𝐏𝐫𝐞𝐦𝐢𝐞𝐫 𝐜𝐨𝐧𝐭𝐚𝐜𝐭, 001

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Numa manhã ensolarada, Catharina; a ginasta que iria representar o seu pais pela primeira vez numa competição de extrema importância, estava caminhando pelos corredores da Vila Olímpica. O lugar era lindo, cheio de quadros que mostravam a cultura parisiense.

Catharina caminhava pelo coração da Vila Olímpica de Paris, seus olhos arregalados, tentando absorver tudo ao seu redor. Era como estar em um sonho — um mundo diferente, feito especialmente para os maiores atletas do planeta. Ao redor dela, havia prédios modernos, com bandeiras de todos os países penduradas nas varandas, representando as centenas de nações ali reunidas. Atletas de todas as formas e tamanhos passavam por ela, conversando em línguas que ela mal conseguia identificar. O clima era de pura emoção, um nervosismo coletivo que, de alguma forma, também trazia uma energia inspiradora.

Catharina: “Uau...” — sussurrou, quase para si mesma, enquanto seus olhos varriam o horizonte, mal conseguindo acreditar que estava ali.

Desde pequena, ela assistia às Olimpíadas pela TV, sonhando com o dia em que faria parte daquele universo. E agora, andar pela Vila, onde tantos ídolos do esporte já haviam pisado, fazia seu coração bater mais forte. Cada esquina parecia ter uma nova descoberta — uma praça com atletas tirando fotos, um enorme refeitório onde todos os tipos de culinárias do mundo estavam à disposição, áreas de relaxamento com sofás e televisões gigantes onde as pessoas assistiam às competições acontecendo ao vivo.

Ao passar por um desses pontos, ela viu um grupo de atletas estrangeiros praticando yoga ao ar livre, enquanto outros se alongavam em um canto. A harmonia entre os diferentes esportes, línguas e culturas era algo que ela jamais imaginou testemunhar tão de perto.

Catharina: “Isso é surreal...” — murmurou novamente, quase como se temesse que falar mais alto a fizesse acordar de algum sonho.

Ela pegou seu celular e começou a tirar fotos de tudo. Queria registrar cada detalhe, desde as estruturas modernas até os pequenos momentos, como o sorriso de uma atleta ao reconhecer uma rival e abraçá-la com carinho. Para Catharina, a Vila não era apenas um lugar físico, era um símbolo da união do esporte, da superação e da força coletiva de milhares de pessoas que, como ela, dedicaram suas vidas para estar ali.

Andando mais um pouco, ela passou por um dos ginásios onde algumas competições preliminares já haviam começado. Podia ouvir o eco dos gritos da torcida do lado de fora, e isso enviou um arrepio por sua espinha. Dentro de poucos dias, seria ela quem estaria lá, competindo. O pensamento a deixou nervosa, mas ao mesmo tempo, empolgada. Era o que sempre quis. Tudo o que ela sonhou estava se tornando realidade.

Ela respirou fundo e continuou caminhando, os pés leves como se flutuassem. À medida que se aprofundava mais na Vila, viu algo que a fez parar por um momento. Na parede de um dos prédios principais, havia uma enorme instalação artística, com fotos gigantescas de atletas lendários que haviam marcado a história das Olimpíadas. Era uma galeria ao ar livre, e as imagens mostravam momentos icônicos — uma nadadora no auge de seu mergulho, um corredor cruzando a linha de chegada, uma ginasta no ar, suspensa no tempo.

Catharina parou em frente à imagem da ginasta, seus olhos fixos na perfeição do salto, na leveza com que ela desafiava a gravidade. Ela sentiu um frio na barriga, lembrando-se de suas próprias performances, de cada treino árduo, de cada momento em que pensou em desistir, mas não o fez. Agora, ali estava ela, pronta para fazer parte daquela história.

Catharina: “Será que um dia serei eu nesse mural?” — ela pensou, um pequeno sorriso se formando em seus lábios.

Antes de seguir, ela fez uma promessa silenciosa a si mesma. Prometeu aproveitar cada segundo, sentir cada emoção, viver plenamente aquele momento que esperou por tanto tempo. Afinal, estar nas Olimpíadas já era, por si só, a realização de um sonho. E, enquanto caminhava em direção ao ginásio para o treino, seu coração estava cheio de gratidão e orgulho. Ela estava ali. No meio de tudo aquilo. Finalmente.

Catharina estava tão absorta na imensidão da Vila Olímpica, observando as bandeiras coloridas balançando ao vento e os atletas circulando de um lado para o outro, que mal percebeu alguém se aproximando. De repente, sentiu um impacto suave, esbarrando em algo – ou melhor, em alguém.

Ela olhou rapidamente para cima e viu uma jovem alta, que me fazia sentir uma formiga perto, de cabelos ruivos presos em um coque apressado. Era Julia Isabelle Bergmann, jogadora da seleção brasileira de vôlei. Catharina abriu a boca, surpresa, enquanto Julia sorria com simpatia.

- Meu Deus, mil desculpas! - Olho para a moça, que imediatamente reconheço.

Ela era linda, ruiva, de pele e olhos claros. Sua pele levemente avermelhada, coisa normal para pessoas extremamente brancas.

- Imagina, você está bem? - Ela dá uma sorriso apaixonante.

- Sim, estou. - Sorrio também. - Prazer, Catharina Souza.
- Estendo minha mão para cumprimenta-la.

- Prazer, Julia Bergmann. - Ela aperta minha mão. - Sei quem é, vejo alguns vídeos seus. Você é boa!

Pasmem, simplesmente Julia Bergmann me conhece. Ela disse que eu sou boa!

- Ah... Obrigada! - Sorrio timidamente. - Você também é boa, sou sua fã!

- É bom saber que tenho fãs tão especiais como você, me inspira muito! - Ela pisca para mim.

- Me sinto lisonjeada em ouvir isso, especialmente, vindo de ti. - Ela ri.

- Está afim de tomar um café, depois? - Ela sorri, vergonhosa.

- Claro, quero sim!

- Tudo bem, te vejo depois, então!

- Até depois, Bergmann.

As duas se despediram com um aceno rápido, e enquanto Julia seguia seu caminho pelos corredores da Vila, Catharina observou-a por um momento, ainda processando o encontro inesperado. Não só tinha conhecido uma atleta que ela admirava, mas também sentiu que, de alguma forma, havia encontrado uma aliada para enfrentar o que viria pela frente.

Ela respirou fundo, olhou para o celular, que estava em suas mãos, enviando uma mensagem para Julia Soares, sua colega de quarto e contando sobre o ocorrido, olhando depois para onde Julia foi em direção  e, dessa vez, com uma confiança renovada, continuou em direção ao ginásio. Havia algo no ar — não apenas a tensão das Olimpíadas, mas uma sensação de que, mesmo em meio à imensidão daquele evento, ela não estava sozinha.

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Primeiro capítulo por aqui!
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𝐄𝐍𝐓𝐑𝐄 𝐏𝐎𝐈𝐍𝐓𝐄𝐒 𝐄𝐓 𝐀𝐓𝐓𝐀𝐐𝐔𝐄𝐒, julia bergmann Onde histórias criam vida. Descubra agora