O cinema era um lugar que eu e Júlia adorávamos, e quando chamei Marcos para nos acompanhar naquela noite, pensei que seria apenas mais uma sessão entre amigos. Marcos era o típico "alfa" que todos os homens queriam ser e que todas as mulheres queriam perto. Alto, com ombros largos, e um físico naturalmente forte, ele sempre exalava confiança. Seu cabelo curto e a barba levemente por fazer davam a ele um ar de descaso intencional, enquanto suas roupas esportivas e tênis desgastados, mas robustos, ressaltavam sua presença de forma marcante.
Quando entramos na sala, Marcos tomou a dianteira e escolheu o lugar ao lado de Júlia, entre nós dois. Mesmo com a cadeira vaga ao meu lado, me senti de imediato deslocado. Como sempre, ele agiu com total naturalidade, como se aquela posição fosse a dele por direito. Eu, que havia planejado sentar ao lado de Júlia, aceitei sem pensar, tentando evitar qualquer confronto.
O filme começou, mas a interação entre Marcos e Júlia logo se destacou para mim. Cada risada de Júlia, cada comentário baixo que ela fazia para ele, era como um lembrete sutil de que eu estava sendo deixado de lado. Eles trocavam piadas internas que eu não entendia, riam entre si de coisas que escapavam ao meu alcance, e a proximidade entre eles parecia aumentar a cada segundo.
Depois de alguns minutos, um casal apareceu. O rapaz era alto e tinha uma postura confiante, ombros relaxados e uma expressão de quem não costumava ouvir "não" como resposta. Ele deu uma olhada nos ingressos, parecendo confuso ao ver as poltronas que ele havia comprado — uma do meu lado e outra na fileira imediatamente à frente.
O rapaz olhou para mim, depois para Marcos e Júlia, e pareceu interpretar a cena de forma quase instantânea. Com um sorriso educado, ele se dirigiu diretamente a Marcos, como se fosse óbvio para ele quem era a figura dominante entre nós.
— Com licença, acho que houve um problema com nossos lugares, — ele começou, mantendo a atenção apenas em Marcos. — Nós compramos esses dois aqui, mas acabaram ficando separados. Se não for pedir muito, será que seu... amigo, — ele indicou a mim com um aceno discreto, quase como se eu fosse um detalhe desimportante, — poderia trocar de lugar comigo? Aí eu e minha namorada ficaríamos juntos.
O jeito como ele se referiu a mim, o olhar quase condescendente que ele lançou, deixou claro que, aos olhos dele, eu não era o namorado de Júlia. A proximidade entre ela e Marcos já transmitia isso. E o pior foi que Marcos, com um sorriso casual, concordou de imediato, sem sequer consultar minha opinião.
— Claro, acho que não tem problema, né? — disse ele, olhando para mim com uma expressão de aprovação silenciosa, como se minha concordância já estivesse garantida.
Eu senti o rosto esquentar, uma mistura de vergonha e desconforto que subia à minha cabeça, mas não tive coragem de recusar. Assenti, tentando disfarçar a humilhação, e me levantei. — Sem problema, — respondi, forçando um sorriso.
Assim que me acomodei na fileira de baixo, olhei para trás e vi que o casal havia tomado seus lugares ao lado de Marcos e Júlia. A nova configuração era humilhante. Júlia agora estava ao lado de Marcos, o rapaz ao lado da namorada, e eu, relegado ao assento inferior, via minha posição na dinâmica se desintegrar. A sensação de deslocamento me envolvia como um peso, e cada risada abafada deles parecia reafirmar minha insignificância.
A cada segundo, sentia-me mais desconfortável na nova posição. Não demorou muito para que algo pressionasse o encosto da minha cadeira. Olhei discretamente e vi que eram os pés de Marcos, estendidos sobre o assento como se ele estivesse em casa. Seus tênis, tamanho 44, com as solas desgastadas e largas, ocupavam completamente o porta-copos e uma parte do assento, fazendo com que eu praticamente não tivesse espaço para me mover sem sentir sua presença esmagadora.
