Capitulo 1 - o caos é a ordem natural

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Essa é uma historia...

De como uma guerra começou...

De como todos nós fomos deixados de lado...

E de como aquele demônio saiu do inferno.

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- Você realmente acha isso certo? Você acredita mesmo que el-... que isso que fizemos vai ser perdoado? -

T falava com amargura e receio em sua voz, enquanto prestava auxílio ao companheiro.

Dúzias de passos pesados ecoavam pelos corredores, cada vez mais próximos.

- Não... Nós vamos para o inferno de todo jeito. -

S respondeu em um tom frio.

- Então por favor Senhor, repense isso, se nos entregarmos agora para Zeninth vai ser mais fácil, talvez eles diminuam nossa pena, talvez eles não nos matem...ou só não façam ser tão ruim... -

T retrucava com a voz trêmula e receosa.

- Você sabe que independente do que façamos nós vamos morrer, mas podemos salvar ela, ela poderá pelo menos ver o céu antes de morrer, eu não quero morrer com esse arrependimento, eu a criei para ser algo que fosse ajudar o nosso país, o nosso continente, não para ser usado para fazer um genocídio em massa...Eles não tem o direito de usarem minha criança assim. -

S contesta, quase que instantâneamente a mulher.

Os passos ficam mais abafados e mais distantes e uma criatura guardada no fundo desse complexo, acaba por escutar esses passos.

Estavam vindo por ela.

Enquanto isso... Em uma pequena vila pacata por perto, isolada por uma floresta de pinheiros, um clima de tensão crescia entre murmúrios por entre os habitantes...

- Meus irmãos e irmãs, tempos sombrios se abateram sobre nós. A Nova Zenith, essa colossal metrópole, agora nos coloca contra a parede. Eles exigem metade do néctar de Lumina, aquele que extraímos com tanto suor e sacrifício, nossa única fonte de luz, em troca de uma falsa proteção. Estamos diante de uma encruzilhada: ou cedemos o que é nosso por direito e nos ajoelhamos diante dos poderosos, ou enfrentamos o risco de sucumbir sozinhos, sem as defesas que eles prometem manter. -

A incerteza e medo sobre o futuro estava claro na voz do líder do vilarejo, todos estavam escutando apreensivos, cochichos cresciam, até que a velha ave volta a falar.

- Não há caminho fácil. Não há vitória sem dor. A escolha, no entanto, é nossa. Vamos aceitar essa chantagem e viver com a sombra da submissão sobre nós, ou vamos lutar, mesmo que isso signifique enfrentar a incerteza? Eu não tenho todas as respostas, mas sei que nosso destino será decidido hoje. Se unirmos nossas vozes, nosso futuro pode ser outro. -

O líder do vilarejo fala motivando seu povo.

- Chefe... Se isso é oque você acha, então lhe seguiremos até o fim, afinal separados nunca teríamos alcançado oque temos hoje! - um homem na multidão grita inflamando os outros que por consequência não questionam e se juntam.

- GREYSKAKUM KALAM! - eles batem em seus peitos, a multidão grita em uníssono e dissipa-se.

Em meio ao caos que se construía naquela vila, mais ao fundo daquela floresta de pinheiros, uma estalagem decrépita servia de fachada para um laboratório subterrâneo, os tiros que ecoavam pelos corredores e o sangue que escorria contrastava com as paredes de aço.

Asas de outroraOnde histórias criam vida. Descubra agora