i love...hate school

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𝒍𝒖𝒂𝒏𝒂 𝒑𝒐𝒗

As aulas haviam começado a mais ou menos 2 meses e graças a Deus esse era meu último ano, graças a Deus não, até porque eu gostava um pouco daquela escola havia tido bons momentos lá e sem contar que a vida seria bem mais complicada depois que tudo acabasse, então eu sentiria falta da Nevermore.

Enquanto eu assistia a aula chata do professor de geografia, algo ainda me atormentava: minha terrível (ou incrível) noite com Rosa, confesso que já haviam passado quase três meses e aquilo não saia da minha cabeça.

Durante esse tempo, evitei tudo que me levasse até ela, principalmente aquela ruazinha endemoniada quando eu tinha que ir na casa da Duda ou algo do tipo. Aquela rua era um ótimo atalho. Me fazia chegar nos lugares bem mais rápido, pena que as coisas tiveram que ser assim. Que drama. As vezes via Rosa de longe e fazia o máximo para ela não me ver.

Ok, era exagero, eu sei, mas acontece que ela é uma cafajeste e mesmo sabendo disso, fui pra cama com ela, porque eu não tive a capacidade de resistir, ou inventar uma desculpa do tipo "estou menstruada" e também por Lucas. Eu havia feito tudo por Lucas, o que me fazia eu me sentir mais idiota ainda. Mas ao mesmo tempo, Rosa havia me dado sensações que até então eram desconhecidas minhas.

Então, até agora eu não sabia oque dizer se aquela noite havia sido terrível ou maravilhosa, eu estava confusa e quanto mais eu pensava, mais eu piorava a situação.

-Então, senhorita Luana. Você não respondeu minha pergunta. -Ouvi o Sr. Thompson dizer, e tipo, que pergunta? Ah, eu não sabia, porque tinha algo me atormentando. Então arrisquei, foda-se:

-Claro, poderia ser 10... -O professor disse:

-Se eu tivesse perguntado alguma conta e se isso fosse aula de matemática ou sei lá o que, que envolva números. -Ele suspirou, pois havia falado rápido demais como sempre. -Geografia, senhorita Lewis , geografia.

-Ah, obrigada pelo "senhorita" me sinto super importante. -O professor me fuzilou com os olhos, mas logo continuou com sua explicação.

Logo bateram na porta da sala e o Sr. Thompson murmurou algo do tipo "droga, adoram interromper minha aula" e foi abrir.

-Bom dia... -Era a diretora. Mal dia, isso sim. -Espero que todos estejam tendo uma boa aprendizagem. -Ela disse sendo formal. -Vamos direto ao assunto, agora nós temos uma "faz tudo" aqui na escola, ela vai ajudar o professor Henrique de educação física, monitorar vocês no intervalo, e se vocês quiserem algum tipo de ajuda, podem falar com ela, mas não abusem é claro. Ela vai ficar conosco mais ou menos seis meses. -Coitada dessa pessoa, deve ser uma mulher tão boa e vai ter que viver nesse inferno. Pensei comigo.

A diretora deu uma olhada na porta e fez sinal com a cabeça para que a pessoa entrasse. -Entre por favor.

PUTA MERDA. Que droga é essa? Por um momento, eu não acreditava no que estava vendo, em um movimento super ninja, coloquei meu capuz e fiquei de cabeça baixa na classe. Se eu estava me escondendo? Não... imagina. Mas foi algo inútil. Totalmente inútil.

-Srt. Lewis, você está bem? -Pude ouvir a voz do professor. Filho da mãe. Quando levantei a cabeça todos olhavam para mim inclusive... Rosamaria, que fez uma cara estranha pelo fato do professor me chamar de Luana Lewis, pois para ela eu havia dito que meu nome era Luisa. Respirei fundo.

