Chapter 3

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O telefone tocou em meio ao silêncio da noite, interrompendo o foco de Aiyla, que estava mergulhada em pilhas de livros sobre direito penal e jurisprudência. As luzes da biblioteca estavam apagadas, e as únicas fontes de iluminação eram as lâmpadas de sua mesa de estudos, lançando uma luz suave sobre os textos e anotações.

Aiyla ergueu uma sobrancelha ao ver o número desconhecido no visor. Com um leve suspiro de cansaço, atendeu a chamada, tentando ignorar a sensação incômoda que lhe causava.

— Alô?

Do outro lado da linha, uma voz distorcida e artificial soou, como se estivesse coberta por um filtro de voz. Era um tom frio e impessoal, e suas palavras eram carregadas de uma estranha mistura de mistério e ameaça.

— Boa noite, Aiyla. Gostaria de saber: qual é o maior medo de uma advogada em treinamento? — perguntou a voz, com um tom que parecia brincar com as palavras.

Aiyla, acostumada a lidar com situações desafiadoras, não deixou a tensão afetá-la. Em vez disso, conectou rapidamente a chamada com sua amiga Adeline, que estava em casa preparando-se para uma apresentação sobre psicologia forense. Adeline, futura delegada e juíza, tinha uma mente afiada para detalhes e uma habilidade natural para análise de comportamento.

— Adeline, você precisa ouvir isso — disse Aiyla, passando o telefone para sua amiga.

— O que está acontecendo? — perguntou Adeline, com uma pitada de preocupação na voz.

O stalker continuou, agora falando diretamente para Adeline.

— Adeline, conte-me sobre o impacto psicológico que um trauma pode ter sobre uma vítima ao longo dos anos. E me diga, qual seria a melhor maneira de lidar com um agressor que conhece tão bem os pontos fracos de sua vítima?

Adeline, com sua experiência em direito e psicologia, começou a anotar rapidamente cada palavra do stalker. O tom de voz misterioso e as perguntas enigmáticas não eram apenas uma tentativa de intimidar; eram também um enigma a ser resolvido. Enquanto o stalker continuava a falar, Adeline e Aiyla se concentravam, registrando cada detalhe, cada pausa na conversa.

— Por que você está nos fazendo essas perguntas? — questionou Adeline, sua voz firme e controlada.

— Porque o que eu tenho a dizer vai além da compreensão de uma mente comum — respondeu o stalker. — E eu tenho certeza de que vocês, com suas mentes brilhantes, conseguirão desvendar o mistério que se esconde por trás de cada pergunta.

A ligação foi abruptamente encerrada, deixando um silêncio carregado de tensão no ar. Aiyla e Adeline se entreolharam, sabendo que estavam lidando com algo muito maior do que um simples trote. As perguntas enigmáticas e o tom ameaçador da voz falsa apenas aumentavam a sensação de que estavam à beira de algo muito sinistro.

— Vamos precisar investigar mais a fundo — disse Aiyla, sua determinação evidente. — E não podemos deixar nenhum detalhe escapar.

Adeline concordou, já começando a reunir as anotações e a organizar um plano de ação. A combinação de suas habilidades jurídicas e psicológicas seria crucial para desvendar o mistério e enfrentar o stalker, que parecia estar sempre um passo à frente.

Enquanto a noite avançava, as duas amigas se preparavam para mergulhar em uma investigação que exigiria toda a sua coragem e astúcia. O jogo de gato e rato havia começado, e o stalker, Andrew, estava prestes a revelar que seus enigmas eram apenas a ponta do iceberg.

Sick  stallkerOnde histórias criam vida. Descubra agora