10 - Papá

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Valencia, España

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Valencia, España

Após alguns minutos — que para Sofía pareceram horas — seu pai chegou até a sua casa. Ligou para a filha avisando que havia chegado e sem ao menos esperar que ele entrasse, ela disparou até a porta principal para que encontrasse com o mais velho.

Por mais que eles não fossem tão próximos e Sofía tivesse alguns assuntos pendentes e mal resolvidos com o seu pai, ele era a única pessoa que ela poderia buscar ajuda no momento. Sua mãe estava ocupada viajando, e sua melhor amiga estava ocupada estudando para que pudesse entrar em uma faculdade (Luna estava nesse processo há quase um ano, havia perdido alguns dias de estudo ao viajar para Barcelona, então intensivamente tentava recuperar esses dias "perdidos").

Após alguns minutos desde a chegada de seu pai, a polícia também compareceu, apenas revistou os arredores da casa e fez algumas perguntas para a mais nova. A presença da autoridade não foi muito útil, ele tentou a tranquilizar dizendo que ficaria atento e qualquer coisa diferente ou suspeita, ela deveria ligar no mesmo momento.

Jorge Castillo não hesitou em convidar a sua filha para passar essas semanas em sua casa até que Eloise voltasse de sua viagem. Sofía não conseguia rejeitar nem se quisesse, estava assustada demais para deixar o seu orgulho falar mais alto.

O caminho até a casa de seu pai foi totalmente silencioso, Jorge não sabia como puxar qualquer assunto para sua filha e Sofía não queria conversar. Estava apoiada na janela do carro enquanto observava atentamente cada rua, calçada e prédio que passava por eles.

– Você nunca mais me ligou.

Seu pai declarou, chamando a atenção da garota que o olhou atentamente, ela abaixou a cabeça sem saber o que responder.

– Você tem a sua família. – Ela declarou.

– Você também é a minha família, filha.

Ela suspirou fundo, evitando qualquer tipo de contato visual com ele.

– Não sou a sua família principal.

A loira finalmente olhou para o mais velho. O olhar dele entristeceu e rapidamente tentou disfarçar, mas Sofía já havia notado.

– Não precisa ser assim. – Ele insistia.

– Pai. – Ela falou mais alto chamando a sua atenção. – Eu só preciso de um tempo.

Ela disse fazendo finalmente com que o seu pai encerrasse o assunto e passasse o resto do caminho em silêncio.

A verdade é que Sofía passou anos tendo o seu "tempo", ela simplesmente não tinha coragem e nem queria deixar o seu orgulho de lado para aceitar conviver com o seu pai, ou com a outra família que ele havia criado após se separar de sua mãe. Ou talvez isso fosse uma grande consequência da culpa que ela ouvia sua mãe constantemente jogando para o seu pai.

By Chance || Pablo GaviOnde histórias criam vida. Descubra agora