Capítulo 3

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Ainda estava cedo, o sol brilhava lindamente, um calor possuía o local, então resolvi tomar banho de piscina. Após vários mergulhos e algumas tentativas falhas de mortal debaixo d'Água resolvo pegar um sol.

"Meu Deus do céu" Thomas diz com cara de bobo me encarando dos pés à cabeça

"O que garoto? Perdeu alguma coisa?"

"Queria ter perdido para ir ai, digo, então ... É melhor eu ir embora"

"Aproveita e vai embora do Brasil!"

"Bem marrenta você em" ele diz em um tom ríspido mas brincalhão

"Você acha?"

Ele me pega no colo e por mais que eu batesse e o mordesse ele pula dentro d'água.

"Ops ... Cai" ele diz sorrindo

"Seu excroto! Ridiculo! Viado ..."

"Viado eu não sou não " ele puxa meu corpo ainda mais pra perto do seu, sinto sua respiração em meu rosto e isso me causa arrepios "Quer que eu te prove?"

"Não! Sai de perto de mim garoto" falo o empurrando

"Eu não vou fazer nada que você não queira" ele diz se afastando de mim

"Vejamos: Você está na minha casa, e eu não quero. Você está vivo, e eu não queria isso" ele saiu da piscina e entrou para dentro de casa me ignorando completamente

xx mais tarde xx

Acordo com o despertador tocando, indicando que era exatamente cinco e meia da tarde. Não estava me sentindo bem, por isso resolvi dormir um pouco. Levanto e caminho em direção a sacada para observar como estava o tempo, e vejo além do que podia. Thomas estava treinando no saco de boxe que tem aqui. Ele estava ainda mais lindo. Não o vi como um inimigo mas sim como um homem que eu desejei ter na minha cama quando tinha sonhos de menina. Apenas no fato visual.

"Perdeu alguma coisa?" Ele pergunta assim que me vê o observando enquanto abre um sorriso besta no rosto

"Eu não, mais você sim. Estava te ajudando a procurar a sua moral" falo como desculpa

"Não vai sair com o Lucas não?"

"Hoje não" falo já entrando no quarto, ignorando qualquer piadinha vinda da parte dele

xx mais tarde xx

Já era umas sete horas quando ouço uma música alta vir do quarto de hóspedes que o Thomas estava. Era uma música do Justin com Diplo, eu acho. Eu não gostava do Justin Bieber, gostava apenas de algumas músicas. Ele está aqui no Rio de Janeiro, e como em todas as outras vezes, a internet e os sites de fofoca parou para vê-lo causar. Não gosto dele, acho apenas um famosinho metido a besta.

"Marrentinha?" Thomas me chama já entrando no quarto

"Bate na porta. E se eu estivesse trocando de roupa?"

"Eu iria adorar" ele diz com um sorriso malicioso "Vamos para um show comigo?"

"Oi? Está falando sério? Thomas, me chamando pra sair?"

"Eu estou com ingresso sobrando, cara. Se ficar de cú doce eu desisto"

"Beleza, eu vou. Mas é show de quem?"

"Você verá. Temos uma hora para nos arrumar. Vai logo" ele diz já saindo do quarto

Fui me arrumar rápido. Opito por um vestido florido, já que o tempo estava favorável. Após alguns minutos eu já estava pronta, e parece que Thomas estava me vigiando, pois quando terminei de passar o batom ele entra no quarto.

"E novamente o besta não bateu na porta" falo revirando os olhos

"Eu não sou besta. E eu quero te contar uma coisa" Thomas diz sentando na cama

"Late" falo sorrindo

"Minha sobrinha, a Duda, está vindo morar comigo" ele diz desconsertado

"Bem, e por que você está me contando isso? Aliás, o que eu tenho a ver com isso?"

"Por nada, ela vai no show hoje. Só queria te avisar"

"Tudo bem"

Peço alguns minutos a ele para ajeitar meu rímel, e quando finalmente estava saindo do quarto ouço ele falar com meu irmão. Seu tão de voz era desesperador.

"Ela perdeu a guarda da Eduarda. Por traficar drogas" ele diz desolado

"Calma, cara" Matheus diz na tentativa de o consolar

"Calma? Quer que eu tenha calma? Eu nunca cuidei de uma criança antes. Eu não sei nada sobre isso. Nem cozinhar eu sei, cara"

"Nós vamos te ajudar" Matheus diz sorrindo

"Nós? Nós quem? Você e a sua irmã? Aquela que me odeia?" Ele diz sorrindo debochado

"Eu mesma" falo entrando no quarto e indo sentar no colo do Matheus

"Você està ouvindo desde que parte? Fofoqueira, ouvindo atrás da porta" Thomas diz chateado

"Quer conversar em particular manda mensagem. E eu ouvi tudo, eu acho" falo sorrindo

"Agora você acha que minha familia é um bando de drogados" ele diz se levantando e caminhando rumo à porta, mas eu seguro em seu braço impedindo-o de prosseguir

"A pulseira preta" falo assustando-o ainda encarando seu pulso

"Não tem nada demais. Apenas um pulseira" ele diz puxando seu braço e colocando as mãos no bolso

"Um suicida reconhece o outro. Esse é o objetivo da fita" imediatamente ele encara meus pulsos e abre um sorriso confuso

"Você também ? Por ..." O interrompo

"Nem todos os anjos tem asas. Alguns tem cicatrizes" falo sem encara-lo "Vamos para o show. Vamos fingir que isso nunca aconteceu"

"Devemos ser mais forte" ele diz sorrindo enquanto segura minha mão, não recusei esse gesto de carinho afinal, ele me entedia

xx Explicação da escritora xx

O projeto fita preta tem como objetivo facilitar o reconhecimento de suicidas. Se alguém já tentou se matar, ou já se auto-mutilou, usa a fita; assim outras pessoas que também usam a fita irão te reconhecer. Lembrem-se, isso não leva vocês a nada, digo por experiência própria. O "alivio" é momentâneo, depois volta a tristeza toda novamente. Sei que não é bobeira, sei que isso não é uma forma de aparecer. A vida é linda, basta você olhar com outros olhos.

[Twitter: @YahMagalhaes]

Amigo Dele, Inimigo meu.Onde histórias criam vida. Descubra agora