Jade Morton
Nada fazia sentido, Jade queria respostas e estava em busca delas, procurando sua irmã em toda a boate, procurou por todos os cantos, e não a encontrou, até que a se cansou e sentou-se fumar, precisava se acalmar de alguma forma, e aquele era o único jeito, estava no terraço, admirando o céu enquanto inalava a fumaça, a noite estava prestes a chegar, indicando que logo estariam abertos novamente, e isso fez seu coração pular, pois se lembrou de Ayla, a garota que rondava os seus pensamentos por dias, e que agora, além de saber seu nome, que era lindo como ela, estava ali, no seu único lugar de paz, atazanando-a, mesmo sem ter culpa disso, pois por mais ridículo que pudesse parecer, nunca pensou que Jessica abandonaria o trabalho, sem ao menos avisá-la, o que foi estranho, sua bartender era confiável e tinham uma boa relação de chefa e funcionaria.
O que não entrava na cabeça de Jade era o fato de sua irmã nem ao menos ter avisado-a que precisariam de uma bartender nova, e que havia feito entrevistas, e era pior quando se questionava do sumiço de Jessica, tão repentino. Tudo estava se tornando uma sensação amarga e pesada em Jade, ao ponto de continuar com os três botões de sua camisa social aberta, e não foi um, e sim dois cigarros que precisou fumar, para fingir uma calma que estava longe de existir naquele momento tão confuso.
Ao olhar para seu relógio no pulso, percebeu ter três ligações perdidas de sua irmã, a menos de dois minutos pegou seu celular do bolso e correu retornar as ligações perdidas e quando percebeu, Beatriz havia chegado de surpresa ao terraço, com o semblante preocupado.
— Pensei que não fosse te encontrar, onde você estava? — questionou, chegando de frente de Jade, que terminava o segundo cigarro.
Jade rolou os olhos, desligou o celular, para cruzar seus braços e estufar o peito, pois estava ficando maluquinha de tanto pensar e buscar respostas que eram confusas.
— Como que Jessica saiu da empresa e eu não fui informada? O que deu em você e no Henry para não me comunicarem sobre essa merda? Como que ela mudou de país? Que loucura é essa?
Beatriz recebeu todas aquelas perguntas, tranquila, pois, com tudo o que rolou naquela semana, mal teve tempo para conversar com sua irmã direito, por isso sabia que essa seria sua reação, mas também sabia como acalmá-la. E, como havia tido a partida de uma funcionária, precisou postergar as suas férias para o próximo mês, já que precisou fazer a contratação de imediato. A casa noturna era um sucesso e não podia haver desfalques. E, como conhecia muito bem sua irmã Jade Morton, não pôde deixar sozinha com uma nova contração.
E como quem não quer nada, já querendo tudo, acercou-se um pouco mais, alisou o braço de Jade, de mansinho, com cuidado e toda arteira, deixou um pequeno beijo na bochecha dela, ela sabia que aquilo era o suficiente para amolecer seu coração de gelo.
— Posso te explicar — sorriu ao se afastar e mirar nos olhos de sua irmã, que estavam semi-cerrados, esperando uma resposta, mas seus ombros já estavam relaxados, sua postura solta, de braços abaixados. — Me passa um cigarro, quero fumar com você — estendeu a mão, aguardando-o.
O olhar de Jade caiu na palma de sua mão, e revirou os olhos, já que sua irmã jogava sujo, sempre tentando ganhar algo em troca.
— Você deveria parar de fumar, não faz bem à saúde e sabe bem disso — contestou, passando o cigarro com o isqueiro para ela.
— Sei, porém, você também deveria — resmungou, acendendo o cigarro e inalando seu sabor mentolado. Adorava relaxar assim, era um vício ruim, mas prazeroso de certa forma.
— Não muda de assunto e começa a falar o que quero saber, Beatriz Morton — demandou, encarando-a.
Beatriz fingiu um sorriso e empurrou sua irmã com a cintura, parando lado a lado.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Caminhos perversos [+18]
RomanceDizem as boas línguas que todo final do túnel existe uma luz. E Jade Morton chegou acreditar que realmente havia encontrado a sua, mesmo sabendo que era errado e que não podia com essa luz. Mas a vida gosta de brincar com o seu autocontrole, levando...