Eu tentei voltar a atenção para o filme, mas o peso dos tênis nas minhas costas era inescapável, uma presença silenciosa e constante. Senti algo cutucar minha cabeça, uma pressão leve, e ao olhar discretamente para trás, percebi que Marcos, sem tirar os olhos da tela, estava me sinalizando com o pé. Não houve palavras; era um comando silencioso, uma expectativa implícita.
Com o coração acelerado e as mãos trêmulas, comecei a desamarrar os cadarços de seus tênis, puxando o laço devagar. Ele não me olhava, mantendo-se focado no filme e em Júlia, como se estivesse em uma cena particular com eles. Assim que tirei o primeiro tênis, senti o calor abafado do pé dele começar a se espalhar. Era um cheiro leve, mas presente, uma mistura de suor que ficou retido o dia inteiro, um aroma que carregava uma masculinidade crua.
Enquanto eu tirava o segundo tênis de Marcos, tentando ignorar o odor que emanava de seus pés, o rapaz ao lado fez o mesmo. Sem nenhuma cerimônia, ele retirou os próprios tênis e deixou-os no chão. Um deles escorregou e caiu diretamente sobre minha cabeça, e ele sequer pareceu notar. Continuou conversando com a namorada, trocando risadas e carícias, como se eu fosse apenas uma peça do ambiente.
A indiferença dele era um golpe silencioso que me rebaixava de forma implacável. Diferente de Marcos, que sabia exatamente o que estava fazendo, o rapaz parecia genuinamente despreocupado com a minha presença. Ele conversava com a namorada e passava o braço ao redor dela, enquanto seu pé descansava perto da minha cabeça. Eu, ao lado dele, segurava o tênis de Marcos como se fosse algo sagrado, enquanto eles simplesmente ignoravam minha existência.
O cheiro dos pés descalços de Marcos, já intensificado pelo contato com o ar, começou a dominar minha mente. Me vi inclinado, num impulso que eu mesmo não entendia, aproximando o rosto de seus pés descalços e passando a língua sobre a sola, de forma hesitante. A textura quente e levemente áspera da pele dele contra minha língua me trouxe uma sensação de humilhação que jamais havia experimentado. Era como se eu estivesse me entregando a uma posição de completa submissão, e, ao perceber isso, uma parte de mim parecia aceitar essa nova realidade.
Enquanto lambia a sola dos pés de Marcos, senti o pé do outro rapaz roçar meu ombro. Ele sequer me olhou, continuando a rir com a namorada, enquanto eu estava ali, submisso, relegado ao papel de servo, lambendo os pés de um homem que havia tomado tudo o que me pertencia.
Nesse momento, um segurança apareceu, com uma expressão confusa e irritada.
— O que está acontecendo aqui? — ele perguntou, a voz firme, tirando-me do transe de submissão.
Antes que eu pudesse responder, Marcos olhou para o segurança com um sorriso casual.— Esse cara? — disse ele, dando de ombros. — Eu nem conheço ele. Ele só apareceu e começou com isso. Deve estar bêbado ou algo assim.
Júlia e o casal ao lado mantiveram o silêncio, sequer olhando para mim enquanto o segurança me puxava pelo braço, me retirando da sala. Eu estava sozinho, expulso, enquanto eles continuavam juntos, rindo e aproveitando a noite.
Horas depois, em casa, me vi revisitando mentalmente cada momento da noite. O cheiro dos pés de Marcos ainda estava em minha pele, e o gosto do suor salgado na minha boca era um lembrete da minha nova posição. Peguei o celular e abri o Instagram. Lá estavam eles, sorrindo juntos, Marcos e Júlia, lado a lado, o casal desconhecido ao fundo, como se aquela noite tivesse sido perfeita para eles.
O cheiro, a humilhação, as risadas de todos eles, tudo parecia me afundar mais. Sem resistir, comecei a me masturbar, pensando na imagem de Marcos, na textura de seus pés, na forma como ele me rebaixou sem nem se esforçar."
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Rascunhos/ histórias em progresso
FanfictionAVISO: ESTAS NÃO SÃO HISTÓRIAS TERMINADAS, MAS, SIM RASCUNHOS IMCOMPLETOS E INACABADOS. Neste espaço, vou compartilhar esboços e rascunhos de histórias podólatras em desenvolvimento. Cada rascunho será formatado em capítulos para que você possa ac...