-Sim, só um pouco de dor de cabeça. P-P-Pode continuar. -Gaguejei quando meus olhos se encontravam com os de Rosamaria, ela estava parada no lado da diretora com os braços cruzados, usava uma camisa preta simples, e uma calça jeans escura, o que era raro. Seu cabelo estava perfeito. Ela me olhou e deu um sorriso sacana bem discreto. Desviei o olhar, que diabos ela estava fazendo aqui? Pode ter certeza que o que ela menos precisa é a merreca que essa escola oferece, porque a boatos dizem que ela vem de uma família Italiana que possui poder aquisitivo, aí tem dedo podre... Pode ter certeza.

Pude ver as garotas babando enquanto Rosamaria se apresentava. Ridículo. Inclusive ela, a rainha das rainhas das rainhas das rainhas das putas, Julia. Eu odiava essa garota. Odiava.

-Então... -Ela tentou ser um pouco formal, mas aquilo não combinava com ela. -Eu vou estar aqui para o que vocês precisarem, qualquer coisa já sabem, me procurem. -Rosamaria falava isso com ar do tipo "pra tudo mesmo, inclusive sexo".

Enquanto ouvia Rosamaria falar, evitava totalmente contatos visuais, tentava me concentrar nos rabiscos que eu havia feito em meu caderno. Aquilo estava estranho o suficiente.

-Pra tudo que a gente precisar mesmo, Srt. Montibeller? -Julia disse com o cu piscando e olhando maliciosamente e Rosamaria retribuiu o olhar. Daqui uma semana, todas as garotas daquela escola já estariam em sua cama. Ah e sem contar que Srt. Montibeller, não combina nada com Rosa.

-Srt. Montibeller? Hmm... Gostei. -Ela disse. -E sim, para tudo que vocês precisarem mesmo. -Rosamaria sorriu e deu uma piscadinha, em seguida ajeitando algum fio rebelde de seu cabelo, o que fez as garotas babarem mais ainda.

-Ela é gostosa pra caramba, ter uma noite com ela é tudo que eu mais quero agora. -Ouvi uma garota falando para outra atrás de mim.

Eu poderia simplesmente me aparecer e dizer: "Chupem, eu já tive esse privilégio" mas eu era humilde... e aquilo não era um privilégio. Mal sabiam o tipo de pessoa que Rosamaria era.

-E você? -Rosamaria disse e apontou para ninguém mas, ninguém menos do que... Euzinha. -Tem alguma pergunta? -Ela deu um sorriso, pois ela estava fazendo aquilo por pura implicância, óbvio.

-Não. -Respondi severamente.

-Tem certeza? -Ela insistiu e pude ver diversão em seus olhos.

-Absoluta. -A encarei confiante e levantei uma sobrancelha, ela ficou me olhando profundamente por alguns segundos, piscou e desviou o olhar. Estremeci, droga.

Rosa logo se retirou da sala com a diretora, que se duvidasse até ela, ela lanhava. E possibilitou o professor de continuar sua aula.

-Srta. Lewis, você pode me fazer um favor? -O professor perguntou.

-Sim... -Respondi.

-Vá na secretaria e me traga algo que preste e não fique se desgastando para que eu possa escrever na porcaria desse quadro. -Senti irritação na sua voz, quase ri.

-Ok. -Levantei-me e saí da sala, desci algumas escadas meio que correndo, porque eu simplesmente adorava fazer isso, mas dessa vez não foi uma ideia muito boa, pois pisei em um degrau falso e cai escada a baixo.

-Droga! -Falei alto, não havia me machucado muito, só causando uma dor insuportável em meu tornozelo.

-Você está bem? -Uma voz rouca disse entre risadas, enquanto eu tentava me levantar com certa dificuldade. -Você é uma anta mesmo. Como conseguiu cair desse jeito? -Rosamaria ria mais uma vez. -Eu queria que o corredor estivesse cheio para ver todos rindo da sua cara.

-Idiota

𝒑𝒐𝒔𝒔𝒆𝒔𝒔𝒊𝒗𝒆Onde histórias criam vida. Descubra agora