Primeiro encontro, primeiras impressões

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"Apenas um garoto normal. É o que eu sou. Mesmo que tenha tido que crescer mais rápido desde que meus pais morreram. Mesmo que eu tenha tido que lidar com a vida antes de todo mundo. Eu tive que conseguir um emprego para sobreviver neste mundo de merda de heróis e vilões. E quer saber de uma coisa? Ambos os lados são uma merda. Só um monte de brigas e brigas para quê? Para provar um ponto de merda? Por diversão? Para mostrar quem é mais poderoso?"

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Lá estava eu. Caminhando pelas ruas vazias de uma pequena cidade, ao cair da noite. Alguns minutos caminhando, passo a passo, segurando uma pasta dentro do casaco, finalmente cheguei ao meu destino. Um lugar abandonado, pichado e praticamente caído. Uma espécie de túnel que supostamente levaria a algum lugar. Mas, em vez de uma sala ao lado, não tinha nada. Nem mesmo uma porta. 

Eu me inclino e encosto na parede para esperar. Olho para o relógio no meu pulso. Quase na hora.
Alguns minutos se passaram e eu ouço um som vindo do telhado. Eu olho para cima e vejo outro garoto. O outro tinha longos cabelos brancos presos em uma trança, vestia roupas pretas e usava uma máscara que cobria apenas sua boca. Aparentemente, era para mudar sua voz para o que ele desejava soar.
- Você pode ser Hare Vision, certo? Máscara de coelho branco com muitos olhos, casaco marrom, botas pretas..- Ele pergunta e eu aceno com a cabeça positivamente.
- E você é o Sr. Catharsis?
- Por favor, sem formalidades. Me chame apenas de Catharsis.

Ele desce do telhado e se aproxima de mim. Ele é mais baixo, mas não muito. Ele estende as mãos para me cumprimentar e eu faço o mesmo. Nestes poucos segundos com as mãos juntas, dou outra boa analisada em seu rosto. Tem algumas sardas nas bochechas e uma cicatriz abaixo de um dos olhos.
Quando comecei a trabalhar com isso, eu deveria ter imaginado que encontraria um vilão ou mais. Catharsis é um dos membros que trabalham na Liga dos Vilões. Não se sabe há quanto tempo ele trabalha lá. Sabe-se apenas que ele foi flagrado recentemente em vídeo por uma câmera de segurança.
- Antes de começarmos, quero saber mais sobre você, Hare. Recebemos indicações de seu trabalho bem feito e detalhado.
- Como você sabe, sou um investigador e coletor de informações. Trabalho nessa área há dois anos. Coleto informações específicas sobre lugares e pessoas.
- Também ouvimos dizer que você trabalha tanto para heróis quanto para vilões, certo?
- Tecnicamente sim. Se alguém me pagar pelos meus serviços, eu farei. Sem me importar com quem é a pessoa. Estou aqui apenas para fazer meu trabalho. Mas nenhum herói confia em mim para fazer meu trabalho, então nunca trabalhei com eles.
- Interessante. Conte-me como você faz seu trabalho.
- Esta é uma informação confidencial.
Não vou mentir. Ele parecia estar mais interessado em mim e no meu trabalho.

- Hare. Temos uma missão para você. Em um mês, queremos que você diga tudo sobre a casa dentro da floresta Aokigahara.
- Você quer dizer a floresta do suicídio?
- Sim. Você está com medinho?
- Tô dentro.
Pego minha pasta e abro, pegando um pequeno caderno e uma caneta preta.
- Você tem mais informações sobre isso?
- Há um ponto de ônibus perto da única entrada de carros lá. A entrada foi fechada há muito tempo, que costumava ser reforçada com correntes de metal, mas alguém destruiu essas correntes mas o governo não se importou em reforçar a segurança, já que rumores sobre o local naturalmente afastam as pessoas.
  Anoto com detalhes tudo o que ele diz.
- Há mais alguma coisa que você gostaria de acrescentar?
- Na verdade, não. Mas queremos que você comece e esteja lá em um horário específico. Domingo, às oito, você tem que estar lá.
É uma hora bem específica, mas se eu quero que eles confiem em mim, por que não? Eu posso morrer fazendo isso. Mas por que não?
- Está bem...
Ele sorri com os olhos. Não sei bem se foi um sorriso genuíno, mas estou feliz por ter causado uma primeira boa impressão.
- Obrigado pelo seu tempo, Catharsis.
- Eu quem agradeço por vir, "coelhinho"..
Ele ri enquanto se vira, caminhando para o lado oposto de onde eu estava.

Apenas um amor de contos de fadaOnde histórias criam vida. Descubra agora