para o braço do sofá - você precisa perder essa mania de cozinhar enquanto fuma!
- já virou vício! - A morena gritou enquanto eu evacuava da casa.
Isso é um grande problema, se a polícia me pegar eu estou fudida. Vou virar fantoche de presidiária.
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Inevitável - BOPE
Fanfiction🇧🇷 - Rio de janeiro📍 Marilyn, vive como uma sombra na sociedade. Um agente da BOPE lhe fez se dividir em diversos questionamentos. Enfrentando diversas dificuldades em casa, Marilyn foi forçada a se entregar para o policial.....