Cheirando os pés de dois skatistas chapados

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No banheiro da escola, eu me escondi, com a cabeça encostada na parede fria, tentando sufocar o choro. A angústia apertava meu peito, quando, de repente, ouvi risadas e o som de passos despreocupados. Dois garotos entraram, conversando e soltando piadas, enquanto o leve cheiro de maconha se espalhava pelo ambiente.

"Ei, mano, o que foi? Tá de boa?" perguntou o mais baixo, um skatista com cabelos desgrenhados e uma expressão tranquila, quase acolhedora. O mais alto se inclinou levemente, curioso, mas sem perder o tom relaxado.

Eu hesitei, sentindo meu rosto queimar de vergonha, mas havia algo na forma desleixada e simpática deles que me fez desabar. A confissão saiu em sussurros, entrecortada pela emoção. Quando finalmente revelei meu fetiche, esperei a zombaria, mas ela nunca veio. Ao invés disso, eles trocaram olhares e sorriram.

"Ah, relaxa aí, maninho. A gente vai te ajudar com isso, pode crer," disse o mais baixo, o sorriso brincalhão no rosto. O mais alto deu de ombros, com um ar de desafio divertido. "Bora resolver isso agora."

Com uma gentileza surpreendente, o mais baixo me puxou pelo braço. Eu mal consegui acreditar no que estava acontecendo. Me levaram até uma área em construção no banheiro, um box vazio e meio terminado. Os dois se sentaram nas bordas, com as pernas penduradas, enquanto eu me deitava no chão, bem debaixo dos seus pés. O cheiro dos tênis levemente encardidos deles já começava a me envolver, algo que me deixava em uma mistura de ansiedade e excitação.

"Fica de boa, manin, não precisa ter vergonha."

"É, só ser feliz, véi," disse o mais alto, o sorriso dele tão sereno que me fez relaxar um pouco mais.

Deitado ali, com o rosto tão próximo das solas dos seus tênis, senti meu corpo tremer. As solas chegavam a centímetros de mim, e a sensação de submissão pulsava em minhas veias. Eles riam entre si, falando sobre assuntos triviais, como se não houvesse nada de anormal acontecendo. Então, o cheiro de chulé, misturado com o aroma da maconha que começaram a fumar, tomou conta do ambiente. Era avinagrado, um pouco azedo, o tipo de cheiro que eu sempre adorei​.

Eles acenderam o baseado e me passaram, incluindo-me na roda de conversa, como se eu fosse apenas mais um deles. Enquanto falavam sobre garotas e planos de andar de skate mais tarde, eu me perdi completamente na sensação. O cheiro forte dos seus pés, o calor abafado dos tênis e a maconha faziam minha mente girar. Eu estava em transe, entregando-me àquele momento, inalando profundamente o cheiro que tanto desejava.

Sem nem perceber, meus dedos começaram a deslizar pelos tênis deles, até que, num impulso, comecei a tirar as meias. O cheiro intenso e azedo invadiu meu nariz de forma avassaladora. Cada pé tinha um aroma único, e eu me deleitava em explorá-los, como se estivesse degustando um vinho raro. Eles continuavam rindo e falando, esquecidos de mim, até que um deles olhou para baixo e riu.

"Mano, esqueci que tu tava aí, kkkkk."

"Kkkkk, olha só ele cheio de cinza! Foi mal, mano, nem era na intenção," disse o mais alto, rindo enquanto limpava a sola do tênis no meu peito.

Eles começaram a se preparar para ir embora, calçando as meias de volta. "Nó, a gente perdeu a hora," falou o mais baixo, rindo. "A gente tem que colar na casa do Zé antes que a mãe dele perceba."

"Maninho, a gente já vai, cê tá de boa aí?" perguntou o mais baixo, enquanto ajeitava o tênis e olhava para mim de cima.

"S-sim..." respondi, com a voz fraca, ainda sem acreditar no que havia acabado de acontecer.

"Blz, então tá de boa. Falou!" ele disse, com aquele sorriso despreocupado que só ele tinha.

"É, falou! Foi massa pra caralho essa sua parada, kkk. Qualquer dia a gente repete," completou o mais alto, rindo e dando uma batidinha de leve no ombro do amigo.

" Eu não, mano, kkk. Sai fora, foi muito zuado, kkk. Mas... confesso que foi gostozim. Se tu trouxer uma verdinha pra gente, eu topo de novo, kkk."

"C-claro... de verdade?" perguntei, surpreso e meio perdido na mistura de sensações.

"Sim, pô. Então, falou aí, carinha de chulé," ele disse, dando risada enquanto o outro fazia um gesto de tchau.

Os três saíram andando lado a lado, rindo e falando besteiras, o do meio abraçando os outros dois com um braço, como se nada tivesse acontecido. Eu fiquei ali, deitado no chão do banheiro, observando as solas dos seus tênis enquanto eles desapareciam pela porta.

Meus pensamentos ainda giravam em torno da cena que acabara de acontecer. O cheiro forte de chulé ainda pairava no ar, misturado com a lembrança de seus sorrisos e a descontração. Levei a mão até meu pau, e com um leve toque, fechei os olhos. O cheiro, a força, os momentos de risadas e as palavras soltas ecoavam na minha cabeça. Com uma última lembrança deles, explodi em um jorro intenso de prazer.

Soltei um gemido baixo, ainda em êxtase, e aos poucos, o cansaço tomou conta. Deixei meu corpo relaxar no piso frio de cerâmica, a mente vagando nos detalhes de tudo o que aconteceu. Sem perceber, acabei adormecendo ali mesmo, ainda incrédulo com o fato de que, por quase uma hora, eu realmente fui o escravinho daqueles três garotos deliciosos.

Rascunhos/ histórias em progressoOnde histórias criam vida. Descubra agora