4:22

130 21 9
                                    

JIMINDEPOIS MH

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

JIMIN
DEPOIS MH

04:22 AM

[para quem quiser aproveitar melhor esse início, a música tema é When Will You Come, Arnold McCuller]


Passava das quatro da manhã quando ultrapassei a placa "Seul, capital! Volte, Sempre", em direção a minha casa. A caminho da minha cidade materna. Onde tudo se iniciou, o acidente, os treinos, as lutas pela sobrevivência.

Busan costumava ser um local apaziguador para mim, um lugar que eu poderia fechar os olhos e respirar fundo, sabendo que apenas algumas quadras eram suficiente para poder encontrá-lo, mas hoje, com a temperatura despencando, o vidro do carro embaçado, e o som do rádio no mudo tenho a sensação de que tudo se foi, me trazendo de volta aquele velho sentimento de nada.

Não existem mais músicas antigas e pavorosas no pequeno radinho da janela. A grande mesa onde jantamos em noites estreladas estava vazia, as cadeiras de praia escondidas na garagem, as massinhas espalhadas pelo chão estavam guardadas no grande baú de brinquedo, que agora pega poeira. As crianças já cresceram, mesmo que outras tenham nascido.

As luzes de Natal que sempre decoram a varanda, estavam apagadas dessa vez. Sua voz em minha mente ainda é clara como as águas do Rio cristalino em Mato Grosso, onde nadei há alguns anos. Se me concentrar consigo ouvir seus resmungos sobre como a pequena casa amarela fica sem vida sem as luzes acesas. Hoje eu sei que aquelas luzes não mudam porra nenhuma, ele era o real motivo dessa casa velha e assustadora se tornar um lar aconchegante para sua familia. E por muitas das vezes até para mim, que nunca consegui devolver, o que depois de velho aprendi ser amor. Mesmo que eu não o entenda verdadeiramente.

Eu não saberia explicar a sensação de estar em frente ao portão de madeira, sabendo que não seria você a abri-lo para mim. Já se passavam das oito da manhã quando cheguei, e pelo tempo que permaneci estático, assimilando e imaginando milhares de cenários diferentes, Minsoo abriu a porta que dava para varanda, se assustando levemente com minha presença. Ou talvez com o meu estado.

Não era novidade para os Jung me verem cobertos por machucados ou até mesmo com uma quantidade questionável de sangue. Mas dessa vez era apenas eu, sem sangue sujo, sem tantos machucados. Apenas Park Jimin, tentando inutilmente restaurar algo morto.

Rapidamente ela corre até mim, seus olhos enchendo de lágrimas a cada passo largo, eu estava preparado para tudo, choro, lamentações, abraços e até mesmo uma confissão mas não consegui. Nada saia, minha voz parecia presa na garganta e as lágrimas secas.

Seus braços quentes e gordinhos rondam meu pescoço sem delicadeza, como se só assim pudesse ter certeza de que eu não sairia de seu campo de visão. As mãos trêmulas passaram em meu cabelo, bagunçando os fios curtos, seu queixo se afundou em meu ombro, molhando minha blusa, mas não reclamo, apenas rodo os braços por seu corpo. Aquele choro queimou algo dentro de mim, era sofrido, totalmente diferente dos choros que eu estou acostumado.

 Caçador • Jjk + PjmOnde histórias criam vida. Descubra agora