01.| How it all started.

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NARRADORA.

O barulho das gotas de sangue caindo no chão era claramente audível, o indivíduo estava amarrado, seriamente ferido, ofegante, em uma tentativa de erguer o olhar, falhando em encará-la.

Já não conseguia pronunciar uma palavra.

Esse era o resultado de duas longas horas de tortura. Era isso que acontecia quando se cruzava o caminho de Rhea Ripley.

Ela largou a lâmina ensanguentada sobre a mesa, seus passos lentos ecoando no silêncio enquanto se aproximava dele novamente. O sorriso que estampava seu rosto era um misto de enigma e sadismo.

— Viu só? É isso que acontece com quem ousa cruzar meu caminho - disse, a voz fria e cortante. — Ou com quem tenta me roubar e não paga suas dívidas.

Rhea se abaixou, ficando na altura dos olhos dele, enquanto o pânico refletia em cada músculo de seu rosto.

— Agora me diga. — Rhea iniciou friamente, enquanto seus olhos perfuravam os dele. - Onde está a mercadoria que você me roubou?.

O homem, ainda tremendo e sem fôlego, tentava falar, as palavras presas na garganta de tanto pavor. Seus olhos estavam arregalados.

— Eu... eu não sei! — ele balbuciou, o desespero evidente. — Eu não queria! Fui forçado! Eles me obrigaram!.

Rhea arqueou uma sobrancelha, impossível diante da súplica dele.

— Forçado?. — ela repetiu, soltou um riso amargo. — Acho difícil de acreditar. Se fosse assim, você teria me procurado... mas ao invés disso, decidiu fugir, não foi?.

Ele balançou a cabeça, lágrimas escorrendo por seu rosto ensanguentado.

— Por favor, eu posso explicar! — ele implorou. — Eu sei onde está! Só... não me mate!. — exclamou em evidente pavor.

Rhea inclinou-se um pouco mais perto, curvou os lábios em um sorriso sádico.

— Não. — Rhea cortou suas súplicas friamente, seus olhos endurecidos enquanto o encarava. — Você não vai viver, Alexandre. E você sabe disso.

O silêncio pesou pelo galpão, pesado como chumbo. A respiração dele parou por um segundo, a expressão de pânico se transformou em desespero puro, e ele começou a se debater inutilmente contra as amarras que o prendiam na cadeira.

— Rhea, me tira daqui! — Alexandre gritou, cuspindo sangue, o desespero estampado em seus olhos. — Por... favor... — sua voz falhou, entrecortada pela dor. — Eu... eu posso te dizer onde está a mercadoria roubada! Eu sei onde está! Só me tira daqui!. — tentava a todo custo se soltar das cordas.

Os olhos dela permaneceram tão frios quanto neve, tinha até um divertimento dentro dela ao assistir tal cena que ele fazia.

Iria matá-lo. Isso era uma decisão que obviamente não teria volta, e então ela se afastou dando alguns passos para trás.

— Onde?. — questionou, sua voz quase saindo em um sussurro ameaçador.

Alexandre tentou se mover novamente na cadeira, mas o movimento trouxe uma onda de dor. Ele ofegou, quase sem fôlego, enquanto o sangue gostejava, tingindo o chão de vermelho escuro.

IN THE DARKNESS; RHEA RIPLEY Onde histórias criam vida. Descubra agora