"É diferente da típica definição de destino
Seus olhos doloridos estão olhando para o mesmo lugar que eu - Euforia, BTS"Nunca fui o tipo de pessoa que acreditava em amor à primeira vista. Pra mim, isso sempre pareceu mais uma fantasia do que algo real, um clichê que alimentava os contos de fadas e os filmes românticos da Disney que eu tanto gosto. Sim, admito que sou um romântico incurável. Sempre fui fascinado pelos príncipes e princesas, pelos heróis que enfrentam todas as adversidades por amor, pelas histórias de romances sem limites que desafiam o tempo e o destino. Mas, no fundo, sempre achei que a vida real era um tico mais cruel, menos generosa com essas fagulhas instantâneas de paixão que nos arrebatam à primeira vista.
O amor, pra mim, era algo que se construía aos poucos, tijolo por tijolo, em uma base sólida de conhecimento mútuo, de vivências compartilhadas. A ideia de ver alguém e, de repente, sentir aquele arrepio na espinha, o coração disparar, as mãos suarem, simplesmente não fazia parte do meu vocabulário de sentimentos. Mermo com a pessoa que um dia jurei que amaria para sempre, essa sensação arrebatadora nunca se manifestou. Tudo era mais contido, mais racional.
Até que aquele dia chegou.
Aparentemente, o universo resolveu me ensinar uma lição, e da maneira mais irônica possível. Ali, naquele instante, na praia, com o sol se pondo em um espetáculo de cores alaranjadas e rosadas, eu descobri que o acaso pode, sim, ser real. Que ele pode estar escrito nas estrelas, esperando o momento certo para se manifestar e bagunçar todas as suas certezas. E foi exatamente o que aconteceu. De repente, sem qualquer aviso prévio, minha vida foi virada de cabeça para baixo. Foi como se o destino, numa brincadeira cruel, me fizesse engolir todas as minhas palavras que eu dizia com tanta certeza.
Porque naquele dia, naquela praia, eu o vi. E foi como se algo dentro de mim, algo que eu nem sabia que existia, se acendesse com uma força estranhamente boa. Ele se tornou uma presença constante, impregnada na minha mente como uma marca indelével, algo que eu simplesmente não conseguia apagar. Como se fosse nicotina, infiltrando-se nas minhas veias, como uma daquelas boas doses certeiras de cafeína que te mantém acordado por horas. Só que, no meu caso, não eram apenas horas. Eram noites inteiras, viradas na cama, com o pensamento fixo nele.
Me apaixonei perdidamente por um homem. Foi instantâneo, visceral. Assim que nossos olhares se cruzaram, algo em mim mudou.
Seus olhos claros estavam inchados, como se ele tivesse acabado de chorar, e aquilo me pegou de surpresa. Porque, em meio à sua beleza estonteante, havia uma tristeza profunda, algo que eu queria desesperadamente entender.
Seus lábios, machucados e avermelhados, me lembravam morangos, os mais doces que 'cês possa imaginar. Eu ansiava por um beijo, só para descobrir o sabor daqueles lábios, para sentir o que ele guardava dentro de si.
Seus cabelos, em um tom vermelho marcante, quase gritavam por atenção, enquanto as sardas salpicadas por suas bochechas davam o toque final àquela imagem que ficaria gravada na minha mente para sempre. Era como se cada detalhe, cada minúcia do seu ser, tivesse sido projetado para me deixar todo bobo e sem reação, para me fazer querer saber mais, conhecer cada pedaço dele. E não era apenas uma questão de aparência. Havia algo nele que me tirava a paz, algo que ia além de sua beleza externa.
Porque ele num era apenas bonito. Ele era um homem cuja beleza externa poderia muito bem ser a definição de perfeição, mas havia mais. Havia uma profundidade nele que me atraía, uma vulnerabilidade que eu podia sentir, mesmo à distância. E isso era algo que me fascinava, que me puxava para ele com uma força irresistível.
Mesmo quebrado, ele era a pessoa mais brilhante, talentosa e gentil que eu conheci depois de tanto tempo. Havia uma luz nele que, mesmo apagada, ainda brilhava com uma intensidade que quase me cegava. E eu me sentia sortudo, incrivelmente sortudo, por tê-lo conhecido, por ter tido a chance de saber mais sobre ele. Ele me contou sobre suas comidas favoritas, seus filmes estranhos, seu gosto duvidoso para músicas. Eu queria saber tudo, cada detalhe, por mais que ele o achasse o mais insignificante que fosse.
E mais do que isso, eu queria estar lá para ele. Eu queria ser aquele que ele procurava nos momentos de dor, aquele em quem ele confiava para desabafar seus pesadelos. E, de certa forma, foi isso que aconteceu. Ele veio até mim quando seu mundo desabou, quando não havia mais ninguém a quem recorrer. E foi o meu nome que ele chamou, foi a mim que ele escolheu para chamar de "amor".
Só que, como em toda boa história, havia um porém. Talvez o acaso tivesse cometido um erro. Talvez eu tenha lido errado o final da nossa história. Porque onde eu achei que havia um "para sempre", não havia o meu nome. Não, o destino tinha outros planos, e eles não incluíam um final feliz para mim, de novo.
Aquele homem por quem me apaixonei, ainda chorava pelo passado. Diante de tudo, ele ainda ansiava pelo o que já passou, só por medo e inseguro do que o futuro lhe reservava.
E eu, ali, impotente, só podia aceitar que talvez não fosse pra ser.
Mesmo que seja em mim que ele pensava, era o meu nome que sussurrava em silêncio. Eu podia ver isso, podia sentir isso. E aquilo, de alguma forma, me dava forças, para mostrá-lo que eu tenho tanto amor pra dá.
Eu estava enganado sobre muitas coisas. Mas uma coisa eu sabia: o destino não erra. Bom, quero acreditar que não.
Mas se ele estava ali, olhando para mim, pensando em mim, então havia algo mais, algo que ainda não havia sido revelado. No final da nossa história, existe sim, um "para sempre". Só precisamos cruzar a fronteira.
Porque o nossa história, nosso final feliz ainda estava para ser escrito...
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Cê Tá Cruzando a Fronteira🌾 (JIKOOK)
FanfictionEM ANDAMENTO • +16 • JIKOOK 💐🤠🍓 Desolado após descobrir a traição de seu noivo, Jimin busca refúgio nos braços de seu melhor amigo. Com o passar dos dias, ele acaba sempre se encontrando Jungkook, um homem carismático que, sem saber, toca seu co...