Fã número 10.000.000

2.

O som da vibração contra a cómoda, enquanto resmungava suavemente em um som conjunto com o da vibração do telemóvel. Ainda com os olhos fechados estendeu a mão preguiçosamente tentando encontrar o mesmo, seus olhos ainda fechados, pesando sobre a superfície da pele.
Quando finalmente o agarrou e atendeu á chamada, uma voz rouca e familiar soou do outro lado, não parecia agressiva como no dia anterior, antes pelo contrário, estava suave e calma, por algum motivo fez as bochechas sardentas do menor ficarem preenchidas por um tom avermelhado.
A voz rouca estava abafada, Izuku mal percebia o que era dito pelo loiro.

-Deku? Deku!?

-Ah, Kacchan... desculpa, ainda estava dormindo.

-Você sabe que horas são!?

-o mesmo afastou o telemóvel de sua orelha e olhou do no canto superior esquerdo, observando os pequenos números- Desculpa, eu adormeci! Espera só um pouquinho!

-uma leve e baixa risada rouca foi ouvida do outro lado da linha- Tudo bem, não se apresse, leve seu tempo.

-Obrigado...

Em um clique, a chamada terminou, o menor suspiro e surtou por breves momentos se revirando na cama feliz por fazer o maior dar uma risada, por sua causa. Ofegante pelo breve momento, se levantou pela primeira vez com vontade de sair pelas ruas.
Silenciosamente o menor caminhou até o quarto de sua mãe, abrindo a porta lentamente, abrindo o suficiente para adentrar o quarto, caminhando até á janela e abrindo a mesma fazendo, a mais velha soltar um baixo resmungo enquanto os raios do sol preenche o quarto anteriormente escuro.

-Mãe, temos de ir, o Bakugou já está esperando.

-É mesmo? Ele não quer entrar?

-Mãe, anda vamos comer qualquer coisa e nos arrumar logo.

-Sim...-a mais velha se levantava lentamente ainda sonolenta.

Ambos caminhavam até á cozinha, Izuku ajudando sua mãe a descer as escadas não muito longas.
Enquanto Izuku preparava um suco de laranja, a mais velha apenas o olhava.

-Meu filho, não tinha reparado que estavas tão magro.

-É mesmo?

-Sim... você tem ido á terapeuta?

-Sim, não se preocupe.

A mais velha suspirava enquanto recebia o suco de laranja já pronto e lhe era entregue alguns remédio.

-Vou tomar banho. -o mesmo plantou um beijo na testa de sua mãe e subiu as escadas rapidamente, indo em direção ao banheiro.

O pouco tempo que tinham já havia acabado, atorduado se viu já dentro do carro sentando ao lado de sua mãe.
Uma sensação de vazio preencheu seu coração derepente, ao ver um casal no parque, suas mãos entrelaçadas. Apenas abaixou a cabeça se sentindo o tão familiar sentimento e solidão o devorar em segundos.
Suas pálpebras se fecharam por breves momentos, e quando as abriu novamente estava beijando a bochecha de sua mãe, enquanto envolvia seus braços ao seu redor. Em um gesto rápido se afastou da mais velha.

–Se cuida, ok? E não esqueça de tomar os remédios e se precisar de algum liga para a mamãe, sabes que tens a mamãe para falar o que quiseres.

–Mãe, que vergonha. Mas obrigada.

–Agora vai meu docinho e diverte-te, ok?

–Ok.-O esverdeado deixou um beijo na testa enrogada de Inko enquanto se afastava lentamente saindo da casa luxuosa em que segundos atrás estava.

Enquanto se sentou ao lado do assento do condutor, a mão do loiro lhe colocou o sinto de segurança e arrancou em poucos e breves instantes.

–A tua mãe, ela é fixe.