Cap. 5: declínio

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⚠️Cap.+16⚠️ Linguagem imprópria (baixo calão)

Sua respiração ofegante ficou suspensa no ar frio daquela sala lúgubre. Enfim, vestiu as roupas, enquanto ele enrolava um cigarro, a luz encheu seu rosto cansado, iluminando-o com um brilho, até que se amainou. Os dedos compridos lhe entregaram o rolo, que ela tragou, deixando a fumaça suspensa.

Saiu de dentro da sala de arquivos ajeitando os cabelos desgrenhados sobre a face. Parou na metade do corredor da ala feminina quando o viu sair de um quarto. Arqueou as sobrancelhas grossas, sorrindo.

- Achei que você fosse o senhor certinho da sua turma.

Alexander a encarou. A verdade era que desde a noite dos calouros, Morgana vinha o evitando como o diabo evita a cruz. Se perguntava se havia feito algo errado ou se simplesmente aquilo não daria certo entre os dois. Se quer a encontrou no quarto - o que achou estranho. Mas não queria dar satisfação de sua vida a alguém como Beille Darnell. Então apenas a ignorou, como sempre, passando pela veterana fazendo pouco caso.

Mas então sentiu a mão dela se fechando em volta de seu pulso. Chegou bem perto de seu corpo, roçando os seus seios fartos nele, Alex sentiu o formato macio ser imprensado contra seu tronco, a camisa branca desabotoada e amarrotada revelando a curvatura do vale.

- Por que age dessa forma tão desdenhosa, por acaso se acha melhor que os outros? - sussurrou, erguendo os pés para chegar a sua face.

- Não - ele não recuou - apenas melhor que você.

Se soltou com aspereza, deixando-a ali sozinha naquele corredor; ele odiava pessoas como Beille. Ela nunca teve que trabalhar duro para conseguir estar onde estava. E ainda sim, não demonstrava o devido respeito aquilo que tinha em mãos.

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A música alta ficava contida no teto forrado daquele quarto de dormitório. As cartas sobre a mesa, os salgadinhos baratos, as garrafas de cerveja. Um montinho de universitários jogava baralho ao som de Foster The People. Beille se livrou, enfim, do coringa, arrastando o bolo de dinheiro para o seu lado e erguendo sua garrafa. A plateia nas camas animou-se por ela, enquanto recebiam a dívida das apostas. Então ele irrompeu pela porta.

Os dois cruzaram olhares, enquanto Roland sentava-se a sua frente com aquele mesmo sorriso descarado.

- O que foi, filho da puta, que me dar? - ele continuou a sorrir.

- Ainda não encontrou alguém que te comesse direito, vadiazinha?

- Vai se fuder, seu brocha...

- Chega, os dois - outro veterano chegou para amainar a situação. Todos sabiam que aqueles dois eram inimigos jurados.

Depois de mais uma partida, finalmente Roland soltou o que havia ido fazer ali.

- No dia 31 de outubro! Se preparem, senhoras e senhoras, gentis cavalheiros e... - Fitou Beille - prostitutas. Vocês testemunharão a maior festa que nem em seus melhores sonhos, puderam imaginar. Terá de tudo: jogos, piscina, música, bebidas, drogas, orgias... vinho à vontade. Dionísio ficaria orgulhoso do genuíno bacanal que eu, mero mortal, proporcionarei aos seus fiéis discípulos.

Os jovens foram a loucura.

- E onde vai ser dessa vez?

- No Castelo do Conde.

Era o começo do declínio.

O castelo dos segredos ocultosOnde histórias criam vida. Descubra agora