O Brilho da Redenção - Capitulo 28

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A manhã nasceu com um brilho dourado, iluminando os semblantes aliviados e sorridentes ao redor da fogueira. A tensão da noite anterior dissipou-se, dando lugar a um sentimento de camaradagem renovada. As risadas eram tímidas no começo, mas, aos poucos, ganharam confiança, quebrando o gelo restante entre Josh e Elora. Ambos trocavam olhares de leve constrangimento, cientes da fúria que quase os destruiu. No entanto, algo mudou — a confiança, embora frágil, havia sido reconstruída.

Josh se levantou, sacudindo o pó de suas roupas, e olhou para seus companheiros. "Está na hora de voltar", disse ele com um sorriso tímido, e o grupo assentiu em concordância. Eles sabiam o que isso significava: retornar às profundezas da ruína, ao local onde ele enfrentou as duas Arachne's e sua primeira transformação inesperada.

Enquanto caminhavam em direção à entrada da ruína, a confiança entre eles parecia restabelecida. Elora, ainda um pouco envergonhada, se aproximou de Josh. "Sinto muito pela noite passada," ela murmurou, com um meio sorriso. "Foi desnecessário."

Josh retribuiu o sorriso, balançando a cabeça. "Todos temos nossos momentos, Elora. Acontece. O importante é que seguimos em frente."

Com um aceno coletivo, o grupo retomou sua jornada. Adentraram o local sombrio onde a transformação de Josh havia começado. A atmosfera era familiar, mas diferente; desta vez, estavam juntos e em sintonia.

O túnel à frente era escuro e úmido, com o som de gotas d'água ecoando nas paredes. A tocha que Leon carregava tremulava na brisa fria, até que, de repente, a chama morreu, engolida pela escuridão.

"Merda," resmungou Leon, agitando a tocha na esperança de reacender a chama. "Precisamos de luz."

Sem hesitar, Elora segurou seu cajado com firmeza e murmurou algumas palavras em uma língua antiga. A ponta do cajado brilhou com uma luz intensa, iluminando uma pequena área ao redor deles. A caverna agora estava envolta em um brilho suave e etéreo que parecia pulsar com a energia do feitiço de Elora.

"Certo," disse ela com um leve sorriso. "Isso deve bastar."

O grupo avançou, guiado pela luz mágica. Os sons de morcegos batiam ao longe, e o gotejar constante de água criava uma melodia rítmica nas profundezas da caverna. O caminho parecia infinito, serpenteando por passagens estreitas e vastas câmaras. E então, diante deles, surgiu uma porta antiga, parcialmente oculta pela vegetação que crescia nas rachaduras das pedras ao redor.

"Vamos entrar," Thorin sugeriu, a voz baixa e cautelosa.

Josh empurrou a porta com força, e ela se abriu com um rangido alto. Ao entrar, foram recebidos por uma sala vasta e poeirenta, que parecia ter sido uma biblioteca outrora grandiosa. Prateleiras caídas e pilhas de pergaminhos desbotados espalhavam-se pelo chão, criando um labirinto de conhecimento perdido.

Leon se aproximou de um pergaminho semi-enrolado, tentando decifrar suas inscrições. "Elora, dê uma olhada nisso," ele chamou.

Elora apressou-se para o lado dele, observando o pergaminho com interesse. "Parece ser um mapa," disse ela, surpresa. "Mostra a localização de... algum lugar ao leste. Talvez seja importante."

"Então é melhor levá-lo," disse Josh. "Pode ser útil mais tarde."

Elora enrolou cuidadosamente o mapa, guardando-o em sua bolsa enquanto continuavam a explorar. No centro da sala, uma pequena mesa de pedra destacava-se, e sobre ela, um artefato brilhava levemente, quase escondido sob a poeira dos séculos. Ele tinha a forma de uma gema de cristal, rodeada por um aro de prata antiga, e emitia uma luz suave, misteriosa.

"Olhem para isso," sussurrou Josh, atraído pelo brilho do artefato. Os outros se aproximaram, cautelosos.

Elora estendeu a mão primeiro, sentindo a energia suave e pulsante. "É estranho... parece estar aguardando algo," murmurou.

Thorin e Leon também tocaram o artefato, sentindo a mesma pulsação. Quando foi a vez de Josh, o objeto brilhou com uma luz intensa e vibrante assim que sua mão o tocou. Um silêncio reverente tomou conta da sala.

Josh sentiu uma onda de energia percorrendo seu corpo, e o artefato começou a se fundir lentamente à sua pele, como se estivesse se tornando parte dele. Uma aura de luz o envolveu, brilhando mais intensamente a cada segundo. Todos os presentes recuaram alguns passos, observando a cena com olhos arregalados. O artefato desapareceu, tornando-se um com ele.

De repente, a luz ao redor de Josh se intensificou, envolvendo-o completamente. Era como se ele estivesse iluminado por uma aura celestial. Seu corpo flutuou alguns centímetros do chão, e ele se sentia... diferente. Todos no grupo viam-no de forma distinta, como se por um breve momento, não fosse mais uma fera tentando se controlar, mas sim uma figura angelical, uma representação de pureza e redenção.

"Josh..." sussurrou Elora, quase sem fôlego. "Você parece... incrível."

Quando a luz diminuiu, Josh pousou suavemente de volta ao chão, ainda sentindo a energia vibrante percorrendo seu corpo. Ele olhou para suas mãos, que agora brilhavam com um leve tom azul, indicando uma afinidade recém-adquirida — a água, um elemento em perfeita harmonia com seu espírito.

"Eu... sinto algo diferente," ele admitiu. "Como se tivesse recebido um presente."

Os outros assentiram, sorrindo. Thorin bateu levemente nas costas de Josh. "Parece que o artefato o escolheu," comentou com um sorriso largo.

Antes de saírem da biblioteca, Elora voltou sua atenção para o mapa. "Temos que decifrar isso quando chegarmos ao posto avançado. Pode nos levar a algo ainda maior," disse ela, determinada.

Juntos, eles começaram a caminhar de volta, com uma sensação de alegria e leveza renovadas. A sensação de realização e confiança mútua flutuava no ar, e, por um breve momento, todos pareciam unidos, prontos para enfrentar o que viesse a seguir.

Ao saírem das ruínas, o sol já estava se pondo, pintando o céu com tons de rosa e laranja. Eles apressaram o passo, desejando chegar ao posto avançado da Guilda antes da noite cair completamente. Ao se aproximarem das ruínas do castelo abandonado que abrigava o posto avançado, viram as luzes piscando entre as pedras.

Josh avistou Sara e Lúcia esperando por ele. O sorriso em seus rostos e a alegria em seus olhos o fizeram acelerar o passo. Magnarok, o magnífico dragão, rugiu levemente ao ver seu mestre, saudando-o com um leve bater de asas.

Quando finalmente alcançou suas esposas, Josh foi recebido com abraços calorosos e sorrisos. A jornada estava longe de terminar, mas, por agora, havia um momento de paz, alegria e união. Eles estavam prontos para o que viesse a seguir, juntos, como uma família e como uma equipe.

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⏰ Última atualização: Sep 09 ⏰

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